Sabia que é dador de órgãos? Se não quiser, tem de se registar como não dador
Alguns casos recentes vieram levantar novamente o assunto da doação de órgãos de pessoas que tiverem morte cerebral, mas tinham todos os seus restantes órgãos em bom estado. Convém relembrar que doação é um gesto altruísta, considerado como o maior ato de bondade entre os seres humanos. Atualmente existem milhares de pessoas que precisam de um transplante para continuarem a viver ou melhorarem a sua qualidade de vida. Assim, a legislação portuguesa assenta no conceito de doação presumida, pelo que uma pessoa a partir do momento em que nasce adquire o estatuto de dador.
Alguém que deseje não ser dador terá que por iniciativa própria, ou através de alguém com o direito de o representar (pais, no caso de menores), registar-se no Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA). Esta objeção poderá ser total ou parcial. Vamos perceber melhor o que é o RENNDA.
Dador de órgãos: se não quiser, tem de dizer
A realidade desde sempre é que as listas de espera para transplante de órgãos e tecidos continuam a aumentar e não se consegue aumentar o número de dadores. A única forma de resolver este problema é ser dador de órgãos e incentivar as pessoas à nossa volta que também o sejam, quantos mais dadores de órgãos existirem, maior será o número de vida que se poderão salvar.
Conforme referimos, A legislação portuguesa assenta no conceito de doação presumida. Portanto, cada um dos cidadãos portugueses, a partir do momento em que nasce, estão automaticamente inscritos como dadores.
Este é, contudo, um tema que não reúne consenso e muitas pessoas, famílias, são apanhadas de surpresa na hora de se despedir do seu familiar. Conforme vimos recentemente, a atriz Anne Heche, após ter sido declarada com morte cerebral. A atriz foi mantida no suporte de vida para procederem à recolha dos seus órgão.
Mas e se a pessoa não quiser ser dadora? Nesse caso, a lei portuguesa permite que ela entre para o RENNDA.
Como posso registar-me como não dador?
A inscrição no Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA) é realizada através da apresentação de um impresso do Ministério da Saúde, pelo interessado ou por quem o represente, em qualquer unidade de saúde.
O preenchimento do impresso é controlado pelo funcionário no momento da sua apresentação e mediante apresentação da identificação. A receção do impresso é confirmada pela entrega imediata de uma cópia que atesta a entrada do formulário nos serviços, assinada de modo legível pelo funcionário ou agente responsável.
A inscrição no RENNDA produz efeitos decorridos quatro dias úteis após a receção do impresso. Este registo como não dador pode ser feito em qualquer centro de saúde e a qualquer altura da vida.
Quais são os documentos necessários?
Para fazer o registo de não dador apenas é necessário o Cartão de Cidadão. Além disso, serão recolhidos dados pessoais para tratamento automatizado.
Estes são os dados solicitados:
- nome
- morada
- naturalidade
- nacionalidade
- data de nascimento
- sexo
- Cartão de Cidadão
- órgãos, tecidos ou fins que não são objeto de doação
Os dados são conservados durante os 10 anos subsequentes ao falecimento do titular do registo. Atenção, este pedido não tem quaisquer custos para o utente.
Tenho direito a um cartão de não dador?
A todos os cidadãos que se tenham inscrito no Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA) é fornecido um cartão individual de não-dador.
A Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) emite e envia ao destinatário o cartão individual de não dador no prazo máximo de 30 dias contados da receção do impresso de oposição à dádiva.
Quem pode consultar o Registo Nacional de Não Dadores?
Os estabelecimentos hospitalares públicos ou privados que procedem a colheitas post-mortem de tecidos ou órgãos devem, antes de iniciar a colheita, verificar a existência de oposição ou de restrições à dádiva constantes do Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA). Para tal, têm acesso ao RENNDA.
A colheita de tecidos pelos institutos de medicina legal só pode ser realizada após verificação da não oposição à mesma, através da consulta do RENNDA.
