O que esperar do evento Google I/O 2012?!

Este mês de Junho, recheado de novidades tecnológicas, vai fechar com o grande evento anual da Google. É já amanhã, pelas 17h30, que será feita a abertura oficial da conferência Google I/O 2012, em San Francisco na Califórnia, a decorrer de 27 a 29 de Junho.

Como sempre, vamos acompanhar as principais apresentações e listar todas as novidades. Como ante-visão, existem já muitos palpites, rumores e "quase certezas" das muitas novidades que serão anunciadas.

Passemos à listagem e discussão do que poderá ser apresentado amanhã.

Já aqui referimos que, por lapso ou não, surgiu um descrição na compra de um Galaxy Nexus, via Google Play Store, onde referia que este seria o primeiro smartphone a usufruir da nova versão do Android 4.1 Jelly Bean. Tudo carece de confirmação oficial mas é esperado que tal aconteça já amanhã na Keynote de abertura.

Não se conhece muito do que de novo tratá o Android Jelly Bean mas a grande novidade poderá ser a inclusão de várias funcionalidades que vamos enumerar já de seguida.

A Apple lançou a moda dos assistentes de voz com o Siri, incluído inicialmente como um exclusivo do iPhone 4S. A concorrência não quer ficar atrás e a Samsung também não perdeu tempo e colocou algo parecido no seu novo Galaxy S III que, aliás, até perdeu essa exclusividade de forma não oficial.

Existem rumores bastante consistentes de que amanhã serão revelados os frutos do projecto Majel. Será a junção de vários serviços Google como a pesquisa, o seu sistema de reconhecimento de voz e toda a boa integração já inerente nos seus outros produtos e serviços.

Será até aplicado um algoritmo desenvolvido recentemente pela Google, o Knowledge Graph - gráfico do conhecimento - que será capaz de discernir, com maior facilidade e objectividade, o que determinado utilizador quer realmente saber.

Espera-se também que o sistem TTS - text-to-speech, texto-para-voz - seja agora melhorado e perca a voz robotizada que todos conhecemos. Houve uma aquisição nesse sentido, há quase 2 anos, da empresa Phonetic Arts, que promete assemelhar-se ao máximo à reprodução de voz humana.

Como não podia deixar de ser, também as acções iniciadas a partir da voz serão enriquecidas e o sistema terá bastante mais capacidades do que o actual Voice Actions, já existente desde a versão 2.2 Froyo.

Actualmente fala-se de jogos disponíveis na rede social G+, outros disponíveis para Android, outros para o browser Chrome... Mas tudo aponta que esse paradigma esteja pronto a mudar: será a aplicação da tecnologia Native Client.

Esta tecnologia, uma vez implementada, conseguirá facilitar a portabilidade de jogos (e não só) para todas essas plataformas Google. Além dessa facilidade, espera-se também que a mesma possa servir para Windows, Mac, Linux e Chrome OS. Vamos esperar para ver que novidades surgirão para o Native Client.

Será uma espécie de rede social dedicada a jogos e a jogadores. Será através desse meio que poderá ser consultada informação acerca de jogadores, estatísticas, iniciar desafios, jogo em equipa, etc. Já existe algo idêntico incluído em várias aplicações Android, o OpenFeint, e o objectivo da Google será, provavelmente, substituir esse serviço de terceiros por um serviço proprietário.

Espera-se que haja integração de Hangouts e a aplicação da tecnologia Native Client que permitirá jogar através de plataformas diferentes, para jogos multi-jogador.

Resumidamente, o objectivo parece ser algo idêntico ao que o Xbox Live já oferece, no entanto, direccionado ao Chrome, Google+ e Android.

Foi há pouco mais de 2 meses que surgiu a demonstração do que poderá ser, daqui a não muito tempo, o dia-a-dia de muitas pessoas.

A funcionar de forma útil, será algo até agora visto apenas nos filmes e que poderá ser de extrema utilidade. O que se conhece até agora é que ainda existem várias limitações e problemas que precisam de ser resolvidos, no entanto não se sabe que novidades poderão ser apresentadas neste âmbito.

Poderá ser a concretização de uma "ideia louca" e o culminar da utilização do conceito realidade aumentada.

Já demos conta de alguns rumores relativos a este tablet Nexus. Ontem surgiu um outro que revela o que poderá ser a primeira foto deste tablet da Google.

