Projecto O3b – Levar a Internet aos restantes 3 mil milhões…
Já pensou como seria o mundo sem Internet? Pois…é difícil de imaginar! No entanto, há infelizmente ainda pessoas no mundo que nunca tiveram acesso à Internet…
Recentemente conheci um projecto mundial que me sensibilizou devido aos objectivos a que se propõe. O projecto O3b (Other 3 billion) pretende “levar” a Internet (aos outros) 3 mil milhões de seres humanos que nunca acederam à Internet.
O Projecto 03b é uma iniciativa que partiu de grandes empresas mundiais, como por exemplo a Google, HSBX ou SES e que tem como ambicioso objectivo disponibilizar Internet para mais de 3 mil milhões de pessoas que até aos dias de hoje nunca tiveram acesso à rede.
O projecto consistem em colocar 8 satélites espalhados pelo órbita do planeta Terra, a uma distância de cerca de 8.000 KMs, que permitirão o acesso à Internet a cerca de 70% da população mundial.
A constelação formada pelos 8 satélites (que no futuro serão 16) irão permitir o acesso à Internet com uma qualidade semelhante à fornecida pela fibra óptica. A infra-estrutura a implementar permitirá às Telcos (Operadoras de comunicações) e ISP (Internet Service Providers) que poderão assim disponibilizar serviços aos mercados emergentes.
Mas como os satélites forneceriam Internet a todo o mundo? A O3b Networks disponibilizou alguns vídeos que permitem ter uma ideia de como o projecto funcionaria. Segue um exemplo.
Constelação de satélites
- Constelação
- Design, integração e testes da responsabilidade da Thales Alenia Space
- Constelação inicial terá 8 satélites
- Espaçamento Orbital: 45˚
- Distância Orbital : 8063km
- Inclinação Orbital: <0.1˚
- Período de terreno: 360 min / número de contatos: 4 por dia
- Feixes
- 10 feixes por região (7 regiões) totalizando 70 feixes remotos por 8 constelação de satélites
- Até 1,2 Gbps por feixe (600 Mbps x 2)
- 84 Gbps disponível por 8 constelação de satélites
- Feixe de cobertura: 700 km de diâmetro
- Largura de banda : 216 MHx; 2 x 216 MHz por feixe
Num Press Release divulgado a 10 de Novembro de 2011 pela organização, pode ler-se que “ a O3b Networks Limited conseguiu obter cerca de US$137 milhão, através de bancos e investidores, para financiar integralmente a construção e lançamento de sua constelação de satélites global da próxima geração”.
John W. Dick, Presidente do Conselho da O3b Networks Limited, referiu que “Estamos satisfeitos por ter novos accionistas a apoiar um projecto tão importante. O valor dos novos recursos e a qualidade dos investidores reflecte a capacidade da O3b Networks para equilibrar objectivos sociais importantes, enquanto mantém os retornos do sector privado necessários. Além disso, eu acredito que a O3b representa uma mudança de passo principal na economia da conectividade para o mundo em desenvolvimento”.
Press Release O3b
O3b Networks set to virtually double fleet capacity as financing is secured to build four more satellites.
New investment round adds US$137 million to fuel the company's growth.
St. John, Jersey, Channel Islands, November 10 2011.
John W. Dick, Chairman of the Board of O3b Networks, announced today that the company has raised US $137 million for the construction of four additional satellites that will boost both capacity and redundancy over the emerging markets. The additional spacecraft, set to launch in 2014, will nearly double the capacity of O3b Networks’ initial fleet of eight Medium Earth Orbit satellites, which are scheduled to be launched in early 2013.
The expansion of the fleet from eight to twelve satellites will increase the company’s throughput by more than 90% through a combination of the additional beams deployed and the enhanced link efficiency that a larger constellation of satellites can deliver. The company has already sold a little over a third of its capacity on a global basis with the contracted backlog now standing at over US $600 million.
“One of the things that first attracted us to O3b Networks was the idea that the fleet is uniquely scalable,” said Larry Alder, Business Operations Director at Google, one of O3b’s earliest investors. “For relatively modest incremental investments, O3b can add meaningful quantities of high quality, low latency bandwidth and deliver it into the emerging world at sustainable and affordable prices.”
