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Amazon Echo poderá ter sido testemunha de um crime

O papel dos assistentes virtuais está bem definido. Pretendem ajudar os utilizadores em tarefas específicas, mas por vezes podem acabar por ouvir demais.

Um caso de homicídio poderá vir a ser resolvido caso a polícia consiga que a Amazon forneça informação de uma Amazon Echo que estava em casa do suposto homicida.

Este caso remonta ao ano passado, quando Victor Collins foi encontrado morto, com sinais de violência, na cidade de Bentonville, no Arkansas. A vítima foi encontrada morta na casa de James Andrew Bates, que tinha instalados vários equipamentos ligados à Internet. Entre eles estava uma das recentes assistentes virtuais da Amazon, a Amazon Echo, que regista centralmente todos os pedidos e conversas que são tidas junto a si.

A policia terá pedido à Amazon que forneça toda a informação sobre esse equipamento, nomeadamente os registos áudio do mesmo para que possa investigar o que se terá passado. A gigante Amazon terá rejeitado este pedido, alegando que, ao fazê-lo, iria comprometer a privacidade dos seus clientes. Apenas com um mandado judicial válido, a Amazon poderá ponderar disponibilizar a informação sobre esse equipamento e os dados registados.

Mesmo que o mandado judicial seja entregue e aceite pela Amazon este caso poderá nunca avançar por este meio. Apesar de estar sempre à escuta, a Amazon Echo apenas regista informação quando os utilizadores dizem a frase certa para registo, tal como muitos outros assistentes o fazem. Caso esta não tenha sido usada, não vão existir quaisquer registos do crime.

Este caso vem dar seguimento a um dos mais mediáticos do ano de 2016 e que envolveu a Apple e o FBI. Durante meses a agência de segurança norte americana quis que a Apple desbloqueasse o iPhone do atirador de San Bernardino e que colocasse no seu software uma chave para o conseguir fazer sem recurso à empresa.

O caso resolveu-se sem o recurso à Apple, mas acabou por ter um forte impacto na opinião pública, que viu a possibilidade da sua privacidade ser exposta sem qualquer controlo e sem a intervenção dos tribunais.

Este é mais um exemplo de como as forças policiais tentam obter dados de forma directa e sem seguir os tramites legais, obrigando as empresas a fornecer os dados dos seus utilizadores. A posição da Amazon é firme e está em conformidade com o que a maioria das empresas de tecnologias decidiram fazer.

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