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A visão “impossível” da Ford sobre entregas de mercadorias

A Ford, empresa pioneira no fabrico massivo de carros movidos a gasolina no século passado, tem uma visão profética do mundo sem condutores.

Há uns meses comprou uma empresa dedicada ao desenvolvimento de carros autónomos e na semana passada revelou ao mundo o seu conceito de carrinha elétrica de transporte de mercadorias, parte do projeto que se chama Autolivery.

Já não temos quaisquer dúvidas que as estradas, em pouco mais de uma década, não terão condutores e os carros serão autónomos e elétricos. Os esforços são de tal ordem por parte dos maiores players no segmento automóvel que dificilmente haverá uma mudança de agulhas. Agora, o que estamos a assistir é um explorar de possibilidades no que toca a serviços possíveis de automatizar.

O foco da Ford é fabricar uma carrinha que possa facilitar a vida das pessoas nas grandes cidades e, simultaneamente, descongestionar os centros urbanos. Para isso, a empresa tem um “sonho”. Mas esse sonho das entregas automatizadas é partilhado por outras empresas. Ainda recentemente falámos na UPS que apresentou o novo veículo de entregas que recarregava drones para auxiliar nas tarefas de fazer chegar as mercadorias a casa das pessoas. Também a DHL e a Amazon já testaram estes modelos autónomos.

A Ford mostrou as suas ideias em Barcelona, no World Mobile Congress, e fez questão de mostrar que os drones estão igualmente incluídos no conceito de auto-entrega projetado para os meios urbanos.

Num exemplo que poderia ser de qualquer um de nós, a Ford mostra que as pessoas podem ter a vida facilitada com software e apps que agilizam as atividades do dia a dia, automatizam o pedido de compras e os veículos da Ford deixam os bens encomendados à porta do cliente. Praticamente tudo é resolvido com uma simples app, uma espécie de Uber sem condutor e que entrega as compras de supermercado.

 

E o emprego?

Esta é a velha questão que tem sido arrastada sempre que se fala em carros autónomos, entregas automatizadas, robôs e plataformas tecnológicas. Muitos empregos pelo meio serão perdidos e serão tecnologias autónomas e robôs a fazer os serviços. Bill Gates sugeriu que estes deveriam pagar impostos igualmente e se assim for, além destas tecnologias tirarem os salários às pessoas tiram também o direito a pagar impostos. Nem tudo é mau, aliás, sabemos que as visões futuristas sempre trouxeram o infortúnio do desemprego, mas certamente que outras oportunidades de negócio serão criadas e darão emprego às pessoas.

Os sites da especialidade até já fizeram contas. A ser aplicado este sistema a uma escala global nos Estados Unido, e tomando como referência os dados de 2015 sobre emprego, poderiam perder o seu ganha-pão cerca de 827 000, que atualmente estão no ramo das entregas, sejam eles os condutores ou distribuidores, o que corresponde a uma perda por pessoa, anualmente, na casa dos 34 mil dólares.

A Ford ainda só tem um conceito e não um modelo físico do seu sonho, assim os entregadores e motoristas podem ainda descansar que tão cedo a ideia da Ford não avança e não lhes tirará o emprego… pelo menos para já, porque o futuro Deus pertence… e à tecnologia, claro!

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