New equity funds were raised from certain of O3b’s original investors who were joined in this round by Luxembourgish investment company – Luxempart. The financing also included the expansion of the Coface-backed senior debt facility of an additional US $85 million provided by HSBC, ING, CA-CIB and Dexia. “Raising additional financing to support future growth at a time of market uncertainty is an incredibly important milestone for O3b Networks and reflects the confidence that our investors and lenders have in our vision and unique value proposition,” explained Bill Lawrence, EVP Corporate Development at O3b Networks, who led the financing efforts on behalf of the company.
O3b’s satellites will be placed into orbit approximately 8,000 kilometres from earth, four times closer than geo-stationary satellites, speeding up internet connections through its inherent low latency.
“Global IP traffic is set to increase four fold over the next five years, growing at more than 30% per year and a huge proportion of that expansion will be in the emerging markets,” said Steve Collar, CEO of O3b Networks. “O3b is committed to providing industry leading customer service and carrier class reliability while driving down the cost per Mbps delivered into the developing world. With this investment, we have the capacity to fuel our customers’ networks and position them to respond to the ever-increasing demand for bandwidth and connectivity.”
About O3b Networks
O3b Networks is building a new fiber-quality, satellite-based, global Internet backbone for telecommunications operators (telcos) and Internet service providers (ISPs) in emerging markets. The O3b Networks system will combine global reach and the speed of a fiber-optic network. With investments and operational support from SES, Google, Liberty Global, HSBC Principal Investments, Northbridge Venture Partners, Allen & Company, Development Bank of Southern Africa, Satya Capital, Sofina and Luxempart, the O3b system will provide telcos and ISPs with a low-cost, high-speed alternative to connect their 3G, WiMAX and fixed-line networks to the rest of the world. This will allow billions of consumers and businesses in 177 countries to benefit from high-speed Internet connectivity for educational, medical and commercial applications. O3b Networks’ headquarters is in St. John, Jersey, Channel Islands.
Homepage: .o3bnetworks
Este artigo tem mais de um ano
Não quero ser mau mas… a internet não mata a fome a ninguém :/
Se essas pessoas que passam fome, passarem a fazer parte da tua/nossa realidade, talvez o mundo mude a forma de pensar. Se a fome dessas pessoas estivesse no nosso quotidiano, talvez as coisas fossem diferentes.
Quem passa fome tem de saber que há uma alternativa, que é possível, tem de ter esperança. Há algum meio melhor para isso do que a internet?
Se quem vive em condições deploráveis conseguir por isso à vista de todos, de forma que não seja possível esconder, talvez então tenham uma hipótese.
Penso que, o que o Miguel quis dizer é, com o DINHEIRO que se gasta neste investimento poderia muito bem ser aplicado em outra tecnologia(técnicas de regadio, construções de barragens, etc..) para haver uma melhor produção, gestão e até mesmo melhor comida para esta gente.
Por isso não é com a Internet que passa a fazer parte da realidade, faziam parte da nossa realidade se tivessem comida a mesa todos os dias.
Não quer dizer com isto que não seja um bom projecto, que o é, mas é muito dispendioso e nem todas as pessoas vão ter acesso.
Meus amigos estudem um pouco de historia e politica, vao perceber que muitos desses problemas sao criados pelos governantes daqueles paises.
Muitos desses paises sao dos MAIS RICOS DO MUNDO, e têm fome no povo por má gestao e interesses.
Eu falei na boa aplicação do dinheiro ou escrevi chinês.
Pode ser que as pessoas nesses países de 3º mundo visualizem videos sobre a permacultura e autosustentabilidade, permitindo assim adquirir conhecimentos que lhes possibilitem melhorar as suas condições de vida.
Todas as riquezas do mundo poderiam melhorar as condições de todos os seres humanos, mas a humanidade ainda têm uma etapa muito grande a cumprir para descobrir que todos somos um. O comportamento viral que a humanidade têm tido… nah. Ainda existe muita ganância! Somos muito materialistas ainda enquanto espécie. Se formos vigiados por outros seres inteligentes, de certeza que se questionarão sobre o nosso verdadeiro potencial vs atitudes egoistas e primitivas. Enfim…rezemos cada um á sua maneira para que o melhor caminho seja finalmente encontrado.
