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Dexametasona: finalmente anunciado o primeiro medicamento eficaz contra a COVID-19

Com mais de 8 milhões de casos detetados, perto de meio milhão de mortes, a COVID-19 está a arrasar os sistemas de saúde, economias e deixa o futuro próximo muito incerto. Conforme temos visto, existem hoje muitas vacinas em desenvolvimento, mas nenhuma parece estar pronta a avançar já. Contudo, um grupo de investigadores parece ter conseguido produzir o primeiro medicamento eficaz contra a doença provocada pelo novo coronavírus.

Conforme foi dado a conhecer, os cientistas da Universidade de Oxford, apresentaram a dexametasona, um medicamento que produziu resultados positivos.


Dexametasona poderá salvar muitos pacientes graves com a COVID-19

A dexametasona é um medicamento que pertence à classe dos corticosteroides. Este atua no controlo dos processos inflamatórios de várias naturezas, ou seja, é considerado também um medicamento de ação anti-inflamatória.

Segundo o que está a ser dado a conhecer, o tratamento com o corticoide dexametasona reduz num terço a mortalidade entre os pacientes mais graves de COVID-19, de acordo com os primeiros resultados de um grande teste clínico anunciados esta terça-feira.

A dexametasona é o primeiro medicamento que observamos que melhora a sobrevivência em caso de COVID-19.

Anunciaram os autores do teste britânico Recovery.

Os responsáveis ​​pelo ensaio, realizado no Reino Unido com milhares de pacientes, relataram agora que esta droga reduz a mortalidade entre pacientes muito graves que precisam de respiração assistida e também entre aqueles que precisam de oxigénio. Contudo, a droga não demonstrou benefício entre pacientes com doença oculta mais leve.

No documento divulgado, os cientistas explicam que “um total de 2104 pacientes foram escolhidos de forma aleatória para receber dexametasona uma vez por dia”, durante dez dias. Os efeitos do fármaco nestes pacientes foram comparados com 4321 pacientes que recebiam os cuidados habituais de um doente com COVID-19.

 

Medicamento pode prevenir uma em cada oito mortes por COVID-19

Segundo os responsáveis ​​pelo estudo, a dexametasona pode prevenir uma em cada oito mortes entre os pacientes mais graves e uma vida em 25 entre os que recebem oxigénio. Estes resultados ainda são preliminares, mas os responsáveis ​​pelo trabalho disseram que em breve irão ser publicados, devidamente revistos, numa revista científica.

A dexametasona é uma droga conhecida – foi descoberta em 1957 – e é barata. É um corticoide com efeitos anti-inflamatórios e um supressor da resposta imune, usado contra fortes reações alérgicas e doenças autoimunes, como a artrite reumatoide. A Organização Mundial da Saúde considera um medicamento essencial para qualquer sistema de saúde.

Os resultados são especialmente positivos, pois apareceram logo após os investigadores terem anunciado que um dos tratamentos mais promissores possíveis – a hidroxicloroquina – não tem efeito positivo em pacientes hospitalizados. O estudo britânico também está a testar a eficácia de outros tratamentos, incluindo plasma de pacientes recuperados.

 

Reino Unido quer avançar já com o tratamento

Tendo em conta os números da mortalidade no Reino Unido, o tempo urge. Segundo anunciou nesta terça-feira o ministro da Saúde, Matt Hancock, o país começará a administrar a dexametasona aos pacientes com COVID-19 imediatamente.

Estamos a trabalhar com o Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) para que o tratamento padrão contra a COVID-19 inclua a dexametasona a partir desta tarde.

Afirmou Hancock.

Apesar de na Europa os casos estarem a surgir de forma mais controlada, globalmente a pandemia continua a crescer. A doença continua a matar aos milhares por dia.

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