Análise Hitman: Absolution (Playstation 3)
Com mais de 10 anos de experiência, Hitman é um dos jogos de ação mais metódicos e exigentes que existem no mercado.
Recriando ambientes densos e pesados com mecânicas semelhantes às de Splinter Cell, mergulha o jogador na pele dum assassino profissional, frio e mortal.
6 anos após a sua ultima aparição, eis que o Agente 47 retorna e desta vez com mais um dilema pessoal a apoquentá-lo.
Absolution oferece-nos um enredo distinto no qual começa por nos re-apresentar Diana (ex-colega de Agente 47) como uma traidora e que tem de ser eliminada. Cabe-nos a nós a tarefa de a silenciar para sempre mas, quando nos preparamos para fazer, Diana revela-nos que se revoltou contra a Agência para proteger Victoria, uma experiência feita pela própria Agência para se tornar uma super espia. Neste momento começam os dilemas psicológicos de Agente 47 que vai tentar salvar a rapariga e descobrir o porquê dela ser tão importante para a Agência … e não só.
A história fica então lançada para uma aventura que, talvez peque por alguma falta de diversidade ou inovação em alguns momentos do jogo, mas que nos traz algumas surpresas ao longo do seu desenrolar.
É então, assim que começa a nossa história. Ao longo de mais de 20 missões, algumas mais extensas ou intensas que outras, somos encarregues de lidar com a escumalha da cidade e de eliminar os seus líderes.
É precisamente no capitulo do silenciamento dos inimigos que se encontra um dos pontos altos do jogo.
O Agente 47 apresenta, como nos habituou ao longo da série, uma forte vocação para efectuar mortes silenciosas. Sim, num jogo que sugere constantemente ao jogador que opte por uma atitude mais recatada e mais ponderada, é normal que as mortes se levem a cabo de forma discreta e para tal, o Agente 47 tem diversas armas para o fazer, desde o tradicional garrote, até manobras de imobilização corpo a corpo, até ao uso de produtos e objectos existentes nos cenários.
É claro que também temos recurso a armas de fogo ou outras formas mais viscerais de o fazer mas, como é normal, essas chamam mais a atenção dos inimigos e isso é o que nós menos queremos fazer.
Hitman Absolution é um jogo exigente. Mesmo nos níveis intermédios acaba por obrigar o jogador a ser mais paciente e, acima de tudo, a pensar duma forma estratégica. Apesar de ocasionalmente ser possível entrar a matar à John Rambo, na maior parte das vezes, a sombra é a nossa melhor amiga. Nos níveis de dificuldade mais altos os nossos adversários não só aparecem em maior número, como são mais perspicazes.
Isto leva obrigatoriamente a que muitas das secções de jogo serão repetidas, o que em alguns casos leva a uma forte sensação de frustração, especialmente quando não percebemos o que estamos a fazer mal. No entanto na maior parte dos casos acaba por funcionar como uma medida incentivadora.
Aliás, há aqui um ponto que falha pontualmente e que deveria ter sido mais cuidado, que é a informação (ou falta dela) respectiva ao objectivo da secção que estamos a jogar e sobre o que temos de fazer para o alcançar. Não é difícil, por vezes, sentirmos-nos muito sozinhos numa missão e avançarmos apenas por sorte ou então, tentativa e erro.
Os cenários estão, na maior parte dos casos, bastante bem desenhados, criando variadas formas de ir do ponto A ao ponto B e de eliminar o ou alvos aí localizados. Contudo, cada uma das opções acarreta sempre escolhas acerca da forma como o fazemos e uma coisa que impressiona em Hitman: Absolution é o facto dessas nossas escolhas serem acompanhadas por uma banda sonora inteligente que, tanto consegue manter-se discreta nas partes mortas, como de repente surge com grande frisson quando nos encontramos numa situação de maior perigo ou acção. Existem alturas em que o jogo se transforma num autentico filme de suspense/acção.
O capitulo do som foi decididamente bem pensado e muito bem implementado, e isso vê-se também noutros aspectos como por exemplo algumas ocasiões onde nos deparamos com multidões frenéticas onde por exemplo até pessoal ao telemóvel ouvimos a falar … e tudo a fluir duma forma natural.
Espalhados pelos diversos cenários vamos descobrindo também variados objectos. Pás, Chaves Inglesas, garrafas, tijolos, ... todos eles podendo ser usados de diferentes formas e é extremamente interessante assistir à componente estratégica que este pormenor acrescenta ao jogo. Por exemplo, podemos apanhar uma chave de fendas e atacar um adversário mas, por outro lado, podemos pegar nessa mesma chave de fendas e atirá-la para longe chamando assim a atenção do guarda e deixando a costa livre. Esta mecânica está bastante interessante, e apenas é de lamentar que nem sempre funcione na perfeição.