Deviam pensar em acabar com a fome….acham que alguém que esta com fome da Somália esta interessado em aceder a Internet?
se as religioes quisessem a fome já estaria extinta a muito tempo.
Did you mean:
a) Se as religiões quisessem a fome, já estaria extinta há muito tempo
ou
b) Se as religiões quisessem, a fome já estaria extinta há muito tempo
É verdade, mas ajuda a ensinar a “pescar” 🙂
Foste muito mauzinho LOL!
Pois, e vão aceder à Internet com que dispositivos? Nos seus iPad ou computadores portáteis? :S
Nas escolas.
Mas mata a curiosidade…
Mas pode ajudar a educalos melhor para desenvolverem o seu pais, ja que enquanto eles não evoluirem penso que muita coisa não vai mudar…
Mas antes de navegarem na internet necessário que exista algum nível de alfabetização no respectivo país, o que não é tão trivial encontrar em tais recantos do planeta.
A união dos povos leva ao crescimento.
Eles, conseguem transmitir melhor a realidade do que lá se passa e conseguem obter um contacto mais directo com quem possa querer ajudar.
Obviamente ninguém aqui falou em dar portáteis a pessoas subnutridas, que mal se conseguem mexer. Mas sim a pessoas que lá estejam, em condições minimas e que normalmente são voluntários que os estão a ajudar, ter mais uma forma de comunicar e transmitir aquela realidade, acaba por ser muito benéfica para esses povos.
A Internet é muito cara mesmo em Portugal , os preços da Internet são elevados para que todos tenham acesso.
A grande questão é que a internet não será apenas para aqueles que passam fome, como comentaram, mas para todos! Incluam voluntários, comunidades, ações comunitárias, ONGs entre tantas opções que estão nestas regiões menos beneficiadas tecnologicamente e que acabam não podendo compartilhar para o mundo o que está acontecendo nestas regiões!
Imagine você tendo que aguardar dias, senão meses, para fazer uma viagem a um local que tenha acesso internet, isso quando houver algum local próximo que tenha. Estamos tratando de alguns estados e até países que não tem como oferecer este tipo de infraestrutura de ponta para sua população.
Quem sabe não é esse tipo de estrutura que irá facilitar as descobertas, reduzir a desigualdade e até poder acabar com o problema de fome, sede, saúde e outros tantos problemas que essas regiões podem estar passando? Ou até o tratamento de uma doença poder ser solucionada em menor tempo devido a entrada de internet nessa região, ou uma comunidade poder demonstrar ao mundo o que passam e assim poder arrecadar mais fundos de auxílio!
Hum… este projecto cheira-me a esturro.
.
“A diferença entre um optimista e um pessimista consiste no facto do pessimista estar, em geral, mais bem informado.”
Claire Booth Luce
Eu até acho que o projecto seja bom. Nem todos nesses países são analfabetos e tal…
Pessoal, não se esqueçam que, apesar da Internet não matar a fome a ninguém, as pessoas a quem nos estamos a referir são, na sua grande maioria, sub-educadas. Não têm acesso a qualquer tipo de informação, vivem sob governos extremamente corruptos, e muitas das vezes NEM O SABEM! Se calhar se tivessem acesso a meios para cultivar os seus alimentos, conseguiam desenrascar-se, mas também não sabem como o conseguir. Numa era da informação e da globalização, estas pessoas estão presas nas suas casinhas, totalmente dependentes de ajuda externa para sobreviver sem saber o que fazer.
E depois, informação é poder. Como temos visto, a Internet tem sido o meio de muitas populações se organizarem contra os seus governantes. A ferramenta para golpes de estado perfeitas.
Não se mata a fome dando-lhes comida…
Penso que é um bom projecto. Com pena minha, só começaría a ter resultados sensivelmente 10 anos após a sua conclusão, porque haveria países a proibir o uso da internet por variadas razões que toda a gente conhece destes países do 3o mundo.
Mas se temos condições para realizar o projecto, porque não avançar com ele? Pior é não fazer nada!