A utilização de telemóveis nas cadeias portuguesas tem sido um tema de discussão, mas, na verdade, nada tem acontecido. O Governo anunciou agora que este ano ainda vai avançar um concurso público internacional para a instalação de inibidores de sinal nas cadeias.
Investimento em inibidores de sinal vai rondar os 10 milhões de euros
Nos últimos anos temos tido o conhecimento de certos acontecimentos que se realizam dentro dos estabelecimentos prisionais portugueses. A “culpa” é dos telemóveis e redes sociais que são usados indevidamente pelos próprios presidiários.
A instalação de inibidores de sinal para telemóveis nas cadeias portuguesas é uma das medidas mais importantes para garantir a segurança. Esta é a posição assumida pelo Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, depois de a ministra da Justiça ter anunciado o lançamento do concurso para a colocação destes equipamentos em todas as cadeias do país.
Rita Alarcão Júdice revelou que o investimento vai ultrapassar os dez milhões de euros e sublinhou a necessidade de bloquear a rede de telemóvel, por existirem reclusos a utilizar estes equipamentos no planeamento de fugas ou negócios de droga.
São cada vez mais os telemóveis que são “apanhados” aos reclusos nas prisões. Mesmo presos e sem acesso direto ao mercado, o número de telemóveis apreendidos nas prisões duplicou em seis anos.
Em 2017, tal como noticiamos aqui, eram maios de 5 os telemóveis apreendidos nas prisões por dia em Portugal. Entre 2014 e 2016 foram apreendidos 3850 telemóveis nas prisões. Até há presos que usam o telemóvel para chantagear mulheres.
Recentemente foram também apanhados 79 telemóveis na prisão de Paços de Ferreira e houve inclusive um recluso que foi apanhado com 7 telemóveis no ânus.