Aprovada Agenda do Trabalho Digno! Saiba tudo o que vai mudar
A Agenda do Trabalho Digno e de Valorização dos Jovens no Mercado de Trabalho foi hoje aprovada! Esta agenda é um conjunto de medidas que tem como objetivo melhorar as condições de trabalho e a conciliação entre a vida pessoal, familiar e profissional. Saiba o que vai mudar.
A Agenda contempla cerca de 70 medidas, com os mais diversos objetivos. Combater a precariedade e consequentemente valorizar os salários, promover igualdade no mercado de trabalho entre mulheres e homens, criar condições para melhor o equilíbrio entre a vida profissional, familiar e pessoal, etc.
Maior proteção dos trabalhadores e Combate à precariedade
- a duração dos contratos temporários passa a ter limites máximos, quando esteja a ser desempenhada a mesma função, ainda que a entidade empregadora seja diferente.
- É reduzido para quatro o número de renovações dos contratos temporários.
- Os estágios profissionais passam a ser remunerados no mínimo por 80% do Salário Mínimo Nacional, e as bolsas de estágio IEFP para licenciados são aumentadas para 960€.
- Passa a ser proibida a utilização de outsourcing durante um ano após um despedimento coletivo ou por extinção de posto de trabalho.
- Trabalhadores de Plataforma passam a ter direito a contrato de trabalho e proteção social, incluindo os TVDEs
- Entre outras - ver aqui.
Veja o vídeo partilhado pela ministra Ana Mendes Godinho.
Alterações quanto às licenças de paternidade.
- A licença de parentalidade exclusiva do pai passa dos atuais 20 para 28 dias consecutivos.
- É criada a licença por luto gestacional, que pode ir até aos três dias.
- A licença por falecimento do cônjuge passa dos atuais cinco dias para 20.
- O direito ao teletrabalho, sem necessidade de acordo, é alargado aos pais com crianças com deficiência, doença crónica ou doença oncológica.
Que medidas prevê a Agenda para combater o trabalho temporário injustificado?
- As empresas de trabalho temporário passam a ser obrigadas a ter um quadro de pessoal permanente e o número de renovações dos contratos é reduzido para quatro.
- A compensação pela cessação de contratos de trabalho temporário aumenta de 18 para 24 dias por ano.
- São ainda estabelecidas regras mais rigorosas e exigentes para as empresas de trabalho temporário, como a obrigação de certificação, aumenta-se a responsabilização e ainda a exclusão de sócios, gerentes ou diretores que tenham sido condenados por contraordenações laborais.
A Agenda do Trabalho Digno inicia já em 2023, vai ser desenvolvido um projeto-piloto, de base voluntária e sem perda de rendimento.
Este artigo tem mais de um ano
Mais entropia…
“If it Moves, Tax it. If it Keeps Moving, Regulate it. And if it Stops Moving, Subsidize it.”
Ronald Reagan
Esse actor nunca viveu na realidade e ajudou a perpetuar mentiras para que ele e amigos não pagassem impostos.
mas está errado?
Se o Regan disse isso, vamos fazer exatamente o contrário.
Mas que grande pacote de “medidas” que se arranjou aqui…
A única parte boa são as licensas que sim, Portugal precisa de uma actualização nas mesmas pois estão muito defasadas.
Quanto á medida sobre as “plataformas”, digam Adeus ao Uber/Bolt/etc que operam em solo português, vão todos mudar a sua sede para Espanha e operar de lá se conseguirem.
