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SpaceX: Foguetão Falcon 9 descontrolado vai colidir com a Lua

Uma secção de um foguetão Falcon 9 da SpaceX, lançado a partir da Florida em 2015 para pôr em órbita um satélite de observação do clima, está numa rota de colisão com a Lua e o impacto deve acontecer a 4 de março.

Segundo os especialistas, este foguetão irá acabar no solo lunar após passar quase sete anos a atravessar o espaço.


A Lua será o alvo do foguetão da SpaceX

Este poderia ser um acontecimento único ao qual os humanos, a partir da Terra, poderiam assistir. Contudo, o impacto acontecerá no lado oculto do nosso satélite natural, o que impossibilitará acompanhar o incidente diretamente a partir do nosso planeta.

Este é o segundo módulo de um foguete da SpaceX que foi lançado há sete anos para pôr em órbita um satélite de observação climática da Terra, o Dscovr (Observatório Climático do Espaço Profundo, em tradução livre).

Conforme descreveu Bill Gray, o astrónomo que descobriu a nova trajetória, desde essa altura, o segundo módulo utilizado para impulsioná-lo flutuou no cosmos numa órbita chamada “caótica”.

Já no início deste ano, o objeto passou muito perto da Lua, o que fez com que a órbita mudasse, explicou o responsável pelo Projeto Plutão, um software que permite calcular as trajetórias de asteroides e outros objetos, usado por programas de observação financiados pela NASA.

Uma semana depois, o especialista conseguiu observar novamente partes do foguete e percebeu que elas irão colidir com a face oculta da Lua no dia 4 de março.

 

Colisão na Lua não será visível da Terra

Após lançar um apelo à comunidade de astrónomos amadores para que novas observações fossem feitas, os dados foram confirmados.

A hora e o local precisos ainda podem mudar em minutos e quilómetros, mas a colisão é certa. Assim, a queda deste objeto de cerca de 4.000 kg não será visível da Terra.

A colisão deverá provocar uma cratera que poderá ser observada pelos cientistas mais tarde, em particular pelo LRO (Lunar Reconnaissance Orbiter) da NASA ou pela missão indiana, a Chandrayaan-2, e lançar uma nova luz sobre a geologia lunar.

 

Não era suposto isto acontecer

A maioria dos foguetes SpaceX separam-se do segundo módulo a uma distância menor, normalmente permitindo que esta secção entre novamente na atmosfera da Terra, onde se desintegra sobre o oceano.

No entanto, estes impactos lunares não planeados podem multiplicar-se no futuro, especialmente devido aos objetos que os programas lunares dos Estados Unidos e da China deixarão no seu caminho.

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