Embora se fale muito da polémica compra da Activision Blizzard pela Microsoft, a criadora de jogos tem também outros problemas com que se preocupar. As notícias sobre a forma menos adequada que a empresa trata os seus trabalhadores não são propriamente uma novidade. E agora uma agência trabalhista federal norte-americana acusou a Activision de ameaçar e espiar os trabalhadores devido às ações dos seus sindicatos.
Activision Blizzard acusada de ameaçar e espiar os trabalhadores
O Conselho Nacional de Relações Trabalhistas referiu na passada sexta-feira (31 de março) que a Activision Blizzard violou a lei trabalhista dos Estados Unidos da América ao vigiar ilegalmente os seus trabalhadores durante uma greve e ainda por ameaçar encerrar os canais de conversação internos enquanto um sindicato organizava os trabalhadores para a ação de paralização.
De acordo com a agência Reuters, uma porta-voz da agência trabalhista dos EUA referiu que caso a criadora de jogos não faça um acordo, a entidade irá proceder com uma queixa contra a empresa de Call of Duty. Já o Sindicato dos Trabalhadores da Comunicação da América (CWA) acusou a Activision Blizzard de várias práticas laborais ilegais.
Estes problemas começaram no ano passado, quando os trabalhadores da Blizzard paralizaram as suas funções na empresa como forma de protesto devido ao que dizem ser uma falta de igualdade de género no trabalho. Em maio de 2022, a empresa foi acusada de ter ameaçado os funcionários e teve mesmo que pagar 23 milhões de dólares pelas ameaças.
A porta-voz da agência Kayla Blado disse as acusações revelam que a Activision terá usado o seu pessoal de segurança para espiar os trabalhadores durante a paralização. Há ainda a alegação de que a criadora ameaçou fechar os canais internos da ferramenta de chat Slack, plataforma onde os funcionários abordavam temas como as condições de trabalho.
Por sua vez, um porta-voz da Activision defendeu num comunicado que a empresa tem capacidade para prevenir os “comportamentos tóxicos no local de trabalho”. O porta-vos referiu que “a CWA quer que aceitemos as suas… alegações falsas, mas acreditamos fortemente que os funcionários não devem ser submetidos a insultos e humilhações devido ao seu trabalho duro – especialmente nas plataformas de comunicação da empresa“.
Já o sindicaro acredita que a conduta da Activision mostra um claro padrão de desrespeito aos direitos legais dos trabalhadores e que “apesar dos esforços antissindicais da Activision Blizzard, os trabalhadores continuam organizar-se, a falar sobre as suas condições de trabalho e a ganhar campanhas sindicais”.