PPLWARE na CeBIT 2010 – G.ho.st e o Windows No Walls
Pela terceira vez desde o aparecimento da CeBIT, a maior e mais importante feira do mundo das TIC, as Global Conferences seguem este ano o tema “The challenges of a changing world – ICT for better lives and better business” – Os desafios de mudar o mundo – TIC para uma vida melhor e um negócio melhor.
A terceira keynote que tive oportunidade de presenciar foi dada por Dr. Zvi Schreiber, da Ghost Cloud Computing, com o título “Cloud computing for the end user” – Computação em nuvem para o utilizador final.
Estas conferências decorrem durante a CeBIT e são constituídas por uma série de keynotes, roundtables e talks com oradores de luxo, tais como inovadores das tecnologias de informação e comunicação (TIC), empreendedores, enfim, indivíduos que se propõem a partilhar as suas visões e os seus planos para o futuro dentro das suas empresas. É já sabido que quando vou a este ou aquele evento, é natural para mim escrever o meu relato de uma forma que se aproxima bastante de um diário. E este não é excepção. O objectivo principal dos meus relatos é aproximar o vosso sentimento de participação, consciência e informação à realidade que tive a oportunidade de vivenciar.
No dia 4 de Março, a terceira e última keynote do meu dia começou às 12h00 logo a seguir à keynote do Skype.
12:00 - 12:30
Cloud computing for the end user
Dr. Zvi Schreiber, Ghost Cloud Computing
Motivação: A computação em nuvem pode transformar não só os data centers corporativos mas também a experiência de computação pessoal tanto para os consumidores como para os empregados de uma empresa. Esta conversa descreve como múltiplas tecnologias cloud, como um Software e como um Serviço, armazenamento de ficheiros na cloud e desktops web estão a convergir, deixando o utilizador de amanhã "viver" na web.
O fim do G.ho.st
Zvi Schreiber começa por dar uma notícia perturbadora: o G.ho.st acabou. Mesmo depois desta semana triste, Zvi decidiu vir mesmo assim à CeBIT falar do G.ho.st num tom de retrospectiva.
O porquê do nome
Já aqui analisado no Pplware, o G.ho.st foi criado em 2006 e pretendeu afirmar-se como um sistema operativo acessível a partir de qualquer browser. "G.ho.st" quer dizer "Global Hosted Operating System", significando também tratar-se de um sistema operativo "fantasma" (ghost).
Utilidade?
Qual era então a utilidade de um sistema operativo na web? Zvi afirmou que o objectivo inicial seria utilizar o G.ho.st por exemplo em cibercafés ou para pessoas que não possuíssem um computador próprio, podendo desta forma qualquer utilizador personalizar o seu próprio sistema operativo.
As origens
Originário da Palestina, este projecto começou com uma equipa muito pequena que comunicava apenas pelo Skype. Em 2007, alugaram a cloud da Amazon para testarem a sua aplicação. Já em 2008, as aplicações web começam a nascer comomcogumelos, assim como múltiplos dispositivos com acesso à Internet, tal como netbooks e smartphones. Nesta altura os jovens são os utilizadores que mais confiam os seus dados na cloud, tal como um adulto confia no banco.
A prioridade máxima neste momento foi a rapidez. Um utilizador não consegue esperar 10 segundos pelo carregamento de um SO no browser, é necessário reduzir esse tempo. criaram também uma versão do G.ho.st para o iPhone e assim atingiram mais mercado.
A cópia do slogan
Durante esse mesmo ano, a Microsoft lança a campanha publicitária "Life without walls" e "Imagine no walls". Indignados com a quase cópia do slogan, a G.ho.st, detentora do slogan "no walls" decidiram rumar pela via judicial, mas mais tarde chegarão à conclusão que não tinham dinheiro suficiente para processar a gigante.
Objectivos aquém das expectativas
Mais tarde, depois depois de alguma análise do passado, chegou-se à triste conclusão de que os objectivos iniciais do G.ho.st não foram cumpridos. Ziv afirma que hoje em dia os utilizadores não querem um desktop tipo Windows, preferem sim uma aplicação web simples, rápida e leve tal como o Gmail ou o Facebook. Por esta razão, em 2010 investiu-se numa nova interface renovada, mais simples e rápida do sistema operativo da web, assim como uma versão comercial e paga.
Mesmo assim, soube-se que o Google paga 17 vezes menos por GB que o G.ho.st e esta situação assustou os investidores. É nesta altura que o G.ho.st fecha, deixando para trás um legado que Ziv espera um dia ser útil a outra empresa.
E esta foi a última keynote do dia. Amanhã há Flickr, Second Life, LinkedIn, Motorola e Wolfram|Alpha. Esperem pelas novidades.
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Este artigo tem mais de um ano
Cada vez mais estamos nas nuvens…
Excelente artigo Ana. Aqui podemos ver então a evolução do mundo tecnológico cada vez mais nas nuvens, ou será no céu?
@dajosova
Se estamos, anda tudo a marinar nas nuvens….e qualquer dia não haverá espaço com tanta nuvem ocupada 🙂
Eu tinha conta no g.ho.st à uns tempos já..
Má noticia 🙁
Ainda tens acesso em ghost.cc
Tens a via portal mais rápida e tens a via webtop (o antigo ghost).
Eu sei que ainda tenho acesso, mas só até dia 15 deste mês, segundo o mail que recebi. A partir daí acabou-se.
Sim, mas só até dia 15 de Março. Depois disso… chapéu 🙁
Cumps
Eu também utlizava o G.ho.st só que recebi o fatídico e-mail há uns dias.
é uma pena ficarmos sem o G.ho.st.
E agora alguma alternativa ao serviço ???
O que aconcelham??