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Portugal: Quem está em teletrabalho ganha mais 56% do que os restantes

A pandemia da COVID-19 obrigou a muitas mudanças, algumas extremas, na nossa rotina diária. Uma das atividades que ficou fortemente alterada foi exatamente o nosso trabalho. O teletrabalho é uma palavra que entrou pela primeira vez no vocabulário de muitas pessoas em todo o mundo, mas que dadas as atuais circunstâncias parece que ainda vai ficar por muito tempo.

De acordo com o dados apurados pelo Instituto Nacional de Estatística, os trabalhadores que podem trabalhar a partir de casa ganham mais 56% do salário recebido por quem tem que se deslocar ao local.


Quem está em regime de teletrabalho ganha mais 56% de salário

Há novos dados interessantes relativamente ao teletrabalho, recolhidos no atual panorama da pandemia da COVID-19.

Segundo o Jornal Negócios, os números do INE (Instituto Nacional de Estatística) revelam que os trabalhadores dependentes, que tiveram oportunidade de trabalhar em regime de teletrabalho no segundo trimestre de 2020, ficando assim mais protegidos de eventuais infeções, têm um salário médio líquido de 1.311 euros. Desta forma, estes trabalhadores recebem cerca de 56% mais do que aqueles que não puderam estar a trabalhar a partir de casa.

Estes dados foram apurados através da análise aos 3,5 milhões de trabalhadores dependentes que fizeram parte de um estudo acerca de teletrabalho, incluído na publicação das estatísticas oficiais sobre emprego.

Desse universo de 3,5 milhões de trabalhadores, perto de 850 mil (24%) “trabalhou sempre ou quase sempre a partir de casa”, na semana do inquérito ou nas três anteriores. Esses funcionários indicam receber um salário líquido de 1.311 euros/mês. Por sua vez, os restantes 2,7 milhões, que continuaram a deslocar-se ao local de trabalho, recebem em média 839 euros mensais.

Os mais qualificados têm mais probabilidade de fazer teletrabalho

De acordo com o jornal, estes resultados corroboram as informações de que o trabalho a partir de casa é mais verificável entre os mais qualificados.

Já se também incluirmos os trabalhadores independentes, do total de 4,7 milhões, 1,1 milhão (23%) “trabalhou sempre ou quase sempre a partir de casa”, sendo que o grande motivo foi realmente a COVID-19 (91%).

De todos os trabalhadores que ficaram em teletrabalho, a maioria são licenciados (54%), mas também há quem tenha o ensino secundário ou pós-secundário (17,3%) e ensino básico (4,7%). Já 70% daqueles que declararam ter ficado em teletrabalho neste segundo trimestre, o que corresponde a 765 mil, alguns há mais de um mês, são licenciados, 22% têm secundário ou pós-secundário e 8,2% possuem o ensino básico.

Por sua vez, a maioria dos que estiveram a trabalhar a partir de casa são de áreas intelectuais ou científicas (61% – 620 mil pessoas), seguido dos políticos, dirigentes e gestores (35%) e técnicos profissionais de nível intermédio (35%).

Já nos setores de atividade, o teletrabalho destacou-se sobretudo na categoria informação e comunicação (76%), na educação (63%) e nas atividades financeiras (61%). Por outro lado, os setores onde o teletrabalho não se realizou foram maioritariamente a indústria e construção (98%), operadores de máquinas e linhas de montagem (99%), trabalhadores não qualificados (98%) e agricultores e pescadores (91,2%).

Horas trabalhadas são semelhantes entre quem trabalhou em casa ou no local

De acordo com as conclusões do INE, relativamente às horas trabalhadas não há uma diferença significativa entre trabalhar ou não a partir de casa. Em média, quem trabalhou fora de casa fê-lo por cerca de 36 horas/semana, já em teletrabalho esse valor é de 35 horas/semana.

As vantagens do teletrabalho incidem ainda na manutenção da remuneração, nos casos em que não foram abrangidos pelo lay-off.

Mas este regime poderá agora ir sofrendo uma diminuição com o relaxamento das medidas e a reabertura gradual dos negócios. O INE apurou ainda junto das empresas que na primeira quinzena de julho 37% das empresas tinham funcionários em teletrabalho. Mas esse valor era 10% superior na quinzena anterior.

Ainda de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, para trabalhar a partir de casa 67% das pessoas precisam de um computador ou de um smartphone e 28% necessita apenas do computador.

De qualquer forma, o governo português tem o objetivo de regular o teletrabalho, no público e no privado, podendo haver novidades já para setembro.

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