Indo ao encontro do que prometera, Donald Trump decidiu aplicar taxas sobre os produtos provenientes do México, Canadá e China. Embora não tenha ainda visado a Europa, as fabricantes europeias de automóveis acordaram com uma queda nas suas ações.
Conforme informámos, Donald Trump avançou com o seu plano protecionista, assinando decretos executivos que impõem taxas de 25% sobre a maioria das importações provenientes do Canadá e do México, dois dos seus principais parceiros comerciais, e uma taxa de 10% sobre os produtos importados da China.
Com medidas previstas para as importações de produtos europeus, mas sem taxas concretas anunciadas, as ações de algumas das maiores fabricantes europeias de automóveis já caíram, nesta segunda-feira.
As taxas já impostas sobre os produtos mexicanos, canadianos e chineses estão a suscitar preocupações quanto à imposição de taxas sobre as importações europeias.
Conforme avançado pela Reuters, a Volkswagen e a Stellantis, que têm operações importantes no México e são particularmente vulneráveis às taxas, caíram cerca de 6%, registando a maior queda entre os seus pares.
Depois, a Volvo Cars, Mercedes Benz, BMW e Porsche caíram entre cerca de 3,4% e 5,2%, e o fornecedor francês de peças de automóveis Valeo caiu 7%.
O índice europeu de automóveis e peças caiu 3,4% para mínimos de mais de duas semanas, liderando as perdas entre outros índices de setor no STOXX 600 da Europa, que caiu 1,3%.
Analistas temem consequências económicas das taxas americanas
Acreditamos que cerca de 8 mil milhões de euros das receitas da Volkswagen são afetados pelas taxas e cerca de 16 mil milhões de euros das receitas da Stellantis.
Escreveram os analistas do banco de investimento Stifel, numa nota citada pela imprensa.
Por sua vez, os analistas do JPMorgan disseram, numa declaração, que esperam que as fabricantes de automóveis assumam compromissos com o Governo dos Estados Unidos sobre empregos e produção de veículos no país.
Curiosamente, os analistas e especialistas temem que as taxas sobre o México possam ser mais prejudiciais para as fabricantes de automóveis europeias e os seus fornecedores do que quaisquer taxas diretas sobre os produtos da União Europeia.