Vital Responder – vestuário Inteligente que pode salvar vidas
Longe vão os tempos em que uma simples T-Shirt não mais era que um adereço de moda e que, além de deixar confortáveis, nos permitia andar na moda. Certamente que a frase anterior continua a fazer sentido nos dias de hoje, mas segundo uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro, há algo mais que uma peça de vestuário pode fazer por quem a usa.
No âmbito do Carnegie Mellon Portugal (CMU-P), e também financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e pela Biodevices, o projecto teve o seu inicio em 2006, este é um projecto inovador e de grande importância, estando a ser desenvolvido nessa Universidade da Beira Litoral, consistindo em criar roupas que consigam de alguma forma identificar o estado de saúde de quem as usa, e caso algum problema seja detectado avisar imediatamente um terceiro elemento da situação.
João Paulo Cunha, líder do projecto, em parceria com Prya Narasimhan da CMU-P estiveram ontem presentes na apresentação anual do programa em Lisboa e explicaram um pouco mais o projecto, que segundo as suas palavras tem como objectivo a criação dum “equipamento de monitorização vestível” que possa ser usado tanto cá por terras lusas, como mesmo ser exportado para a Europa e Estados Unidos. O funcionamento do aparelho será extremamente simples, procedendo a leituras do profissional que o veste e alertando um aparelho receptor, eventualmente equipado no chefe de equipa, cada vez que um alerta soar, dando-lhe assim hipóteses de agir antes que algum acidente ocorra.
Neste momento, os principais alvos deste projecto serão os profissionais das emergências (médicos, paramédicos, policias, bombeiros), mas torna-se fácil saber o potencial que tal invenção terá noutras áreas como o desporto por exemplo.
Segundo palavras de João Paulo Cunha, os objectos alvo delineados nesta primeira fase para o projecto fazem todo o sentido pois, encontram-se constantemente frente a frente com ambientes stressantes e muitas vezes tóxicos. João Paulo e Cunha afirma ainda alguns exemplos práticos do que se poderá esperar de Vital Responder, “Nos bombeiros, o vestuário poderá medir a actividade cardíaca, o monóxido de carbono ao seu redor, os níveis de oxigénio que está a ser absorvido pelo sangue, a temperatura do corpo”. A ideia será então de potenciar uma gestão optimizada das equipas, sabendo quais os elementos em maior risco de saturação e podendo antecipar acidentes com esses elementos de segurança civil. Adiantou ainda que o aparelho virá com um emissor GPS, para possíveis casos de bombeiros desaparecidos.
A Biodevices acima identificada como uma das parceiras deste projecto, tem já um produto, que se encontra na base do Vital Responder em fase de testes. Trata-se do Vital Jacket, e corresponde a um T-Shirt de 350€ que monitoriza a onda cardíaca, e que já se encontra a ser usada pela Corporação de Bombeiros de Amarante.
João Paulo e Cunha refere por fim, que o método de transmissão dos dados ainda está a ser estudado, pois o Bluetooth actual exige um máximo de 100 metros de distância entre o emissor e o receptor, e a equipa de projecto está a ponderar o uso de satélites. Os dados serão enviados em tempo real, e analisados por um software que irá identificar os níveis de cansaço, stress de calor e outros indicadores chave lançando ou não alertas caso alguns desses valores sejam graves.
O projecto tem uma data prevista de 2 anos para terminar e ser comercializado.
De referir que tudo o que aqui se falou foi produzido e fabricado em Portugal.
Fonte aqui. Site Carnegie Mellon Portugal aqui. Site Biodevices aqui. Site Fundação para a Ciência e Tecnologia aqui.
Este artigo tem mais de um ano
Muito bom. Muito boa a investigação, o projecto.
Parabéns.
Bruno Santos
Cordelima.com
Quem é que disse que os portugueses são “Burros”??? 🙂
O maior problema, creio, consiste na falta de apoios (entenda-se apoios financeiros e logísticos) para este tipo de projectos, muitas vezes considerados de risco e com baixo retorno.
No entanto, ainda assim é com agrado que cada vez mais se vê as Universidades a avançarem com este tipo de ideias.
Muito bom mesmo! Espetaculo! 😀
PS: é da minha net ou o site do PPLWARE por vezes dá erros a ler? (nao me acontece com mais nenhum)
pois.tb me tem acontecido….
Comigo Tambem
Fantástico!
Uma pequena sugestão: era fixe fazerem um artigo relacionado com isto:
http://news.sciencemag.org/sciencenow/2010/06/goooal-scientists-score-in-ranki.html?rss=1
É um sistema desenvolvido, em parte, por Luís Amaral (português) e que permite calcular o desempenho de cada jogador numa partida de futebol. 😉
Ajuda a construir uma melhor imagem de Portugal. 😀
os portugueses em tecnologia são bons, e assim temos de continuar, para ver se é isso que nos salva da crise que se abate sobre nós!
🙂
Estes e outros projectos do género poderiam realmente potenciar ainda mais as nossas exportações de produtos e serviços. Agora, resta saber se há coragem, quer politica quer empresarial, para assumir os riscos naturalmente inerentes ao processo.
já tive a oportunidade de ver esse produto e é simplesmente fenomenal, essa empresa desenvolve ainda mais uns equipamentos muito interessantes.
Não vou ficar impressionado se os E.U.A aparecerem com á mesma ideia e falarem que foi obra de uma de suas conceituadas universidades.
Por diversas vezes verifiquei que eles tomam alguns caminho obscuros apenas para levantar á fama do Pais deles de celeiro das grandes ideias!!!
Olha que o conceito não vem de hoje, já existe conceitos parecidos desde 1960, como isto: http://www.centroatl.pt/edigest/digital/edicoesd/di0ent1.html
Mas é sempre bom, projectos brilhantes nacionais.
Abraços.
Bruno Santos
Cordelima.com
De frisar que foi desenvolvido na Universidade de Aveiro.
Existe um projeto semelhante a ser desenvolvido na UBI, que já ganhou um prémio.
http://www.urbi.ubi.pt/_urbi/pag.php?p=8985
Cumps