Este artigo tem mais de um ano
“…uma pessoa a partir do momento em que nasce adquire o estatuto de dador.” Olha,desta não sabia. 😐
Desde que nasces já assinas-te (?) a constituição. Mas se fores um imigrante então realmente tens de assinar que aceitas e vais cumprir. Mas como és português (por imposição á nascença) então já está “assinado” kkk
Onde assinámos nós a constituição…??
Já te perguntaste onde “compraste” a naturalidade?
(“Compraste” porque diz-se “adquirir a naturalidade”, logo…)
Não esquecer que há certos deveres que vêm agarrados aos direitos!
Acho que todos devíamos também estar, à partida, na base nacional de dadores de medula.
Ou seja, queres que toda a gente seja perfurada com uma agulha de 20cm só para constar numa base de dados? E iam fazer isso aos bebés à nascença?
Depois maioria das pessoas não está para ficar 1 mês de baixa para ajudar um desconhecido.
Dador de órgãos caso não saibas a pessoa já morreu para os doar…
Ou seja, não sabes do que falas, mas quiseste vir cá mandar bitaites. Uma “agulha de 20cm” para tirar uma amostra de sangue?!
1 mês de baixa para salvar a vida de alguém, não vale a pena?! E se esse alguém fosse um familiar teu? Um pai, um filho, um irmão… Também achavas que a vida dele não valia 1 mês de baixa de alguém?
Nem sempre 🙂
Podar doar um rim e manter-te vivinho da silva 🙂
Dar orgãos de graça? Como é que isso é suposto estimular a economia???
Doar órgãos depois de morto…
E esses orgaps depois de mortos ainda se conseguem usar em perfeitas condicoes ?
Depois de morrer se alguém precisar de algum dos meus órgãos para viver estão á vontade. Não me fazem falta.
Problema vai ser convencer o seu espírito de que você já não precisa mais daquele seu órgão que meteram em outra pessoa e que por algum motivo estranho não se consegue libertar da Terra e avançar para outro plano de existência onde pode continuar a evoluir… enquanto aquele órgão estiver em alguém vivo.
Se tal acontecer-lhe, depois vê como é “bom”.
LOLOL
Vai dizer isso a 1001 religiões que andam por aí, algumas nem transfusões de sangue para salvar uma pessoa permitem
Exacto muitas religiões são contra transfusões de sangue, normalmente não sabem é dizer o porquê. O porquê, é porque o sangue está directamente ligado ao espírito da pessoa… é o espírito que o “anima”, que lhe dá “vida”… digamos que o espírito transmite a energia que o torna funcional.
O sangue só começa a circular no corpo da criança, dentro da barriga da mãe, quando o espírito entra no corpo em formação a meio da gestação.
As pessoas gostam de ver o corpo humano como se de um carro se tratasse… está avariado? Vou ali buscar a outra pessoa esta e aquela peça e está resolvido. E à superfície está resolvido, o problema são as implicações espirituais… dessas só se apercebem mais tarde.
Isto não é o “vale tudo” para me safar, ou safar o outro… embora seja assim que se age na actualidade, daí a desgraça que abunda, e maior desgraça já há muito profetizada ainda irá realizar-se porque estes atados ao intelecto, gente com cérebros doentes na realidade, não conseguem ver além da capacidade intelectual presa à Terra, por ser da matéria morta a sua proveniência, ao passo que o espiritual que é eterno e consegue ter uma visão muita mais ampla, e que está dentro não se consegue comunicar porque as próprias pessoas mantêm uma barreira interior que impede tal comunicação… e tem de querer derrubar tal barreira de verdade e se ligar ao espírito para entenderem que muito do que pensam e fazem está objectivamente errado… e isso só fará sentido se compreenderem que existe mais do que a vista terrena alcança… e para isso precisam de uma boa comunicação entre o espírito e o intelecto, se só o intelecto funcionar é impossível entenderem o porquê de não poderem fazer certas coisas.
