A Boeing tem estado sob escrutínio, após admitir que alguns dos seus funcionários falsificaram registos das inspeções do 787 Dreamliner. Agora, a empresa, bem como a Airbus, estão a ser investigadas pelos Estados Unidos da América (EUA) por suspeita de utilização de titânio falsificado.
Após uma denúncia conhecida em abril deste ano, a Boeing admitiu que os seus funcionários falsificaram registos relacionados com a inspeção do seu avião 787 Dreamliner. Na altura, a americana Federal Aviation Administration (FAA) revelou que estava a conduzir uma investigação para perceber a situação e decidir como atuar.
Agora, baseando-se numa revelação feita por um fornecedor, a mesma autoridade dos EUA está a investigar a Boeing, bem como a Airbus.
A Spirit AeroSystems, um importante fornecedor sediado em Wichita, Kansas, alertou as autoridades de que tanto a Boeing como a Airbus poderiam ter utilizado titânio verificado por documentos possivelmente falsificados nos seus aviões. A investigação surge, na sequência da descoberta de pequenos buracos no material, aparentemente devido à corrosão, de acordo com o The New York Times, que noticiou o caso pela primeira vez.
De acordo com a NBC News, citando o porta-voz da empresa, Joe Buccino, a Spirit AeroSystems realizou mais de 1000 testes para confirmar as propriedades mecânicas e metalúrgicas do material afetado, “a fim de garantir a continuidade da aeronavegabilidade”.
Mais, a empresa garantiu às partes interessadas que a integridade da sua cadeia de abastecimento permanece, apesar de tudo, intacta, enquanto analisa os documentos falsificados que permitiram que o titânio questionável entrasse na cadeia de abastecimento.
Não é claro quantos aviões têm peças feitas com o material questionável, de acordo com o The New York Times, que disse que entre os aviões com as peças estavam o 737 Max e 787 Dreamliner da Boeing, e o 220 da Airbus.
Resposta da Boeing e Airbus ao problema do titânio nos seus aviões
Segundo a Boeing, as peças questionáveis provêm de um conjunto limitado de fornecedores, e os testes realizados até à data indicaram que foi utilizada a liga de titânio correta.
Além de ter comunicado “voluntariamente à FAA a aquisição de material de um fornecedor que poderá ter falsificado ou fornecido registos incorretos”, a empresa estará a retirar ativamente as peças afetadas dos aviões antes da entrega. Mais do que isso, terá emitido um comunicado aos fornecedores, salientando a vigilância contra a falsificação de registos.
Tanto a Boeing como a Airbus afirmam estar empenhadas em manter os mais elevados padrões de segurança e conformidade. À medida que a investigação avança, ambas as fabricantes estão a tomar medidas para resolver o problema e manter a segurança e a fiabilidade dos seus aviões.
De facto, a análise da Boeing indica que a frota em serviço pode continuar a voar em segurança, apesar do problema do titânio. Ao remover as peças afetadas e ao realizar testes exaustivos, as fabricantes pretendem garantir que os seus aviões cumprem todos os regulamentos de segurança.
A indústria da aviação acompanhará de perto os resultados desta investigação, por forma a garantir que tais questões sejam efetivamente resolvidas.
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