A instalação de câmaras em casa é um método comum para garantir uma proteção e segurança acrescida, contra assaltos, por exemplo. Todavia, aparentemente, hackers chineses têm vindo a roubar imagens privadas das câmaras de segurança com o objetivo de as vender online.
Os vídeos são mais caros se o conteúdo incluir nudez ou atos sexuais.
Privacidade à venda na Internet
A tecnologia, de entre tantas outras coisas, permite acrescer os métodos de segurança numa casa comum. Por exemplo, além dos alarmes, os residentes podem instalar câmaras que captam tudo aquilo que acontece e, dessa forma, garantem uma maior segurança.
Na China, essa segurança parece estar a ser posta em causa, uma vez que há indícios de roubo da privacidade.
De acordo com o South China Morning Post (SCMP), hackers chineses têm vindo a roubar imagens provadas de câmaras de segurança. Depois disso, vendem-nas online por um preço que varia consoante o conteúdo.
Conforme explicado, os vídeos são vendidos através de meios de comunicação social e os preços variam entre os 50 yuan (cerca de 6 euros) e os 20 yuan (cerca de 3 euros). Respetivamente, para conteúdos que envolvam nudez ou atos sexuais e vídeos mais simples, como aqueles que incluem tarefas do quotidiano.
Além disso, os hackers estão também a vender visualização em tempo real, formando packs, através da identificação das câmaras e das suas palavras-passe.
Por 70 yuan (cerca de 9 euros), recebem conteúdo roubado de 10 casas, sendo que 10 casas e 10 hotéis já custarão 150 yuan, perto de 20 euros. Pelo dobro, imagens de 20 casas e 20 hotéis rondarão os 258 yuan (cerca de 33 euros).
Conteúdos ilegais, mas hackers escondidos
Se podia ser algo efémero, aparentemente, não será. Um dos hackers responsáveis, que rouba os vídeos, vende a intermediários que posteriormente vendem a particulares, revelou ter até 8 000 vídeos só de fevereiro.
Tenho tantos vídeos que não é possível terminá-los todos dentro de seis meses, mesmo que se veja 24 horas por dia. Se quiserem ganhar dinheiro, podem ser meus agentes, obtendo-os a um preço mais baixo de mim e vendendo-os a um preço mais elevado.
Disse o hacker à Henan Television.
Revelou também que tem dezenas de pessoas pelo país a instalar câmaras e, apesar da possibilidade de serem descobertas, admite que lhe custaria muito pouco e seria facilmente compensado com a venda dos vídeos.
Embora seja uma prática claramente ilegal, não é fácil detetar os hackers, acrescendo-se o facto de estarem online.