Estas coisas só causam o efeito contrário…
quero ver o que a maior “empresa” deste país, sobre a sua camada grossa de trabalhadores precários (recibos verdes) 🙂 Claro que estamos a falar do Estado 😉 E outras medidas que sao exigidas às empresas, mesmo que so tenham 1 pessoa, como a segurança e higiene no trabalho, seguros de trabalho, medicina do trabalho. A minha mae, funcionaria publica, (professora), em 40 anos, nunca foi chamada a Medicina do Trabalho. eu…..de dois em dois anos estou la 😉
Se os empresários/ empresas, pudessem contratar e despedir só porque sim (excepto em contratos de trabalho específicos que possam ter cláusulas diferentes feitos de mútuo acordo entre entidade patronal e o trabalhador, que pode fazer sentido por exemplo para conseguirem obter trabalhadores com conhecimentos/ capacidades específicas que de outra forma nunca iriam para lá trabalhar), não seria preciso toda esta confusão e dor de cabeça que são os contratos temporários, que é só uma forma de evitar criar vínculos tais que seja para a empresa uma dor de cabeça ver-se livre do trabalhador quando por qualquer motivo não o querem mais.
A onda política e social dominante é que se for aceite numa empresa não pode ser despedido, a não ser que você mesmo queira despedir-se, ou que faça algo tão grave e comprovável de tal forma que não sobre margem de dúvida que a única solução para si seja ser despedido.
A hipótese de ser contratado só porque sim, e ser despedido só porque sim, é algo completamente fora da equação. Por isso é que aparecem os contratos temporários de forma generalizada para quase todas as novas contratações em quase todo o lado… se não pudemos despedir qualquer pessoa porque sim, então limitamos logo à partida o tempo que a mesma pode estar eventualmente a prejudicar a empresa… e mesmo que não prejudique vai para a rua na mesma, porque nunca se sabe o amanhã… logo a esmagadora maioria nunca passa a efectivo porque o princípio está estabelecido de que as pessoas não podem ser despedidas a não ser em casos muito bem definidos e provados.
A triste realidade deste país (não tenho conhecimento do que se passa noutros países) , é que toda a legislação é “pensada”por “funcionários públicos” de carreira política, ou seja, por indivíduos que “têm emprego para a vida toda” e cujo salário aparece na respetiva conta bancária independentemente da competência e produtividade.
Estes “funcionário públicos” não conseguem sequer perceber que as empresas (do privado) precisam de “faturar/trabalhar” para haver ordenados (e impostos) no final do mês. Pelo que obrigar as empresas a manter vínculos com indivíduos que não passam de parasitas, é afundar as empresas e a economia.
Nas décadas que levo ligado a trabalhar em e com empresas (no privado), nunca vi nenhum empresário dispensar funcionários competentes e responsáveis.
Aliás, não conheço ninguém que seja competente e responsável que não arranje emprego.
Mas como os Governos (de qualquer cor) são (sistematicamente) eleitos pelos seus “sócios” (funcionários públicos), o futuro afigura-se “negro” para as micro e pequenas empresas (a grande parte do tecido empresarial em Portugal).
Mas num país de “propaganda” à moda soviética, a grande notícia que ocupa os limitados jornalistas, é o facto de haver 90 empresas que querem aderir aos 4 dias de “trabalho”, quando deveria ser a dificuldade que as restantes 440858 empresas (*) vão ter para continuar a suportar os impostos acrescidos dos (justos) aumentos de salários.
(*) 1.316.166 empresas em Portugal em 2020 (66,5% empresas individuais e 33,5% sociedades)
A Constituição da República Portuguesa estabelece a segurança do emprego como direito fundamental dos trabalhadores e proíbe os despedimentos sem justa causa. Se houver um despedimento sem justa causa e sem o procedimento exigido, o despedimento é ilícito e tem como consequência a possibilidade de reintegração, indemnização, etc.
Agora apareces tu com o despedimento só porque sim, o mesmo é dizer sem direito a indemnização! Isso é que garante a segurança do emprego? Passar a efetivo podendo ser despedido só porque sim é melhor em quê, a não ser dizer que passou a efetivo?
Felizmente, nenhum partido político, nem ou organização patronal, defende tal coisa.
A Constituição Portuguesa é só uma manifestação de intenções escrita por pessoas que já mudou, e pode mudar novamente a qualquer momento… tem pouco valor na prática… aliás estão a falar em voltar a mudar e/ ou acrescentar coisas na constituição… é para se ver o quão perfeita ela é.
