Google lança Atelier Digital para formar jovens portugueses
As iniciativas de formação em competências digitais são essenciais porque, segundo alguns estudos, nos próximos anos irão ser necessários 820 mil profissionais para essa área.
A contar com esta exigência do mercado, a Google apresentou hoje a iniciativa Atelier Digital em Portugal, uma plataforma que visa ajudar a formar jovens portugueses em competências digitais, dotá-los das ferramentas necessárias para aproveitarem as oportunidades da digitalização da economia e a contribuir para fomentar o empreendedorismo em Portugal.
A sessão de apresentação do projecto em Portugal contou com a presença da Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Maria Fernanda Rollo, do Presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Nuno Mangas, da Presidente da SIC Esperança, Mercedes Balsemão, entre outros convidados.
Os cursos do projecto Atelier Digital serão ministrados, numa primeira fase, online e, a partir do início de 2017, também num regime presencial. Setúbal, Leiria e Aveiro serão as primeiras cidades a receberem estas sessões de formação gratuita para pessoas com ou sem grau académico, empregados ou desempregados.
O desenvolvimento das competências digitais na Europa foi estabelecido como uma das grandes prioridades económicas e sociais da União Europeia. De acordo com a Comissão Europeia, vão surgir, nos próximos anos mais de 820.000 vagas em competências digitais e as empresas com maior probabilidade de sucesso e crescimento serão aquelas que possuam competências digitais. Contudo, os mesmos estudos revelam que 90% das empresas europeias não possuem competências digitais apesar de as considerarem um factor de vantagem competitiva. No caso de Portugal os indicadores apontam que mais de metade da população portuguesa denota falta de competências digitais.
Mais código, significa cidadania mais activa? A literacia digital, a aprendizagem de código e, em geral, a aquisição de competências digitais, contribui para aumentar a participação dos cidadãos no inexorável mundo digital em que a utilização intensiva das TIC domina progressivamente todas as dimensões da actividade humana. Nesse sentido, o código surge como uma condição de cidadania do futuro, sendo que, um futuro apostado numa sociedade mais justa e solidária constrói-se se todos os responsáveis, pessoas e instituições, colaborativamente, forem capazes de criar contextos de inclusão, nomeadamente através da oferta generalizada de formação em competências digitais ampliando a integração de todos na actual realidade dominada pelo digital e contribuindo também por essa via para a elevada procura de competências digitais na Europa.
Explica Maria Fernanda Rollo, Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Foi nesse sentido que a Comissão Europeia acabou de lançar, passado dia 1 de Dezembro, a Coligação para a criação de competências e emprego na área digital e que o Governo português lançou a iniciativa Competências Digitais em maio de 2016 e, no passado dia 26 de Novembro, o Movimento Código Portugal - ao qual convidamos todos, pessoas e instituições, a aderir. É também esse o espírito que preside à associação ao Atelier Digital promovido pela Google.
Conclui Maria Fernanda Rollo.
O projecto Atelier Digital para Portugal é um dos contributos da Google para ajudar resolver o problema da falta de competências digitais. Ao trazer esta iniciativa para Portugal estamos a contribuir também para ajudar os jovens portugueses a terem um acesso mais fácil não apenas ao conhecimento mas também à formação imprescindível nos tempos de hoje, ao mercado de trabalho e também a contribuir para o empreendedorismo.
Explica Francisco Ruiz, Director de Assuntos Institucionais da Google Portugal e Espanha
Quem sabe, se à semelhança do que se passou noutros países onde o projecto foi implementado, muitos dos formandos acabam por criar o seu próprio negócio no final da formação.
Conclui Francisco Ruiz.
A formação online e presencial, no âmbito do Atelier Digital, é gratuita e destina-se a pessoas dentro de fora do mercado de trabalho. Os interessados poderão obter mais informações e inscrever-se através do website Atelier Digital Portugal.
