Pplware

Aliança na Imprensa americana para combater Facebook e Google

A imprensa mudou bastante nesta última década e o online está também a mudar consideravelmente… e a passar para as mãos da Google e do Facebook. Não é de agora que a imprensa tradicional combate a forma como o Google sempre tentou monopolizar o mercado da informação, originando mesmo ações mais duras nalguns países contra o Google News. Este tipo e luta, relembramos, levou já no ano 2008 a uma união da imprensa espanhola e portuguesa contra a forma de atuar deste mesmo serviço da gigante americana.

Agora, do outro lado do Atlântico, formou-se uma aliança que junta 2 mil publicações dos EUA e Canadá com o objetivo de combater domínio do Facebook e da Google, no que toca ao poder de gerir as notícias e a publicidade online.


As redes sociais e mais concretamente o Facebook, que bateu já na fasquia dos 2 mil milhões de utilizadores mensais, têm uma responsabilidade acrescida no que é hoje publicado dentro das suas fronteiras mas, acima de tudo, necessitam zelar pelos interesses de um sistema onde os players externos são quem alimentam estas redes sociais de conteúdo válido (desde notícias, vídeos, fotografia e muito mais). Além disso, nos últimos tempos, são também estas redes que têm propagado e feito crescer outro fenómeno preocupante: as notícias falsas.

Este tipo de notícias, que gera tráfego e atrai publicidade, está a contaminar o real propósito do que é a informação na verdadeira aceção da palavra.

Nasce assim a News Media Alliance. Esta Aliança dos Media Noticiosos, traduzido à letra, junta perto de 2 mil publicações norte-americanas e canadianas com a intenção de lutar contra o domínio instalado da Google e do Facebook, no que toca à distribuição de notícias e à comercialização de publicidade online associada a esse conteúdo.

Este grupo, criado em 2015, espera autorização do congresso norte-americano para que lhe seja conferido o direito de negociar em conjunto com este dois gigantes mundo digital. O seu objectivo é travar que a imprensa fique manietada às regras destas plataformas no que diz respeito à distribuição, classificação quanto à sua importância, relevância e à forma de como fazer dinheiro com elas. Além disso, há a necessidade de combater as notícias falsas que têm crescido e misturado com as verdadeiras fazendo crer ao utilizador que tudo o que lê é real.

As regras da Google e Facebook têm vindo a contribuir para uma comercialização das notícias, o que aumenta o risco de proliferação de notícias falsas que, muitas vezes, não se diferenciam de notícias reais.

Pode ler-se no comunicado de imprensa divulgado pela Aliança citado pelo The Guardian.

A indústria de notícias tem-se batido com o declínio dos leitores da imprensa papel e uma perda de receitas de publicidade, uma vez que o leitor passou para o online. Os media exigem maior proteção da propriedade intelectual e maiores apoios para os modelos de subscrições pagas nos conteúdos digitais.

O Google e Facebook, juntos, representarão já 60% do mercado de publicidade digital dos EUA este ano, de acordo com a eMarketer. Como argumenta David Chavern, presidente executivo da Aliança dos Media Noticiosos, estes gigantes beneficiam do trabalho árduo e caro produzido pelos profissionais.

“A única maneira pela qual os editores podem enfrentar essa ameaça inexorável é unindo-se. Se abrirem uma frente unificada para negociar com o Google e o Facebook – pressionando por proteções de propriedade intelectual mais fortes, melhor suporte para modelos de assinatura e uma parcela justa de receita e dados – eles poderiam construir um futuro mais sustentável para o negócio da informação.

Escreveu David Chavern no Wall Street Journal.

O Facebook, através do seu responsável Campbell Brown, diretor de parcerias de notícias, diz-se empenhado em identificar e acabar com as notícias falsas e os títulos de “clickbait” em nome de um “jornalismo com melhor qualidade”.

 

Leia também:

Exit mobile version