O ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está de regresso à corrida à Casa Branca. Apesar de não ser, ainda, sabido se será eleito para o cargo, os seus comentários já impactaram os mercados: as ações da TSMC, AMD, Qualcomm, entre outras, caíram, após relatos de potenciais restrições de exportação mais rígidas.
Conforme avançado pela CNBC, as ações da ASML, cotadas na Holanda, caíram 11%, enquanto as ações da Tokyo Electron, no Japão, fecharam quase 7,5% mais baixas. Por sua vez, as da Arm, AMD, Marvell, Qualcomm e Broadcom fecharam em queda de mais de 7%, e as da TSMC, cotadas em Taiwan, fecharam em queda de 2,4%.
Além destas empresas, o ETF VanEck Semiconductor, que procura acompanhar o índice MVIS US Listed Semiconductor 10% Capped ESG, que, por sua vez, acompanha as empresas de todo o mundo cotadas nos Estados Unidos e ativas no setor dos semicondutores, fechou em queda de mais de 7%.
Mercados impactados por comentários de Donald Trump
As quedas ocorreram depois de a Bloomberg ter noticiado, ontem, que a administração de Joe Biden está a considerar uma medida abrangente que visa restringir as empresas que exportam o seu equipamento crítico de fabrico de chips para a China.
A medida de Washington relativa aos produtos estrangeiros diretos, ou FDPR – Foreign Direct Product Rule, diz que, se um produto for fabricado com tecnologia americana, o Governo dos Estados Unidos tem o poder de impedir a sua venda, incluindo produtos fabricados num país estrangeiro.
A queda das ações da ASML, que produz as máquinas necessárias para fabricar os chips mais avançados do mundo, ocorreu mesmo após a divulgação dos lucros que superaram as expectativas do mercado para o segundo trimestre.
Apesar disso, uma vez que 49% das suas vendas durante este período foram efetuadas na China, as restrições mais rigorosas podem colocar a empresa em risco.
A par da conjuntura do mercado, os comentários de Donald Trump reforçaram a insegurança relativamente a algumas empresas. O atual candidato republicano à presidência dos Estados Unidos disse que Taiwan deveria pagar ao país pela defesa, numa entrevista à Bloomberg Businessweek, publicada na terça-feira.
Além disso, afirmou que Taiwan ficou com “cerca de 100%” dos negócios de semicondutores da América.
Conforme reportado, os comentários terão lançado dúvidas sobre o compromisso dos Estados Unidos em defender Taiwan, caso Trump se torne presidente e caso a China, que vê a ilha democraticamente governada como parte do seu território, decida atacar.
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