Será um tablet produzido pela ASUS com ecrã IPS de 7 polegadas, resolução 1280x800 píxeis, SoC Nvidia Tegra 3 a uma velocidade de relógio de 1.3GHz, 1GB de memória RAM e terá versões de 8GB e 16GB de armazenamento interno. Terá também a capacidade de comunicação NFC onde se espera que suporte o Google Wallet e Android Beam. A câmara frontal será de 1.2MP e não há referência a câmara traseira, será provavelmente uma forma de conter os custos de produção e manter a possibilidade de vídeo-chamada. A autonomia aponta para 9 horas de utilização contínua.

O sistema operativo será o novo Android Jelly Bean e o preço será surpreendente, dadas as características bastante semelhantes ao que actualmente existe nos modelos high-end: $199 para a versão de 8GB e $249 para a versão de 16GB.

Nada é oficial mas a fonte aponta uma descrição bastante credível.

Um dos maiores problemas no Android é o enorme tempo existente até que determinado fabricante ou operador disponibilize uma actualização para determinado dispositivo. É esse um dos maiores factores de descontentamento e que faz, por vezes, com que o utilizador se canse de usar Android, pois nunca sabe até quando será suportado o seu equipamento.

A Google prometeu, no ano passado, um período mínimo de actualização de 18 meses e agora surgem indícios de que estará pronta para colocar à venda, simultaneamente e a partir da Google Play Store, um conjunto de 5 equipamentos "pure Google".

Supõe-se que a Google trabalhe em parceria com, no máximo, 5 fabricantes em simultâneo de forma a dar outra vida à sua família Nexus, quer seja referente a smartphones ou tablets.

Para já, no caso do Galaxy Nexus já à venda a partir da Play Store, as vendas estão disponíveis apenas para território americano. No entanto os rumores apontam para que, amanhã, seja anunciada a possibilidade de venda para território europeu e asiático, directamente da loja Google, e eventualmente também disponível a partir de outras lojas de retalho.

Serão estes os dispositivos Google que demonstrarão o potencial da empresa na luta contra a fragmentação que se instalou.

Já foi há muito tempo que surgiram rumores de que a Google estivesse a trabalhar numa peça de hardware dedicada à música. Trata-se de um sistema de alta-fidelidade capaz de reproduzir música sem fios indicado para utilização caseira.

O sistema poderá também ter a capacidade de carregar determinada gama de dispositivos Android, controlar e ser controlado em actividades como volume de som e faixa de reprodução. Já no evento Google I/O 2011 foi mostrado algo nesse sentido apelidado de Project Tungsten.

Poderá também ser um auxiliar de uma Google TV e reproduzir o som proveniente de filmes, utilizando por exemplo a tecnologia DLNA para imagem e uma ligação bluetooth ou Wi-Fi para o som.

As casas inteligentes estão a emergir. Cada vez mais o conceito começa a assentar e uma casa (e o seu "recheio eléctrico") passam a fazer parte da rede da Internet.

Este sistema operativo para a casa, também anunciado no ano passado na Google I/O 2011, possui um protocolo sem fios que, uma vez ligado ao sistema apropriado, poderá controlar remotamente dispositivos eléctricos como lâmpadas, termostatos, máquinas de lavar louça/roupa, controlar alarmes, etc, tudo controlado a partir de uma aplicação no Android. O protocolo criado pela Google é bastante semelhante ao já existente KNX.

Desde a Keynote do ano passado, nada mais se soube acerca desde sistema de controlo doméstico, por isso espera-se uma actualização já nos próximos dias.

É do conhecimento geral que o kernel presente no Android é baseado no kernel Linux, chamado normalmente de um "fork". Espera-se agora que a versão Jelly Bean traga capacidades para que o desenvolvimento do kernel do Android seja feito a par e acompanhe o desenvolvimento do kernel Linux.

A ser concretizado, será a adopção do projecto Android Mainlining. Isto permitirá colocar de lado os atrasos inerentes ao actual "fork" e que o desenvolvimento e evolução do kernel Android acompanhe "taco-a-taco" o kernel do Linux. [via]

Existe ainda a possibilidade de surgimento de outras novidades como o dimensionamento da interface do utilizador para ecrãs externos (quando ligados por exemplo via HDMI ou DLNA), recomendações locais e descobertas (semelhante ao que o Foursquare já fornece), e muitas outras novidades.