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Vida de Marte pode ter sido extinta pela mudança climática provocada pelos micróbios

Marte é, atualmente, extremamente frio e seco. No entanto, acredita-se que não tenha sido sempre assim. A vida que existia no planeta vermelho antigamente pode ter-se visto extinta na mudança climática que os próprios seres vivos provocaram.

Estaremos a ver o mesmo a acontecer na Terra?


A par de todas as investigações que surgem em torno das alterações climáticas, há uma variável que tem lugar cativo: a atividade humana. Esta tem, efetivamente, acelerado a mudança do clima e desencadeado uma série de consequências.

Agora, um novo modelo sugere que pode ter acontecido a mesma coisa em Marte. Isto, porque é possível que o planeta tenha sido habitável a ponto de suportar micróbios produtores de metano, e esses podem ter-se extinguido por causar danos irreparáveis à atmosfera de Marte.

 

Terá Marte perdido a vida que albergava por causa dos próprios seres vivos?

Hoje em dia, o planeta vermelho é extremamente frio e seco, e possui uma atmosfera muito fina. No entanto, décadas de observação e de investigação levam a crer que estas podem não ter sido sempre as suas condições. Para o novo estudo, os investigadores da University of Arizona modelaram Marte antigo, incluindo a sua crosta, atmosfera e clima.

De acordo com o New Atlas, mais do que isso, acrescentaram um modelo ecológico de metanogéneos – micróbios que consomem dióxido de carbono e hidrogénio e produzem metano – e investigaram se as condições lhes permitiriam sobreviver, e que efeitos poderiam ter sobre o ecossistema.

Depois de termos produzido o nosso modelo, pusemo-lo a funcionar na crosta marciana – figurativamente falando. Isto permitiu-nos avaliar quão plausível seria uma biosfera subterrânea marciana. E se tal biosfera existisse, como teria modificado a química da crosta marciana, e como estes processos na crosta teriam afetado a composição química da atmosfera.

Explicou Boris Sauterey, primeiro autor do estudo.

Desta forma, a equipa percebeu que os micróbios não só poderiam sobreviver, como prosperar, no início de Marte. Aliás, a simulação mostrou que eles estariam mais confortáveis nas primeiras centenas de metros abaixo da superfície.

Depois disso, os investigadores modificaram o seu modelo para simular que tipo de feedback os micróbios poderiam ter tido sobre o ecossistema. Assim, descobriram que os micróbios teriam removido demasiado hidrogénio da atmosfera e substituído por metano, desencadeando um evento de arrefecimento global em apenas algumas centenas de milhares de anos.

O problema que estes micróbios teriam enfrentado é que a atmosfera de Marte basicamente desaparecera, completamente diluída, pelo que a sua fonte de energia teria desaparecido e eles teriam de encontrar uma fonte alternativa de energia. Além disso, a temperatura teria descido significativamente, e eles teriam tido de ir muito mais fundo na crosta. De momento, é muito difícil dizer quanto tempo Marte teria permanecido habitável.

Partilhou Sauterey.

Apesar de a evidência indicar que as condições, em Marte, eram adequadas para vida microbiana, até agora, não foram encontradas provas concretas da sua existência e, por isso, não sabemos se foi realmente isto que aconteceu.

 

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