Microsoft altera regras de acesso ao email por parte da empresa
As questões de privacidade e de protecção dos dados dos utilizadores dos serviços que estão alojados na Internet sempre foram um ponto de discussão e de receios.
Depois de um caso que ocorreu recentemente, e onde a Microsoft deliberadamente acedeu a dados de uma conta de um utilizador, a empresa resolveu agora alterar a sua posição e passou a não aceder aos dados dos utilizadores, numa auto-censura.
O caso que levou a esta mudança de posição decorreu nas últimas semanas e levou a que a Microsoft acedesse à conta de correio Hotmail de um bloguer Francês que estava a receber informações internas da companhia.
Este acesso não foi autorizado e foi usado para conseguirem chegar ao funcionário que estava a disponibilizar código fonte de forma não autorizada e que acabaria por ser preso.
Esta medida pouco normal está prevista nas regras de utilização do email da Microsoft, mas por norma não é usada. Esta situação de excepção revelou-se útil para a Microsoft que acabaria por terminar a fuga de informação.
Foi anunciada pela própria Microsoft a medida que foi tomada e as razões para a sua aplicação. A empresa necessitava de provas para poder acusar o seu funcionário e por isso recorreu a esta medida prevista nas regras de utilização do Hotmail e do Outlook.
Mas durante os dias que se seguiram várias foram as vozes que se insurgiram contra a Microsoft e a sua acção não autorizada, apesar de prevista nas regras de utilização.
Então, e segundo anunciou a Microsoft, as regras mudaram e a empresa alterou as suas próprias regras para deixar de poder aceder de forma indiscriminada às caixas de correio dos utilizadores dos seus serviços.
Effective immediately, if we receive information indicating that someone is using our services to traffic in stolen intellectual or physical property from Microsoft, we will not inspect a customer’s private content ourselves. Instead, we will refer the matter to law enforcement if further action is required.
Sempre que surgirem situações similares ou parecidas, a empresa passará essa situação para as entidades competentes e com poderes judiciais para agirem.
Esta mudança pretende voltar a trazer a confiança dos utilizadores que ficou abalada com esta situação e a posição que a empresa tomou, ao aceder de forma indiscriminada e sem qualquer autorização aos dados de um utilizador para conseguir identificar o seu funcionário.
É apenas uma pequena mudança, mas que irá alterar completamente a posição da empresa face aos dados que tem na sua alçada e que estão à sua guarda. Mesmo com indicação expressa nas regras de utilização não devem abusar da sua posição dominante e de controlo dos dados.
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Nao acredito. Podem dizer e alterar a regra escrita, mas na hora h em tiverem necessidade ou\e interesse ou simplesmente uma entidade com poder realmente quiser.
Nao vão proteger os nossos dados.
A parte cómica é que na altura vão apresentar uma outra regra, ou simplesmente não dizem nada.
O poder corrompe os mais fracos.
Tanto criticavam o gmail….
Claro que sim. Mas acontece que fazem o mesmo ou talvez até pior se for necessário e não dizem nada a ninguém. Por isso no fundo vai dar ao mesmo….
O Gmail é diferente.
Se começares a trocar mails com a expressão “adivinho”, a publicidade associada aos gmails que receberes vai aparecer com bruxos e adivinhos, do Prof. Caramba e outros 🙂
“Ah, mas isso é leitura automática só para efeitos de encaminhar publicidade dirigida”. Pois.
O caso da Microsoft é diferente. Foi ela a recolher as provas nas contas (de um empregado e de um blogger) e a entregá-las ao FBI. A diferença agora é faz a queixa e fornece os meios para a polícia obter as provas. É mais “legal”, mas em substância não há alteração. E tem que ver com crimes, não com publicidade dirigida.
LOL 🙂 MS… nem é preciso dizer mais nada, e antes que comecem a chover flames, os restantes fazem igual. meh…
Algumas notas para os paranoicos:
1. O acesso foi sim autorizado porque nas condições de uso do Outlook.com diz lá que a Microsoft pode aceder ao que lá estiver para salvaguardar o serviço em si ou a sua propriedade intelectual.
2. O “blogger francês” estava a tentar vender código roubado da Microsoft e estava a usar uma conta do Hotmail para o receber.
3. Não se tratou duma invasão de privacidade, tratou-se interromper um crime em curso.
4. Os factos ocorreram algures em 2012, porque é que só agora se sabe da investigação do FBI é um mistério. A suspeita é que o “blogger francês” está a colaborar com o FBI, como fizeram alguns membros do Anonymous aqui há uns tempos, e vem aí uma vaga de detenções.
5. Alguém duvida que se um funcionário da Google estivesse a usar uma conta do Gmail para enviar código secreto da Google para um conhecido pirata de software, a Google não teria feito a mesma coisa? Os termos de uso do Gmail também autorizam esse tipo de acesso.