A constituição está errada, tem de ser mudada, é simples.
Como escrevi, a onda política e social dominante é contra esse tipo de mudança, preferem viver na fantasia de que tal é possível… os empresários simplesmente adaptaram-se, é (quase) tudo contratos temporários, por vezes ao dia ou até à semana, para realizar sempre o mesmo trabalho que é preciso ao longo do ano. Outros vivem de receber trabalhadores do centro de emprego, quando acaba o subsídio são mandados embora e vêm outros para preencher o mesmo lugar na mesma circunstância.
Por tanto qual segurança do emprego qual carapuça… é uma fantasia, sim, os funcionários públicos talvez consigam garantir o seu trabalho, e alguns com cunhas ou com qualificações muito específicas quase impossíveis de conseguir no mercado de trabalho, mas o resto sujeita-se aos contratos temporários.
Se grande parte dos empresários fossem mais qualificados e mais respeitadores dos direitos dos empregados, como trabalhadores e como pessoas, é que não se perdia nada.
E há alguns particularmente repulsivos, ditadores que instalam o terror psicológico nos empregados, ou que arranjam chefes que façam isso com a sua conivência. Tenho conhecido autênticos síndromas de Oslo, em que não se percebe como é que trabalhadores maltratados aguentam e não têm coragem para sair e procurar outro emprego. Quando se está empregado é que se está em condições de procurar um emprego melhor, sendo certo que depende da região, do setor de atividade e da qualificação do trabalhador. Mas as empresas em que o ambiente laborar é o que referi são tantas que também há o receio de não melhorar.
Se a lei dissesse que o trabalhador podia ser despedido, incluindo os contratados a prazo, sem justa causa, a situação em muitas empresas piorava assustadoramente. São as leis, as inspeções das condições de trabalho, os tribunais e os sindicatos que impedem que os abusos sejam maiores.
É bastante comum ler-se loas aos empresários, todos sem distinção. E falam dos trabalhadores como diligentes ou, pelo contrário, um fardo para a empresa. Convém também dizer que parte dos empresários são um fardo para o país.
A prova, repetidamente demonstrada, é que os portugueses quando vão para o estrangeiro, bem dirigidos, são dos melhores trabalhadores.
A realidade noutros países menos socialistas diz precisamente que o contrário é o que funciona melhor para o mercado de trabalho e para os vencimentos. Enquanto em PT mantiverem a mentalidade de emprego para a vida as coisas nunca vão mudar, incluindo ordenados e chefias abusivas.
Os contratos temporários são ótimos.
O pessoal sente-se seguríssimo e empenha-se a formar família, ter casa e carro , filhos ,etc.
O nosso país é ótimo numa perspetiva profissional, familiar e de segurança no trabalho.
Adoro Portugal e todos os neoliberais que vivem com as doações dos avós e pais.
A lei laboral é como o futebol: os golos que os capitalistas marcam são os que os trabalhadores sofrem e vice-versa. No final a soma dos ganhos de uns com as perdas de outros dá sempre zero. Com o passos os trabalhadores foram vergonhosamente goleados e os capitalistas cilindraram-nos, e com esta reforma nem de longe nem de perto os trabalhadores recuperam.
Estas alterações à lei laboral foram aprovada com os votos favoráveis do PS, os votos contra do PCP, Bloco de Esquerda e Iniciativa Liberal e a abstenção do PSD, Chega, PAN e Livre.
De que lado estavam os capitalistas e de que lado estavam os trabalhadores?
Quais desses partidos agradam aos capitalistas e quais agradam aos trabalhadores? Atenção que o voto contra pode ter tido – e teve mesmo – motivações diametralmente opostas. Votar a favor não significa necessariamente querer agradar a trabalhadores e contra agradar a capitalistas, ou vice versa.
O maior problema em Portugal pelo menos aqui no norte a realidade que eu conheço é a fuga ao fisco que prejudica cumpridores quer pagam impostos é sem dúvida a maior economia em Portugal a fuga ao fisco!