Análise: Crazy Taxi (Android)

Por Pedro Mateus para o Pplware!

Imaginem o ano de 1999. Quanto a vocês não sei, mas grande parte do meu tempo livre era passado no único estabelecimento de dedicado a jogos Arcade na vila. Máquinas de todos os tamanhos e feitios, desde os pequeninos Match 3 em cima do balcão do bar até às pequenas monstruosidades que eram as máquinas originais do Sega Rally.

Muitas moedas de 50 e 100 Escudos atirei eu para dentro da máquina do Sega Rally.

Isto até ao dia em que apareceu o Crazy Taxi!

Pois é, por mais que continuasse a gostar e a dominar no Sega Rally entre os meus amigos, o Crazy Taxi foi amor à primeira vista. Até ao dia em que as Arcadas do Tó fecharam, o 2º lugar no ranking foi meu. Nem a versão para PC em 2002 me trouxe a mesma magia ou satisfação que aquela gambiarra demoníaca amarelada me proporcionava.

Mas vamo-nos deixar de nostalgia porque é agora mesmo, em 2014, que o Crazy Taxi está disponível para os vossos dispositivos Android!

Como tudo o que é app móvel hoje em dia, o Crazy Taxi está disponível gratuitamente (com publicidade pelo meio) ou por 4,54€.

Pessoalmente, não sou fã de largar quase o equivalente a um menu Crispy Chicken no Burger King por uma app, nem mesmo sendo o Crazy Taxi. Como tal, e para que não restem dúvidas, esta análise é baseada na versão “Free”!

A primeira coisa que vão notar ao abrir o Jogo, é um pop-up com publicidade. Bem vindos de volta à internet dos anos 90! Após fechado, o dito cujo tem a mânia de reaparecer sempre que voltam ao menu inicial depois de jogarem e quanto a vocês não sei, mas ao fim de 3 ou 4 vezes perdi a vontade de continuar a jogar.

O jogo propriamente dito é exatamente igual à versão de 2000 para a Dreamcast, excepto talvez com uma resolução ligeiramente superior (depende do vosso dispositivo).

Quanto à música têm a escolha entre Radiohead e Offspring. Não gostam de nenhum destes grupos? Eu compreendo-vos, infelizmente não existe outra opção. Eu sei que as versões da PS3 e Xbox 360 permitem adicionar música da nossa biblioteca ao jogo.

Infelizmente o mesmo não se passa com a versão Android, nem sequer na versão paga. Os gráficos são os mesmos que sempre foram. Os modelos dos personagens fazem lembrar aqueles bonecos utilizados nos testes de embate feitos aos automóveis e o mundo em si é povoado por 10 pessoas clonadas ad nauseum!

Depois há ainda a questão dos controlos do jogo que, como é normal, é apenas o equivalente a um D-Pad com o acelerar e travar/recuar do lado direito e os botões de virar do lado esquerdo. Ou, se se sentirem particularmente aventureiros e não tiverem amor ao vosso dispositivo, tem ainda a opção de usar o acelerómetro para controlar o Taxi através da inclinação.

Deixem me desde já avisar-vos que não é boa idéia, já vi muitos telefones e tablets a cairem de mãos de pessoas que estão a jogar jogos destes.

Seja “azelhice” seja frustração, por causa da porcaria do taxi que bateu no poste enquanto ia a descer uma rua e agora este monte de esterco não quer subir em march- ... Peço perdão. Perdi um pouco a cabeça neste parágrafo e peço que me perdoem a linguagem.

O que é certo é que eu consigo compreender, na altura das arcadas, o porquê dos controlos serem tão estupidamente maus. Assim o pessoal era obrigado a largar mais moedinhas e o dono do bar eventualmente justificava o aluguer ou compra da máquina. Agora, um jogo lançado para telemóveis e tablets em 2014 cuja fonte de rendimento são anúncios publicitários, qual é a motivação por trás desta decisão?!

Eu até sei qual é! Seja ela preguiça, ganância, ou até mesmo uma combinação das duas.

Infelizmente para a Sega é que ao deixar o jogo com todos estes problemas e nem sequer permitir ao utilizador variar a banda sonora, já terão muita sorte se o dinheiro daquele pop-up idiota (que tranca o ecrã até ser fechado) chegar para pagar os custos de distribuição para a plataforma.

Lamento imenso, mas quando se chega à hora da verdade o Crazy Taxi para Android é apenas mais uma app dedicada a sacar dinheiro daqueles de nós que não resistem à nostalgia.

Estou perfeitamente consciente das penas que ericei com esta análise, como tal peço que deixem o vosso azeite todo na forma de um comentário na secção abaixo.

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