Na formação online estarão disponíveis 23 módulos que cobrem diferentes áreas de competências digitais, como por exemplo, pesquisa, email, redes sociais, redes display, vídeo, e-commerce e web analytics. A formação é baseada em tutoriais em vídeo seguidos de actividades. De modo a testarem os seus conhecimentos os formandos terão disponível no final um teste que lhes permitirá obter uma certificação reconhecida pela IAB Europe.
A partir do início de 2017 iniciam-se os cursos presenciais de 3 dias que vão decorrer em várias cidades portuguesas ao longo do ano (Setúbal, Aveiro e Leiria, numa primeira fase) e que inclui também formação em optimização para motores de pesquisa (SEO), marketing para motores de pesquisa (SEM), marketing nas redes sociais e mobile, análise de Web e Internacionalização.
Outro dos parceiros do Atelier Digital em Portugal é Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos. Diferentes institutos politécnicos portugueses irão trabalhar juntos neste projecto e disponibilizar as suas instalações para a formação.
Nuno Mangas, presidente do CCISP, salienta “a importância desta parceria para as instituições de ensino superior”. O Atelier Digital “vai permitir a formação de um conjunto de jovens e de profissionais com competências que permitem retirar da internet o melhor que ela pode oferecer em termos empresariais, como procurar informação, parceiros, clientes, fornecedores e desenvolver ações de divulgação e comunicação passará a ser mais fácil e eficaz”. Afirma ainda aquele responsável pelo CCISP que, “para os jovens que frequentam cursos nas áreas da gestão, marketing, comunicação e mesmo no design e nas tecnologias, esta formação pode ser muito importante para a sua vida profissional futura, tendo em conta o peso que a internet tem hoje nos ambientes empresariais.”
A SIC Esperança é também outro dos parceiros deste projecto nacional que pretende ajudar a reduzir o défice de competências digitais que são hoje consideradas críticas e que abrem portas não só no mercado de trabalho mas, acima de tudo, ao empreendedorismo e ao auto-emprego.
O projecto atelier digital enquadra-se na estratégia da SIC Esperança que há anos se foca no tema do empowerment, através da educação e da aprendizagem contínua, como forma de promover a inclusão social e quebrar o ciclo da pobreza. Ao proporcionar aos jovens a aquisição de competências na área digital, estamos a abrir-lhes oportunidades de emprego, possibilitar a sua inserção no mercado de trabalho e fomentar o seu empreendedorismo.
Refere Mercedes Balsemão, Presidente da SIC Esperança.
Estes programas da Google de desenvolvimento de competências digitais têm vindo a ser implementados na Europa com sucesso e com resultados bem expressivos. Agora, o projecto chega a Portugal e aos portugueses, contando para isso com o apoio da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos e da SIC Esperança.
Este artigo tem mais de um ano
Atenção o link do Movimento Código Portugal está incorrecto – http://www.codemove.pt
Podia ser para formar portugueses, mas não, é só para jovens portugueses. Tudo é para jovens, os anúncios de emprego só pedem jovens, os incentivos públicos à criação de emprego são para jovens, as formações destinam-se a jovens, a imprensa só fala no desemprego jovem, portanto, se tu és jovem e ainda assim estás desempregado só podes ser muito preguiçoso ou burro.
Lindo.
Comentário perfeito! Obrigado.
+ 10 e vais ver que é pior !!!
Engraçado estas formações serem apenas para jovens e desempregados licenciados.
Os que não têm curso não passam de burros sem capacidade para absorver conhecimento? Pena que muitos deles sejam tenham um nível de cultura geral muitas vezes superior, tenham mais resiliência e maior capacidades de empreendedorismo.
Talvez quem lança estes programas devesse ler alguma coisa sobre inteligência emocional.
Estive presente no curso, tenho 40 anos. A sala estava repleta de pessoas com todas as idades. Não existe limite, jovens somos todos. É uma área muito interessante e não tem limite de idades. Inscrevam-se vale a pena.