OpenStreetMap – A Wikipedia dos Mapas
A cartografia digital é parte integrante da nossa vida. Já não saímos de casa sem o nosso fiel amigo GPS que temos disponível, em várias versões, no smartphone. Sabemos que nos podemos perder que facilmente encontramos o caminho.
O Google Maps (por exemplo) em dispositivos móveis, é um apoio fundamental para encontrar os locais que pretendemos visitar. mas há outras fantásticas plataformas. vamos conhecer o OpenStreetMap.
Embora, para todos os utilizadores, o Google Maps, Mapas da Apple, Bing Maps, Mapas da Sapo e outros serviços semelhantes, sejam gratuitos, a realidade é que de facto não é bem assim. Os dados contidos nos mapas, são abrangidos por direitos de autores e ficam cativas debaixo de políticas restritivas de utilização. Por isso é importante haver alternativas como o OpenStreetMap. Com este sistema de mapas, podemos construir uma espécie de mapa mundial social, sem violar qualquer propriedade intelectual.
OpenStreetMap é bom e gratuito
Este tipo de mapas têm outras vantagens, qualquer programador que queira construir uma aplicação sobre o mapa cartográfico da Google, tem que obedecer às suas políticas de utilização. No OpenStreetMap, o caso muda de figura, ficando o programador livre para utilizar toda a informação existente de uma forma muito mais permissiva, seguindo a licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 2.0.
Esta comunidade está a crescer a cada dia que passa com milhares de utilizadores que já contribuíram para este projecto. Um passo importante para este projecto, foi o facto de a Microsoft ter reconhecido o valor deste esforço e recentemente ter permitido a esta comunidade utilizar as imagens de satélite aéreas do seu serviço Mapas Bing, para que o projecto as possa usar como base para evoluir este serviço. Mas se a Microsoft permitiu o uso de imagens de satélite do serviço de mapas o que falta? Falta tudo o resto, os metadados.
Em termos de metadados, o OpenStreetMap, suporta desde, estradas, escolas, monumentos, restaurantes, hoteis, enfim... Isto significa que pode ser usado como um simples mapa para direcções, ou como um poderoso recurso de pontos de interesse.
Em Portugal, esta comunidade está a arrancar e a dar os primeiros passos. Razão pela qual há ainda muitas cidades e vilas incompletas, ou quase inexistentes.
Mas como pode qualquer pessoa começar de uma forma simples a editar mapas?
Basta criar uma conta no OpenStreetMap que dará acesso ao processo de edição. Depois disto, basta escolher a melhor ferramenta para editar o OpenStreetMap. De seguida, apresentamos duas bastante populares, embora a oferta não se reduza a estas.
Potlatch2
É simples e como é totalmente desenvolvido em flash, corre em qualquer browser com este plugin instalado. É Invocado quando se clica no separador “Editar” da página do OpenStreetMap. É o nosso favorito pela simplicidade.
JOSM
Como o próprio nome sugere, é um editor java de OpenStreetMap. Tal como o Potlatch2 é multiplataforma. O JOSM é um editor mais completo para utilizadores mais avançados, possui um maior leque de opções, inclusive maior diversidade de tags para adicionar pontos de interesse. Exige um processo de habituação dado a interface ser mais complexa. Contudo tem a vantagem de poder trabalhar na edição de mapas offline.
O sucesso crescente do OpenStreetMap já se nota claramente, pois existem cada vez mais conjuntos de aplicações para Android e iOS que já dependem desta solução. Num mundo ideal e com elevada colaboração dos utilizadores, implicaria que o OpenStreetMap tivesse a vantagem de ser mais preciso que qualquer outra solução de mapa. Isto porque apenas fica dependente de quem conhece bem as regiões que edita. Esta componente social de edição de mapas, revela-se da máxima importância devido à falta de flexibilidade de serviços semelhantes para corrigir erros. Mas como ainda estamos longe do cenário ideal, falta neste momento uma maior comunidade nomeadamente no nosso país.