Em relação às transplantações de sangue, tinha uma familiar próxima, que já morreu, que tinha uma saúde débil e que por isso teve de receber imensas transfusões de sangue durante uns anos, e ela que não era religiosa, chegou a dizer algo do género: que sentia como se tivesse múltiplas pessoas/ personalidades de outras pessoas dentro de si, e tal parecia perturbá-la. Se não existe qualquer ligação espiritual do sangue com a pessoa doadora, meterem sangue de outras pessoas nela deveria ser como beber um sumo, não deveria ter feito a minha familiar ter essa sensação… e no entanto tinha tal sensação a ponto de mo ter dito espontaneamente.
Quem conhecer pessoas que andem a levar muitas transfusões de sangue, há muito tempo, pergunte-lhes, discretamente e com sensibilidade, se começaram a ter a sensação de ter múltiplas pessoas dentro de si ou de ter múltiplas personalidades de outras pessoas dentro de si… ou uma sensação similar a isso que no fundo vá nesse sentido. Duvido que a minha familiar seja a única pessoa que teve tal sensação… deverá haver muitas outras pessoas que terão o mesmo tipo de sensação e que talvez nem o digam apesar de sentirem tal. Se conseguirem criar um contexto em que a pessoa se sinta verdadeiramente à vontade para dizer realmente a verdade sem sentir que vai ter qualquer julgamento da vossa parte, talvez o admita.
Conheço quem tenha levado transfusões e não tenha sentido absolutamente nada, o que anula por completo a tua teoria. Aliás, fazer tais afirmações sem qualquer fundamento válido, é uma aberração.
Ridículo.
Onde se compra isso???
Também quero!!!!!!!!!!!
+1
Só espero que quem estiver contra isto, que nunca precise ou tenha familiares que precisem de órgãos.
Bom artigo, desconhecia.. mas não pretendo assinar isso. So apenas mais um, se um orgão meu ajudar a salvar uma vida, então que seja.
Só gente a pensar nela mesmo como é habitual nestes nossos dias. Esperemos que nunca precisem de um órgão durante a vossa saudável vida sem vícios. Depois de mortos ainda existe a possibilidade de ajudar alguém que necessita, poderá ser um familiar inclusive mas nãoooooo. Ainda há quem pense em lucrar com isto depois de morto!? Really!? LOOL
+1
Porra só se for aqui na tugalandia porque em muitos sitios temos declarar doador.
Qual é a tua definição de muitos? Quais as fontes para tal afirmação?
Dos 27 estados membros da EU, 20 funcionam como opt-out (em que se não disseres nada é assumido que os teus órgãos podem ser usados), e apenas 7 são opt-in.
E posso afirmar que essa lista está desatualizada, visto os Países Baixos aparecerem como opt-in, o que não é verdade visto desde 2020 a lei ter mudado para opt-out.
https://www.europarl.europa.eu/RegData/etudes/BRIE/2020/649363/EPRS_BRI(2020)649363_EN.pdf
Na verdade na maioria dos países do primeiro mundo é igual a Portugal. Aliás, Portugal copia sempre tudo.
Portugal nao copia, e um exemplo no mundo. O nosso sistema nacional de saude salva muitas vidas e gracas ao Partido Socialista os portugueses podem orgulhar se de ter um dos melhores sistemas de saude gratuitos do mundo. Deviam agradecer ao PS e Antonio Costa
Pode ter contribuído para a sua formação, mas isso já é passado – servem-se sempre dessa bandeira para fugir às responsabilidades.
Nos últimos anos (o PS) tem gerido o SNS com uma extraordinária incompetência.
E é Serviço (não é sistema) Nacional de Saúde.
Pode ter contribuído para a sua formação, mas isso já é passado – servem-se sempre dessa bandeira para fugir às responsabilidades.
Nos últimos anos (o PS) tem gerido o SNS com uma extraordinária incompetência.
E é Serviço (não é sistema) Nacional de Saúde.
Devia ser ao contrário.
Concordo.
Embora eu não me oponho a ser doador, quando morrer façam o que quizerem com o meu corpo.
Se calhar é pela maioria (assumo!) pensar dessa forma que o sistema é assim e não ao contrário
Não vejo problema nenhum aqui, a não ser se alguém que pertence à administração de um serviço de saúde precise de um coração para um familiar e mate propositadamente alguém para ter esse coração e passe o familiar para o 1º lugar da lista dos transplantes de coração.
