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Estranhas bolas de fogo caíram do céu no Chile. Será um meteorito, uma nave, um OVNI?

Na passada semana, os habitantes da Ilha Chiloé, no arquipélago do sul do Chile, viram estranhas bolas de fogo a cruzar o céu. Num primeiro olhar poderiam ser meteoritos a romper a atmosfera. Mas, analisadas as imagens e com alguma informação recolhida, descartou-se essa possibilidade. Então, poderiam ser OVNIS? Lixo espacial?

Bom, o que eles eram e de onde vieram ainda é um mistério, mas serviu para incendiar o chão e a curiosidade.


Lixo espacial volta à Terra no fim de vida

No passado dia 25 de setembro, testemunhas relataram que bolas de fogo brilhantes iluminaram o céu sobre a Ilha Chiloé, no arquipélago do sul do Chile. Pouco tempo depois, pequenos incêndios florestais foram registados em sete locais da ilha, que foram rapidamente apagados por voluntários.

Segundo o que avançou de imediato o astrofísico chileno José Maza à emissora nacional TVN, essas bolas seriam meteoritos ou resíduos espaciais. Os moradores notaram que a bola de fogo estava a mover-se extremamente rápida, queimando um vermelho vivo, o que sugeriu um meteor. Contudo, o lixo espacial é igualmente comum.

Lixo espacial são objetos criados pelo homem, que se encontram a orbitar a Terra, e já não têm utilidade. Existem milhões de objetos a voar pelo espaço, e todos os anos cerca de 200 a 400 objetos caem no nosso planeta.

 

Uma análise pormenorizada dos locais da queda deverá revelar o mistério

Posteriormente, funcionários do Serviço Nacional de Geologia e Mineração recolheram amostras nos locais carbonizados. As análises aos muitos fragmentos espalhados pela cidade de Dalcahue não encontraram nenhuma evidência de um meteorito.

Geologistas foram ao local examinar a área do suposto impacto. Trabalharam em sete pontos correspondentes a matas queimadas, onde não encontraram vestígios ou evidências da queda de um meteorito.

Afirmou o relatório.

Os geólogos disseram à TVN que recolheram amostras de solo para uma análise mais completa, e divulgarão as suas conclusões em poucas semanas.

 

Então, tecnicamente, temos ali um OVNI?

Sim. De facto, nesta altura, tecnicamente, o que temos aqui agora é um objeto voador não identificado. Um OVNI, portanto. Contudo, é altamente improvável ser alienígena. Além disso, também foi descartada a hipótese de ser um meteorito, restando assim o cenário mais provável: lixo espacial que está a cair na Terra.

Em abono da verdade, não se consegue contabilizar ou até prever a destruição das sucatas espaciais. Sabe-se que há mais de 8000 toneladas de lixo espacial em órbita, incluindo cerca de 29 mil objetos com mais de dez centímetros e mais de um milhão pequenos demais para poderem ser seguidos. Contudo, quando entram na atmosfera são queimados e acabam por cair no oceano (que cobre 70% do planeta).

 

É raro o lixo espacial atingir o solo

Mesmo que muito lixo entre e chegue ao solo, quando não cai no mar cai em zonas desabitadas, remotas, que são igualmente uma enorme porção do planeta. É um cenário raro o lixo espacial atingir o solo perto de pessoas. Além disso, não há registo de alguém ser atingido com gravidade ou morto pela queda de detritos.

Na verdade, as únicas ocorrências conhecidas de pessoas atingidas por detritos espaciais são cinco marinheiros japoneses. Estes estavam num navio quando este foi atingido pela queda de pedaços de uma nave espacial russa em 1969. Além deste, há a registar um evento curioso em 1997, quando uma mulher nos EUA foi levemente escovada por material que acabou por ser identificado como parte de um motor de foguete Delta 2.

 

Estações orbitais entraram e foram destruídas recentemente

Os mais famosos eventos de detritos espaciais envolvem as estações espaciais Mir e Skylab. A primeira estação espacial americana, a Skylab, teve um retorno memorável à Terra em 1979, quando parte dela caiu na Austrália Ocidental. Tal feito resultou numa multa aos EUA por lixo.

Por sua vez, a Mir, a estação espacial da Rússia, caiu na Terra em 2001. Foi assim o maior objeto a reentrar na atmosfera da Terra, que felizmente aterrou no Oceano Pacífico. Nessa altura foram produzidas imagens que ficam para recordar o momento.

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