Nova impressora robótica imprime em 3D casas de vários andares de forma rápida e económica
A construção civil tende a passar por problemas de mão de obra. A falta de habitação em Portugal também é reflexo de um setor a atravessar problemas com a imigração. Num futuro, não muito longínquo, as máquinas vão ter de ser mais interventivas no processo de construção. E, nesse sentido, a aposta na tecnologia de impressão 3D robotizada de casas pode ser parte da solução.
Casas construídas com impressoras 3D
Num avanço sem precedentes para o setor da construção, a empresa americana ICON revelou uma série de inovações que prometem transformar radicalmente a forma como as casas são construídas.
Entre estas inovações estão uma impressora robótica capaz de construir casas de vários andares de forma mais rápida e barata. Além disso, refere a empresa, é utilizado um material de construção com baixo teor de carbono, um catálogo digital de arquitetura residencial com projetos de casas prontas a construir e um arquiteto de IA dedicado ao design e construção de casas.
Em conjunto, estes avanços posicionam a tecnologia de construção da ICON como uma alternativa mais rápida, mais sustentável e económica para a construção de casas de alta qualidade em todo o mundo.
Phoenix: A Impressora de Construção Robótica de Vários Níveis
Phoenix, o sistema de construção robótica multinível da ICON, é capaz de imprimir toda a estrutura do edifício, desde as fundações até às estruturas do telhado. Este sistema avançado foi concebido para aumentar a velocidade e a dimensão da construção, reduzir o tempo de configuração e reduzir o número de operadores necessários. Esta abordagem resulta numa redução para metade dos custos de impressão para a ICON.
A impressora Phoenix, ao contrário da sua antecessora Vulcan, que está fixa a uma estrutura de pilares e vigas transversais, consiste num grande braço articulado que se move livremente numa base rotativa. Este design não só facilita a instalação e a mobilidade, como também permite a realização de tarefas maiores em menos tempo.
Apesar dos desafios apresentados pela necessidade de precisão na construção de estruturas habitáveis com uma cabeça de impressão montada na extremidade de um braço articulado, a equipa ICON conseguiu desenvolver um sistema de estabilização. Este sistema impede que o bocal da extrusora na extremidade do braço balance devido aos seus movimentos ou ao vento, permitindo a impressão de estruturas maiores e com vários níveis, como a Phoenix House.
A ICON começou a aceitar encomendas para projetos que utilizem a Phoenix, oferecendo um preço inicial acessível de 25 dólares por metro quadrado (cerca de 23 euros por metro quadrado) para sistemas de paredes, ou 80 dólares por metro quadrado (cerca de 74 euros), incluindo fundações e telhados.
Segundo refere a empresa, esta proposta representa uma redução significativa de custos em comparação com a construção convencional de sistemas de parede, podendo economizar até 25.000 dólares numa casa média nos EUA. Recentemente, o primeiro protótipo de engenharia da Phoenix concluiu uma estrutura de demonstração arquitetónica com 8,2 metros de altura, que está agora em exposição em Austin, TX.
Rumo a uma construção futurista
Jason Ballard, cofundador e diretor-executivo da ICON, prevê um futuro em que a maior parte da construção será feita por robôs e quase toda a informação relacionada com a construção será processada e gerida por sistemas de IA.
É claro para mim que esta é a forma de reduzir para metade o custo e o tempo de construção, ao mesmo tempo que se conseguem casas que são duas vezes melhores e que expressam com maior exatidão os valores e as esperanças das pessoas que nelas vivem.
Disse Ballard.
Para além disso, a ICON anunciou recentemente o lançamento do Vitruvius, um sistema de IA para a conceção e construção de casas.
O Vitruvius tem como objetivo recolher dados humanos e de projetos para produzir uma arquitetura robusta, planos, projetos prontos a serem autorizados, orçamentos e calendários. Este sistema facilitará a conceção de casas, gerando plantas, representações interiores e exteriores numa questão de minutos.
Até ao final deste ano, a Vitruvius planeia avançar com projetos esquemáticos e, no próximo ano, produzir documentos de construção completos, orçamentos e calendários. O que distingue o Vitruvius de outras plataformas de design é a sua combinação única de experiência em design e construção, garantindo que os projetos não são apenas esteticamente agradáveis, mas também práticos e viáveis.
Num pais com elevado risco sísmico não me parece que seja boa solução, especialmente a estruturas casas com mais de 1 piso.
Estas construções cumprem com as normas portuguesas e são anti sismicas, sem um metro de ferro!!!