Estamos numa era onde começa a ser possível estarmos ligados ao mundo mesmo quando estamos em terra no mar e até no ar. Com a rede Starlink, as ligações por satélite estão a tornar-se “banais”, pois iremos ter internet mesmo em qualquer lado do globo. Depois da empresa de Elon Musk ter começa a equipar os navios de cruzeiro com a rede da SpaceX, chegou a vez dos aviões.
Em breve, vai poder viajar de avião e ver as suas séries preferidas com streaming de qualidade com sinal vindo “de cima”.
Estamos de facto a assistir à mudança de paradigma. Hoje, as comunicações via satélite começam a chegar até ao nosso bolso, com a Apple a lançar no iPhone 14 um sistema de comunicações SOS que tira proveito de uma rede de satélites a orbitar na LEO (órbita baixa terrestre). Contudo, outras empresas já estão igualmente a fornecer sinal de internet às habitações, barcos, carros e agora até aos aviões.
A SpaceX quer mostrar ao mundo que o seu sistema de satélites Starlink pode entregar conteúdos Netflix ou YouTube a 11 mil metros. Assim, realizou recentemente uma demonstração para os meios de comunicação a bordo de um jato operado pela sua primeira companhia aérea cliente, a transportadora regional JSX.
Segundo o que foi descrito pela Bloomberg, neste voo de teste JSX, com cerca de uma dúzia de pessoas a bordo, o sistema Starlink registou consistentemente capacidades de transmissão superiores a 100 megabits por segundo, conforme medido pela aplicação Ookla, que mede velocidade de internet.
Satlink: Internet em todo o mundo em qualquer lugar
É sabido que a proposta de Elon Musk com a rede Starlink é levar internet de banda larga de qualidade a todos os sítios, inclusive às áreas remotas do planeta. Para conseguir isso, a rede utiliza um conjunto de mais de 3 mil pequenos satélites que circundam o planeta em 90 a 120 minutos numa órbita baixa.
A rápida viagem de Burbank a San Jose, Califórnia, teve também como objetivo uma primeira abordagem de Elon Musk para adquirir a empresa de TV via satélite para os fornecedores de equipamento de comunicações Intelsat e Viasat, que já atendem milhares de aviões.
Além disso, este é um primeiro teste à rede, que vai ter uma difícil tarefa. Isto porque os pequenos satélites têm muito menos capacidade que outros sistemas e vão ter de lutar para atender às necessidades de milhares de aviões nos céus carregados de passageiros.
Cada passageiro quer uma ligação e isso vai-se tornar numa incrível necessidade por estes pequenos satélites.
Vantagens da Starlink nos aviões e muito mercado potencial
Existem alguns benefícios da rede da SpaceX no próprio avião. A aeronave não necessita de grandes estruturas para comunicar com os Starlink. O tamanho reduzido e plano da antena é um elemento facilitador.
Atualmente e em comparação com outros sistemas já usados pelas companhias de aviação, este é menos volumoso do que as antenas parabólicas giratórias amplamente utilizadas por outros serviços de satélite. Por isso, a estrutura encaixa-se sem esforço no corpo dos jatos regionais menores – como o da Embraer que a JSX utiliza. Mas também tem facilidades nos outros de maior capacidade.
Este é um mercado que está efetivamente no foco de Elon Musk. Segundo a empresa de pesquisa e consultoria NSR, cerca de 10 mil aeronaves comerciais já possuem wireless em voo, um número projetado para ultrapassar 36 mil até 2031. Além disso, espera-se que a receita anual no mercado suba de 1,9 mil milhões de dólares conseguidos em 2021, para mais de 7,3 mil milhões de dólares até 2031.
Atualmente, os esforços de Musk já deram alguns frutos. Segundo a publicação, o magnata, apesar de ter a sua proposta rejeitada por quatro das maiores companhias aéreas dos Estados Unidos, conseguiu, contudo, fechar contrato com duas empresas, a JSX e Hawaiian, em abril deste ano.
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