Os ministros europeus encarregados da agência espacial ESA aprovaram a missão Hera. Quer isto dizer que será testada a possibilidade de impedir a colisão de grandes asteroides com a Terra. Assim, a ideia será alterar a trajetória de voo destas rochas. Será enviada uma sonda para estudar este sistema binário de asteroides, Didymos e Didymoon, o seu pequeno satélite
A agência mostrou várias simulações onde compara o tamanho destes asteroides com alguns dos mais famosos monumentos de cidades europeias.
HERA: Perceber como se pode desviar a órbita de uma asteroide
A missão Hera testará se a deflexão pode salvar a humanidade de um asteroide nocivo. Durante a missão de 320 milhões de dólares, a ESA e a NASA enviarão um par de naves espaciais para um sistema de asteroide duplo chamado Didymos.
A NASA primeiro colidirá a sua sonda DART no asteroide menor (Didymoon) a uma velocidade de cerca de 21 mil km/h. Este evento será registado por um cubesat italiano chamado LICIACube. Posteriormente, chegará a missão Hera, para mapear a cratera de impacto e medir a massa do asteroide.
Esta nave Hera carregará dois CubeSats que podem voar extremamente perto da superfície do asteroide antes de pousar. As naves espaciais, do tamanho de uma mala, irão agir como drones, captando dados vitais sobre a cratera de impacto e fornecendo dados aos cientistas, incluindo a massa do asteroide que os ajudará a deduzir a sua composição.
O objetivo, segundo a ESA, é “transformar a deflexão de asteroides numa técnica de defesa planetária bem conhecida”.
Go for Didymoon! ESA’s #asteroid #HeraMission for #PlanetaryDefense has been approved by Europe’s space ministers at #Space19plus. The spacecraft will be Europe’s contribution to the international #AIDA4Asteroids endeavour, teamed with @NASA‘s DART mission https://t.co/vEcmuPbfQw pic.twitter.com/PBBBurDRM1
— ESA Technology (@ESA_Tech) November 29, 2019
NASA e ESA juntas para criar escudo defletor
Como Didymoon orbita o seu companheiro maior (como uma espécie de satélite natural), os cientistas devem poder medir o efeito do DART na sua trajetória, mesmo que seja muito pequeno. O asteroide menor é do tamanho do Coliseu em Roma, portanto poderia destruir uma cidade inteira se colidisse com a Terra.
At just 160 m across, #HeraMission‘s target ‘Didymoon’ asteroid will be the smallest natural body ever targeted by a space mission, but is still quite big in human terms – shown here besides the #Colosseum in #Rome. Hera will survey it after it has been diverted by NASA’s DART pic.twitter.com/Nv8nv2yZUs
— ESA Technology (@ESA_Tech) November 29, 2019
Nunca o homem desviou um asteroide
Apesar de tudo bem delineado, trata-se de uma missão bastante complicada. Isto porque os asteroides ainda são relativamente pequenos e nenhuma nave espacial já voou para estes minúsculos corpos espaciais antes.
Embora uma colisão de asteroides seja um evento bastante improvável, na verdade, é evitável, ao contrário de um terramoto ou explosão vulcânica.
Nós realmente precisamos seguir cuidadosamente [cerca de 2.000 objetos próximos à Terra] para não participar da coleção de dinossauros maravilhosos aqui em Berlim.
Referiu Holger Sierks, pesquisador do Instituto Max Planck, ao Space.com no início deste mês.
Asteroides exigem medidas desafiantes
A Missão Hera da ESA irá a um lugar muito estranho. Voará até um asteroide de 780 metros que tem a sua própria lua, uma outra rocha de 160 metros, que orbita a 1,2 km de distância.
Dito assim pode não ter o impacto desejado devido a uma questão de escala. Contudo, se comprarmos o par de asteroides Didymos ao lado da Torre Eiffel, a compreensão será outra.
Europe’s space ministers have approved ESA’s #HeraMission! It’ll be going to a very strange place – a 780-m #asteroid with its own 160-m moon orbiting 1.2 km away. Here’s what the #DidymosAsteroid pair would look like beside the #EiffelTower #Space19plus https://t.co/vEcmuPbfQw pic.twitter.com/e7kcFDkrpI
— ESA Technology (@ESA_Tech) November 29, 2019
Portanto, vamos ter de esperara até 2022 para assistir à sonda DART a colidir com o asteroide menor para mudar a sua órbita. Posteriormente, em 2026 será a vez da Hera chegar a Didymoon, o que deverá melhorar a compreensão desta experiência espacial em larga escala.
Nave espacial Hera terá a bordo dois pequenos satélites em forma de cubo
Conforme foi referido em cima, os CubeSats são dois pequenos satélites, em forma de mala, que irão estudar as características físicas do asteroide. Nesse sentido, teremos outro dado novo, isto porque Didymoon será o corpo natural mais pequeno alguma vez estudado por uma missão espacial. Além disso, este será também o primeiro objeto no espaço cuja órbita será mudada pelo homem.
#HeraMission will be an extremely agile, ‘self-driving’ spacecraft to navigate around the double #DidymosAsteroid system, with a 780 m body orbited by a 160 m moon – seen here by #SagradaFamília in #Barcelona. It will carry 2 tiny #CubeSats to go closer https://t.co/vEcmuPbfQw pic.twitter.com/P3xZ6oZzud
— ESA Technology (@ESA_Tech) November 29, 2019
A comparação dos asteroides com os monumentos das cidades europeias foi uma forma de celebrar a aprovação da missão.