Zephyr é o nome de um avião solar da Airbus que levantou voo no passado dia 11 de julho e permaneceu no ar por 25 dias, 23 horas e 57 minutos.
O avião tem uma uma envergadura de 25 metros e pesa 75 quilos. Tem duas hélices movidas por motores elétricos e painéis solares nas asas. Sim, está batido um novo recorde!
Um avião da Airbus que vai revolucionar alguns serviços
O Zephyr S voa muito acima dos sistemas meteorológicos e aeronaves comerciais, a 70.000 pés. “As únicas aeronaves que voaram a essa altitude foram o Concorde (como avião civil), o famoso avião militar U2 e o SR-71 Blackbird”, referiu a Airbus numa comunicado de imprensa.
O programa Zephyr lançou este voo inaugural que culminou num grande sucesso, isso representa um novo marco neste projeto de sistemas aéreos não tripulados da Airbus.
O recorde anterior de voo sustentado foi de 11 dias, estabelecido por um protótipo do Zephyr. O novo voo ainda não foi certificado como o mais longo da história. Mas, segundo as informações referidas pela empresa, nos próximos dias irão ser verificados todos os dados e resultados de engenharia.
A empresa planeia desenvolver uma nova versão da aeronave chamada Zephyr T com motores mais potentes ainda este ano. Para isso a Airbus está a preparar uma nova base para futuras operações da Zephyr no aeroporto de Wyndham, na Austrália Ocidental.
Airbus Zephyr S é uma espécie de “pseudo-satélite”, no fundo a plataforma não é um planador mas também não é um satélite.
Mas, para que servem estas aeronaves?
Há muitas serventias para este tipo de equipamentos. Para além do desenvolvimento de tecnologias que um dia poderão servir a aviação comercial, o modelo de negócio para o Zephyr passa por oferecer uma gama de serviços que vão desde missões de reconhecimento para actividades de vigilância marítima de patrulha de fronteira e serviços de comunicações para empresas a um custo muito mais baixo do que eles podem oferecer por satélites convencionais.
Uma vez totalmente desenvolvido, é esperado que o Zephyr possa permanecer no ar durante vários meses.
Uma aeronave que pode ser importante no combate aos incêndios
Esta aeronave também pode entregar respostas rápidas no controlo da propagação de incêndios florestais, derrames de petróleo ou outros desastres naturais.
Claro que estes equipamentos podem ser importantes em cenários de outro tipo de uso, menos convencionais. O primeiro cliente que vai pagar será o Ministério da Defesa do Reino Unido.
Poderá ser a revolução do serviço de Internet
Um cenário que deverá ser explorado, dados os custos operacionais que serão baixos mas com tentacularidade global, é no fornecimento de Internet em áreas onde as comunicações digitais são limitadas ou indisponíveis.
Como já demos a conhecer, neste tipo de cenário há já várias empresas, incluindo a SpaceX e o Facebook, que planeiam oferecer esses serviços no futuro.
A SpaceX planeia usar uma rede composta de centenas de satélites de baixa altitude. Os seus responsáveis acreditam que pode colocar estes satélites em órbita de forma económica, aproveitando a boleia da SpaceX nas suas viagens regulares ao espaço.
O Facebook pretendia usar uma aeronave semelhante à Airbus Zephyr para o seu programa de Internet, mas recentemente fechou o projeto porque não funcionou como planeado, após quatro anos de tentativas sem sucesso. Agora a ideia é, tal como a Space X, colocar satélites.
Além destes cenários, muitos outros poderão aparecer, dado o custo e benefício que a Airbus incutiu neste projeto.