Outro exemplo é o facto de podermos usar armários para nos escondermos lá dentro quando as coisas aquecem, para sairmos quando o perigo tiver passado e os inimigos estiverem longe. Enquanto estamos aí escondidos podemos inclusive espreitar para ver se o perigo passou mas existem certas situações algo estúpidas, como por exemplo estarmos escondidos num armário com a porta entreaberta e um guarda vem até mesmo em frente à porta e não a tenta abrir para investigar.
Podemos também, na maior parte dos casos, buscar protecção atrás de objectos ou de esquinas apresentando aqui e ali alguns problemas de detecção de colisões mas que na maior parte das vezes não causa grandes problemas.
No entanto, tenho de admitir que uma das coisas que mais gostei em Absolution foi o de poder usar os inimigos como escudo, ou então o poder simular a rendição e quando o inimigo se aproxima … zás. No entanto, essa manobra, funciona quase sempre, o que pode ser considerado demasiado forçado.
Um outro factor interessante, embora não totalmente inovador é a possibilidade de podermos usar a roupa dos adversários eliminados com disfarce e assim pode passar despercebidos no meio dos restantes. Apesar de bem pensado, acaba por ter algumas falhas na forma como por vezes somos detectados.
Novamente, neste aspecto, é extremamente importante usar o Instinto Especial do Agente 47 para nos tentarmos aperceber de quando o disfarce está a começar a falhar.
Esse Instinto Especial, despoletado com o gatilho R2 acaba por nos dar uma vantagem generosa nos níveis mais fáceis, uma vez que nos permite identificar os principais pontos de interesse dum cenário mas acima de tudo, saber onde se encontram os inimigos, muitas vezes sem estarem no mesmo espaço que nós.
No entanto nos níveis mais difíceis, as coisas são muito diferentes. E aí é que se torna ainda mais gratificante conseguir uma morte silenciosa. Esgueirarmos-nos de esconderijo em esconderijo até apanhar um adversário pelas costas e partir-lhe o pescoço, escondendo-o de seguida num baú qualquer. Brutal e altamente gratificante.
Também espectaculares estão as secções de bullet time nas quais identificamos vários inimigos a abater pela ordem que pretendemos e, depois em slow motion vemos isso reflectido num movimento fluido e inserido no ambiente duma forma bastante conseguida.
Nota Final- 8,5
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Creio que para todos os jogadores que gostem dum bom filme/jogo de espionagem, do género de Identidade Misteriosa por exemplo, serão fãs deste Absolution. Em Hitman: Absolution o jogador tem de ter uma coisa em mente, cada acção traz de seguida uma reacção, e isso obriga o o jogador a tentar antecipar essa mesma reacção. É um jogo que, exige táctica, estratégia e frieza e que como tal traz um tipo de divertimento que não satisfará adeptos de shooters mais frenéticos. Trata-se dum shooter no qual o equilíbrio entre a vontade de disparar e a necessidade de pensar, se encontra no ponto certo.
Gráficos: 8,8
O jogo apresenta um ambiente algo sombrio que acaba por transmitir uma sensação de obscuridade mas que funciona a favor. Cenários e personagens bem detalhados e o nosso Agente 47 mais real que nunca, apesar de alguns glitches momentâneos.
Som: 8,8
Banda sonora evolutiva que acompanha a ação com muita qualidade, aumentando de ritmo e frisson à medida que os eventos se vão sucedendo no jogo.
Jogabilidade: 8,0
Jogabilidade simples e que não exige demasiado do jogador mas apresentando alguns problemas ao nível das próprias mecânicas de certos níveis. Também as próprias interações do Agente 47 por vezes se encontram limitados e torna-se algo frustrante por vezes ter de repetir os níveis sem conseguirmos aperceber o que fizemos de errado.
Longevidade: 8,5
Campanha tanto longa quanto o grau de dificuldade escolhido e um Modo Contracts que oferece uma dinâmica bastante competitiva com os nossos amigos e comunidade.
Género: Acção/Shooter Plataforma Analisada: Playstation 3 Homepage Hitman Absolution Outras Plataformas: Xbox 360, Windows PC
Este artigo tem mais de um ano
Para quem jogou os hitmans anteriores é muito bom.
É muito melhor que os anteriores sem duvida, também 6 anos depois do lançamento do ultimo jogo mau era.
o jogo é muito, fixe. mas não diria que é expcional……
Em relação aos grficos realso um exagero no efeito especular da luz em objectos claros, principalmente em roupa branca. é tão exagerado que parece que a roupa é uma fonte de luz…
gostei do jogo mas penso que não é nenhum jogo que fique marcado no ano de 2012.