Sim, vejo muitos filmes. Eu preferia ser não dador de órgãos por defeito e preferia que fosse iniciativa minha decidir se queria ou não e que tal não tivesse tanta burocracia inerente. Dada a burocracia que afastaria muito pessoal que quisesse ser dador e ainda mais os calões, estou de acordo com este processo.
PS: E há outras coisas que podem afetar se alguém quer um coração de um morto de acordo como seu estilo de vida. Pensem!!
O problema aqui são médicos demasiados entusiastas com transplantes ou com cunhas/pagos para deixar alguém morrer para dar um orgão a outra pessoa.
Basicamente deixaram-te morrer para extrairem os orgãos. Até não me admirava de uma situação com contabilidade macabra de : se deixar este tipo morrer tenho 2 orgãos que vão salvar 2 pessoas.
Talvez seja por isso que querem passar a eutanásia!
Coitado do pobre diabo que levar um órgão meu, morre logo de vez.
Os meus órgãos só funcionam no meu corpo.
Foram geneticamente aperfeiçoados e só funcionam dentro do corpo que tiver o ID correcto.
Colocar noutro corpo com o ID incorrecto ou ausente leva imediatamente o órgão a produzir veneno letal em segundos.
Portanto, já estão avisados….
Era o que faltava , dar um órgão meu se calhar para salvar a vida de um xuxareco.
Era só o que me faltava….
Largueza…
PorcoDoPunjab, o encantador de burros
Tanto SIMPLEX, e até hoje não é possível ir ao portal do cidadão do SNS24 e definir/ modificar esses parâmetros relativamente à doação de órgãos. Nem que as pessoas tivessem de assinar digitalmente um documento PDF para garantir que tinham sido mesmo as próprias pessoas a fazê-lo… ou alguém com acesso a todos os dados (autenticação e assinatura digital).
O que fazia sentido é não haver doação de órgãos, é do seu corpo, porque raio vão tirar do seu corpo para meter em outro? Isso não é macabro? Não desperta imediato repúdio? Mas a existir deveriam ser as próprias pessoas a defini-lo, já que em última instância é o seu corpo, e vão tirar-lhe algo que não é suposto sair no decurso natural de vida. Exemplo: os dejectos, urina, suor, esperma (nos homens), bebés (nas mulheres)… tudo isso é suposto sair de si, é natural esse percurso, mas o seu sangue e órgãos não é suposto sair, muito menos para ir para outras pessoas.
Espero genuinamente, que em alguma altura da tua vida sejas contemplado em primeira pessoa ou não com a necessidade de um órgão “novo” para poderes sobreviver, depois quero ver aqui um post bonito com essa lenga lenga toda
Na verdade eu gostava era de saber se as pessoas que recebem essas doacoes de orgaos terao uma vida saudavel ou normal ou poderao vir a ter outros efeitos indesejados e quantos mais anos de vida vao ganhar com isso. Essas perguntas nunca sao respondidas, so interessa a doacao de orgaos o resto nao se discute.
Existe os 2 casos. É só procurares.
Mandar bitaites assim só estás a gritar ao mundo a tua ignorância.
No segundo caso em que o corpo “rejeita” o órgão novo, existe medicação em vários casos.
Acho que a ciclosporina (que eu já tomei) é um dos que é usado até.
Devia existir igualmente o oposto ou seja, a “possibilidade” de negar transfusões de sangue e órgãos no caso dum acidentado que é transportado inconsciente para um centro hospitalar e não quer acordar X tempo depois com sangue e um órgão que não eram seus.
“(…)Assim, a legislação portuguesa assenta no conceito de doação presumida, pelo que uma pessoa a partir do momento em que nasce adquire o estatuto de dador.(…)”
Nada mais errado, eu por exemplo nasci em 1961 e só adquiri esse estatuto em 1993 por via da Lei n.º 12/93, de 22 de abril, nos termos do seu Artigo 10.º.
Não tem a ver com o nascimento, mas sim com a residencia…