A AMD tem vindo a dar cartas no mercado dos processadores, mostrando que já não está mais à sombra da sua rival, a Intel. Com as recentes notícias, esta questão fica ainda mais clara, primeiro com o anúncio do monstruoso 3990X, um processador de 64 cores e 128 threads, disponível já em 2020. E, logo de seguida, com as notícias de vários recordes alcançados pelo recentemente lançado 3970X.
É cada vez mais evidente a sombra que a AMD está a fazer ao mercado, onde a Intel ainda domina.
2019 foi um bom ano para os processadores da AMD
A qualidade dos produtos da empresa têm conquistado progressivamente o seu espaço no mercado. Esta situação tornou-se mais frequente desde a apresentação da arquitetura Zen em 2017. Assim, esta evolução permitiu que muitos dos utilizadores começassem a considerar estes produtos como uma opção viável para as suas máquinas profissionais ou de gaming.
O aumento de vendas por parte da AMD foi evidente em 2019, arrebatando a competição e arrecadando diversos prémios com a sua terceira geração de processadores. A melhoria de qualidade permitiu à marca chegar ao fim do ano com 9 processadores no top 10 mais vendidos pela Amazon, mostrando mais uma vez o domínio atual da marca e da sua quota de mercado.
Uma posição regular da AMD no top de vendas confirma o largo interesse dos consumidores por estes produtos, denotando-se uma destituição lenta da rival Intel, vista há vários anos como a empresa rainha no desenvolvimento de processadores.
AMD lidera o top 10 da Amazon
A Amazon tornou-se em 2019 a empresa mais valiosa do mundo. Nesse sentido, a sua oferta baliza consideravelmente o sucesso dos produtos lá apresentados. Assim, analisando o top dos 10 processadores mais vendidos neste gigante das compras online, percebemos de imediato o total domínio da marca AMD. Conforme poderão ver, das 10 primeiras posições, 9 são ocupadas pela Advanced Micro Devices, Inc. (AMD).
Na primeira posição temos disponível o Ryzen 2700X, um processador da geração anterior, mas que continua a fazer parte da lista de preferência dos clientes, trazendo ao mercado um incrível preço por núcleo de 23 dólares. Já o processador mais vendido da Intel, e o único do top 10, o 9600K, ocupa o último lugar e com um preço por núcleo substancialmente mais elevado, aproximadamente 37 dólares.
É importante referir que esta diferença é explicada pelo desempenho superior em uso gaming e que a Intel sempre nos habituou. Contudo, é também relevante mencionar que esta diferença não transmite a realidade da diferença entre os diferentes chips. Para além disto, a maioria dos processadores AMD listados no top vêm incluídos com opções de refrigeração sólidas enquanto as alternativas da Intel entregam apenas os chips isolados.
Intel tem muito trabalho pela frente?
O facto de duas gerações distintas de processadores AMD oferecerem desempenhos que rivalizam com a nona geração de processadores da Intel e com diferenças de relações a chegar aos 50%, mostra claramente o caminho que a Intel terá que percorrer para retornar ao seu posto de número um. Desta forma, com a nova geração de processadores AMD a oferecerem tanto por tão pouco, a Intel será pressionada para que consiga baixar o preço dos seus produtos e recuperar alguma da quota de mercado perdida até então.
Apesar da gigante americana, fundada por Robert Noyce e Gordon Earle Moore, ser tecnicamente a maior empresa em termos de receitas, diversos marcadores indicam que esta situação precária poderá estar prestes a mudar. Principalmente, se tivermos em consideração os anúncios recentes que confirmam a dificuldade em cumprir a procura comercial, obrigando a marca a procurar a Samsung Electronics e a TSMC, duas das maiores fabricantes de chips do mundo, com o objetivo de dar resposta ao aumento de procura do mercado.
Esta situação levou a que várias marcas parceiras tenham já comunicado problemas com a distribuição de processadores para as suas máquinas, culpabilizando a Intel pelo atraso nas entregas. Será imprescindível que a marca consiga minimizar os danos desta falta de recursos, de forma a evitar consequências mais graves para as contas da gigante americana.