Como Portugal tem uma elevada tradição no turismo, ter um mapa detalhado faz toda a diferença. E em tempo de crise, nem que seja adicionar um ponto de interesse (POI), ou uma rua num ponto do nosso país, pode ser importante para ajudar quem venha visitar o nosso país e incentivar o turismo em terras lusas.
Homepage: OpenStreetMap
Licença: GPL
Sistemas Operativos: Windows/Mac/Linux
Download: JOSM 1.5 [5.8MB]
Homepage: JOSM
Este artigo tem mais de um ano
Coincidências do ‘caneco’
Acabei agora mesmo de carregar umas alterações na Praia da Areia Branca (Lourinhã).
Em Portugal existem grupos (uns mais organizados que outros) que organizam mapping parties, como o paralelo 40 http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Paralelo_40 que focam a sua actividade em determinadas zonas.
Existe uma mailing list talk-pt@openstreetmap.org e mesmo uma wiki http://wiki.openstreetmap.org/wiki/WikiProject_Portugal
Cumps
Afinal tb temos outro “mapper” aqui, pensava que eu era dos poucos em portugal 😛 !
Já agora quem quiser começar, e não souber por “onde” começar, fica aqui o link com os bugs detectados em portugal, onde podem corrigir falhas detectadas por outros utilizadores
http://openstreetbugs.schokokeks.org/?lon=-8&lat=39.7&z=7
Quanto ao artigo, parabéns ao pplware por divulgar o openstreetmap, é um projecto com mérito! Tem sido um grande passatempo meu!
Quero sublinhar que os links dados no fim do artigo são só para o JOSM (um dos editores de OpenStreetMap) é não do projecto.
Também há um erro na Licença sobre JOSM, nao é Freeware, JOSM é um software livre com licença GPL.
Os links importantes do projecto são :
– a pagina principal em http://www.openstreetmap.org é aqui que devemos se inscrever para poder contribuir
– a documentação em http://wiki.openstreetmap.org que se deve ler e que não necessito inscrição.
O projecto OSM está por enquanto em licença CC-by-SA http://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0/ com passagem para ODbL (Open Database Licence) http://www.opendatacommons.org/licenses/odbl/ para uma uma melhora protecção dos dados.
Excelente Francisco. Bons apontamentos e reparos.
Obrigado.
Obrigado pelo excelente artigo!
Agora imaginem que se juntavam as informações e dados com as disponíveis no wikimapia… http://wikimapia.org
Paulo, o wikimapia pode até ser um esforço interessante de catalogar os principais pontos de interesse do mundo. Mas o grande problema desse serviço é que usa como imagens de satélites aéreas o google (penso que suporta o openstreetmap como background, embora ja testei mudar para essa vista e n sei porque certos sitios deixaram de me aparecer.).
O wikimapia já esteve mais na “moda” que agora. Isto porque os responsáveis pelo projecto decidiram lançar uma vez uma nova versão sem o consentimento da comunidade, e originou que muitos utilizadores abandonassem essa plataforma. Houve inclusivé vandalismos nesse sistema de utilizadores enfurecidos (podes encontrar toda a polémica descrita na wikipedia). Posso te dizer que já encontrei alguma informação incorrecta de pontos de interesse (POI) no wikimapia.
E nessa questão apesar de haver pormenores incompletos em estradas, nunca encontrei um POI, mal definido no openstreetmap (isto é dizer que é o restaurante xpto, mas afinal era a tasca do zé).
Claro que era fundamental que esses projectos se unissem, dava uma base espectacular de a maior base de dados aberta de estradas mundiais (openstreetmap), com a maior base de dados aberta de pontos de Interesse (wikimapia).
Mas o openstreetmap como projecto mais comunitário, parece-me divergir um pouco do wikimapia que me parece um projecto com mais restrições e menos a prol da comunidade. O que a meu ver inviabiliza que os dois se unam algum dia (na minha opinião claro). Mas nunca se sabe… 😉
Já uso há algum tempo, e costumo dizer que se cada um de nós pessoa, inserir a sua rua ou outro POI caso a rua já esteja desenhada, o mapa ficaria o mais completo do mundo. A questão é que nem todos estão para isso…