Durante o passado fim-de-semana o mundo foi confrontado com mais um notícia assustadora vinda do novo Presidente dos Estados Unidos. Donald Trump emitiu uma ordem de proibição de entrada no país de imigrantes oriundo de alguns países árabes e desde então que várias vozes se fizeram ouvir, entre elas as das gigantes da tecnologia.
A Google foi uma das primeiras a fazer-se ouvir, pedindo a todos os seus funcionários que regressassem ao país. Depois disso tem levado a cabo várias acções de luta contra as novas políticas.
Trump chegou ao poder pronto para mudar os Estados Unidos, à sua maneira. A forma como decidiu que iria tratar os imigrantes tem vindo a perturbar o mundo, e não há quem fique indiferente à sua mais recente imposição de bloqueio à entrada no país de cidadãos do Iraque, Irão, Sudão, Somália, Yemen e Líbia, nos próximos 90 dias, assim como cidadãos (refugiados) da Síria, de forma permanente.
Com um grande número de talentos espalhados pelo mundo fora, são várias as grandes empresas que já fizeram questão de partilhar o seu descontentamento de forma pública.
Um pedido de regresso aos EUA
No caso da Google, a gigante das pesquisas vê de forma muito mais íntima esta questão já que o seu CEO é ele próprio um imigrante… Logo após o anúncio deste bloqueio, Sundar Pichai, com receio que os seus cerca de 100 funcionários com nacionalidade deste grupo de países abrangidos pela restrição de entrada no país, ordenou que todos eles regressassem ao país.
It’s painful to see the personal cost of this executive order on our colleagues
Sundar Pichai
Uma doação de milhões de dólares
O passo seguinte foi a criação daquele que é o seu maior fundo de apoio a uma causa. Um porta-voz da Google anunciou a criação de um fundo no valor de 4 milhões de dólares, para apoiar organizações com ligação à imigração, nomeadamente, a American Civil Liberties Union, o Immigrant Legal Resource Center, o International Rescue Committee e a Agência da ONU para Refugiados.
Deste valor, dois milhões serão doados pela Google e os outros dois milhões serão suportados por doações dos próprios funcionários, que também estão contra a nova decisão de Trump e pela forma como isso vai afectar os Googlers e os seus familiares.
Da doação à manifestação
Durante o dia de ontem, o Doodle do Google nos Estados Unidos foi em homenagem a Fred Korematsu, que recebeu a medalha presidencial da liberdade, por Bill Clinton, um dos activistas de liberdade civil e que lutou pelos direitos dos imigrantes nos Estados Unidos.
Mas esta não foi a única acção. Mais de dois mil funcionários da empresa manifestaram-se contra Trump e as suas políticas. Sob as hastags #GooglersUnite e #NoBanNoWall são várias as imagens que dão conta desta acção às portas dos vários escritórios Google, desde Mountain View, San Francisco, Nova York a Seattle.
Incredible scenes at Google headquarters today. Thousands came to #GooglersUnite protest on less than 1 day notice #NoBanNoWall #NoMuslimBan pic.twitter.com/pBaIWmluoD
— Tolu Thomas (@ToluThomas) 31 de janeiro de 2017
As notícias e as manifestações contra a posição austera e nacionalista de Trump não param de surgir, ainda hoje fomos acordados com o despedimento de uma procuradora-geral que desafiou o decreto anti-imigração, e, é evidente, que ainda muito está por escrever.