Pplware

WeChat: Trump ameaça mercado da Apple que vale 44 mil milhões de dólares na China

A “guerra” entre Trump e a China está a usar as empresas mais preponderantes como pedras num xadrez económico. Se de um lado a Huawei está a ser posta em causa há mais de um ano, agora com decisões de banir determinadas aplicações chinesas em dispositivos americanos, a Apple poderá igualmente perder um gigantesco mercado. Os analistas adiantaram que com o bloqueio ao WeChat no iPhone, se for extensivo à loja da Apple na China, a perda poderá ser enorme.

Segundo um recente inquérito elaborado aos consumidores na China, o confronto entre usar iPhone ou usar WeChat, poderá abalar o império de vendas da Apple que vale 44 mil milhões de dólares.


Apple vs WeChat, braço de ferro que a Apple pode perder

A Apple tem na China um dos seus principais mercados. As vendas da gigante americana têm crescido e a posição da marca está a ganhar força, no meio de centenas de concorrentes Android lá fixados. No entanto, nuvens negras parecem aproximar-se deste trabalho que a empresa de Cupertino tem feito ao longo dos últimos anos.

Segundo informações, os adeptos do iPhone em toda a China estão agora a reconsiderar a sua ligação com o dispositivo. Depois de Donald Trump ter emitido uma ordem executiva, na semana passada, proibindo empresas americanas de fazer negócios com o WeChat, as pessoas pesaram qual seria mais vantajoso para as suas vidas.

Atualmente na China, o WeChat tem um peso muito grande na vida das pessoas em sociedade. Assim, esta aplicação tornou-se na ferramenta para praticamente tudo no quotidiano de milhões de chineses. A app é usada para comunicar, para as compras no supermercado, para os transportes, para o acesso a áreas desportivas, para o acesso a espetáculos, para praticamente tudo o que exija pagamentos e identificação. Os chineses referem que o WeChat é a app mais importante que têm no seu telefone.

Portanto, quando pesada a importância do iPhone ou da app que está intimamente ligada à vida de cada chinês, a resposta é fácil.

 

Bloqueio do WeChat deve ser só nos Estados Unidos

No início desta semana, várias empresas de análise de mercado apontaram que o bloqueio iria apenas afetar o WeChat nos Estados Unidos. Assim, o impacto pouco de irá sentir no lado da app e serviço WeChat no gigante mercado asiático. Contudo, as palavras de Trump poderão ainda trazer problemas para a Apple.

A empresa norte-americana acaba de sair de um trimestre forte na China. O seu mercado internacional mais importante e onde está a enfrentar uma concorrência cada vez mais intensa de rivais locais do Android, como a Huawei. Além disso, a Huawei mesmo sem loja americana disponibiliza na sua loja o WeChat.

A estratégia da empresa de Cupertino de atrair compradores que nunca tiveram um iPhone, oferecendo um dispositivo mais barato, como foi o iPhone SE, pode ser totalmente prejudicada.

 

WeChat liga milhões de pessoas no mundo

WeChat é um serviço multiplataforma de mensagens instantâneas desenvolvido pela Tencent na China, lançado originalmente em janeiro de 2011. Atualmente tem cerca de mil milhões de utilizadores em todo o mundo. Então, se a Apple for forçada a remover o serviço das suas lojas de aplicações globais, as vendas anuais do iPhone cairão de 25% a 30%.

Além disso, outros produtos serão igualmente afetados, como é o caso dos AirPods, iPad, Apple Watch e computadores Mac. Segundo o analista Kuo Ming-chi, estima-se que estes poderão perder entre 15% a 25%.

Numa pesquisa realizada no serviço Weibo, uma rede social semelhante ao Twitter, foi pedindo aos consumidores que escolhessem entre ter o WeChat ou ter o iPhone. Foram conseguidas mais de 1,2 milhão de respostas até agora, com cerca de 95% dos participantes a preferirem desistir dos seus dispositivos.

A proibição forçará muitos utilizadores chineses a mudar da Apple para outras marcas porque o WeChat é realmente importante para nós. A minha família na China está acostumada com o WeChat e toda a nossa comunicação está na plataforma.

Explicou Sky Ding, funcionário da Fintech em Hong Kong, à Bloomberg.

Em suma, estas decisões de Trump poderão pôr em causa muitos milhões à Apple e, indiretamente, a outras empresas americanas. A título de curiosidade, desde que o iPhone começou a ser vendido na China, em 2009, já vendeu mais de 210 milhões de unidades. Claro está que uma queda nas vendas do iPhone de forma drástica irá igualmente trazer à China desemprego. A Apple emprega milhares de pessoas nas muitas fábricas que são usadas na produção dos seus equipamentos.

 

Leia também:

Exit mobile version