Sabemos que o lixo espacial é uma realidade e já falámos sobre as consequências que dele poderão resultar, na Terra e nos seres humanos. Aliás, os Estados Unidos da América (EUA) multaram, pela primeira vez, uma empresa pelos resíduos que enviou para a nossa órbita.
A corrida ao espaço está estabelecida, com os países e as empresas a darem (muito) de si para ir além da Terra. Num jogo onde vale praticamente tudo, têm sido enviados muitos dispositivos, nas suas várias formas, com o objetivo de recolher dados sobre o desconhecido.
Ainda que distante, o espaço deve ser protegido e os EUA deram um passo nesse sentido, penalizando Dish Network, operadora de televisão por satélite, com uma multa de 150.000 dólares (cerca de 142.647 euros à taxa de câmbio), por enviar um satélite para uma órbita abaixo do exigido.
EUA multam empresa por manter lixo espacial na órbita da Terra
Num comunicado, a Federal Communications Commission (FCC) explicou que a empresa violou a lei ao alocar o seu satélite EchoStar-7 numa órbita consideravelmente abaixo da exigida, e espoletando “preocupações quanto a detritos orbitais”.
A Dish Network havia prometido que, quando o seu equipamento parasse de funcionar, iria movê-lo para uma altitude de 300 quilómetros acima do seu arco geoestacionário operacional.
Após 20 anos de operação, a empresa informou que a saída de órbita do satélite ocorreria em maio de 2022. No entanto, alguns meses antes da data estipulada, percebeu que o equipamento estava com muito pouco combustível. Por isso, viu-se tecnicamente impedida de seguir o plano original.
No final, a Dish Network retirou o dispositivo para uma órbita muito mais baixa: cerca de 122 km acima do arco geoestacionário.
Essa altitude representa perigo, pois o satélite corre o risco de colidir com outros equipamentos em funcionamento. Na perspetiva de Loyaan Egal, chefe do departamento de execução da FCC, as empresas devem ser responsáveis:
À medida que as operações de satélite se tornam mais predominantes e a economia espacial acelera, devemos garantir que as operadoras cumprem os seus compromissos.
A Dish Network aceitou a responsabilidade pelo seu lixo espacial e pagou a multa, além de ter assumido um novo plano de atuação.