A Huawei enfrenta neste momento um clima adverso em vários e importantes mercados. Um quadro geral de suspeitas e desconfiança perante as verdadeiras intenções da fabricante chinesa.
Perfeitamente ciente do impacto negativo na sua reputação, a empresa não quer correr riscos. Por conseguinte, recordamos agora o recente caso de detenção de um dos seus colaboradores na Polónia.
O cidadão, de nacionalidade chinesa, foi formalmente acusado de estar a espiar e enviar dados para a China. Agora, a Huawei decidiu rasgar o vínculo laboral com este agora “ex” colaborador.
Antes de tudo, na passada sexta-feira o orgão de informações e segurança nacional polaco confirmou as suspeitas supracitadas. Entretanto o cidadão já se encontra preventivamente restringido da sua liberdade e foi identificado como o diretor de vendas naquele país.
Agrava-se o clima de desconfiança para com a Huawei
Além disso, a embaixada chinesa na Polónia já o identificou como sendo Weijing Wang. Numa outra tónica, a fabricante chinesa já notificou o seu diretor de vendas no país da rescisão do contrato citando danos à reputação da Huawei.
A Huawei é atualmente considerada um risco para a segurança nacional dos Estados Unidos da América. Aliás, a administração Trump também já exortou publicamente os seus aliados a boicotarem os produtos da fabricante chinesa.
Como resultado, a Nova Zelândia e a Austrália já barraram a Huawei no que à instalação de infraestruturas para 5G diz respeito. Entretanto também o Reino Unido submeteu a gigante chinesa a um rigoroso escrutínio.
Ademais, também o vice-presidente da Comissão Europeia partilha das mesmas suspeitas. Escusado será dizer que o clima de desconfiança tem crescido deste então em ambos os lados do Atlântico.
O pior de tudo? Esta detenção não poderia ter ocorrido em pior altura. Relembro que neste momento a herdeira da empresa e atual diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou corre o risco de ser extraditada para os Estados Unidos da América.
Como bem sabemos, a UE tem tradição em controlar as empresas tecnológicas quanto às suas fugas aos impostos. Nesse sentido escusado será dizer que os recentes desenvolvimentos em nada pesam a seu favor.
Ministro polaco solicita a intervenção da NATO e da UE
Sob graves acusações de ter orquestrado uma colaboração entre a Huawei e países como o Irão. Violando assim, com dolo, as pesadas sanções aplicadas a este país do médio oriente. O objetivo? Vender os seus equipamentos.
Entretanto, de acordo com a agência Reuters, o ministro da administração interna da Polónia, Joachim Brudzinski, solicitou uma ação conjunta da União Europeia e da Nato a propósito da Huawei.
Em suma, a demissão do seu colaborador, antigo diretor de vendas na Polónia, pretende por um ponto final neste novo caso. Contudo, poderá isto apaziguar a opinião pública para com a marca?