Estima-se que cerca de 20 mil portugueses sofram de Parkinson. Já ao nível mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que existam aproximadamente 4 milhões de pessoas com a doença, o que representa 1% da população mundial a partir dos 65 anos. Mas, atualmente, as pessoas que desenvolvem a doença não podem ser diagnosticadas até apresentarem sintomas característicos. Será que a tecnologia “vestível” poderá ajudar?
Smartwatches podem monitorizar tremores, quedas e não só
Segundo um estudo, os smartwatches podem ajudar a identificar os sintomas da doença de Parkinson sete anos antes do seu aparecimento. Os investigadores analisaram os dados de mais de 103 000 pessoas que usaram um dispositivo de uso médico durante sete dias, medindo continuamente a sua velocidade de movimento.
Os movimentos lentos são um sintoma característico da doença, juntamente com os tremores e a rigidez.
A Dra. Kathryn Peall, do Instituto de Inovação em Saúde Mental da Universidade de Cardiff, disse que a sua equipa investigou se os dados sobre a velocidade de movimento de um smartwatch poderiam, portanto, funcionar como um potencial sinal de alerta precoce para o desenvolvimento da doença.
O estudo, que decorreu entre 2013 e 2016, comparou os dados de pessoas que já sofriam da doença com os das que foram diagnosticadas até sete anos depois de os dados do smartwatch terem sido recolhidos.
Os investigadores conseguiram distinguir entre as pessoas que desenvolveram Parkinson e as que eram saudáveis.
Não só isso, como também mostraram que a IA poderia ser utilizada para identificar pessoas da população em geral que viessem a desenvolver a doença mais tarde na vida – e prever o momento em que isso aconteceria.
Apple Watch poderá já ser utilizado para detetar Parkinson
Há cerca de um ano, a Apple submeteu o seu Apple Watch ao regulador US Food and Drug Administration (FDA) que deu luz verde a uma aplicação para aquele dispositivo que visa monitorizar a doença de Parkinson. Segundo a empresa de Cupertino, a intenção da tecnologia é auxiliar as pessoas não só a detetar os sinais da doença como também auxiliar pacientes em vários cenários.
Segundo informações partilhadas, os sensores Apple Watch pré-existentes já podem detetar quedas, tremores e outras perturbações de movimento consistentes com os sintomas de Parkinson. Contudo, a Rune Labs, empresa que desenvolveu a aplicação, deu um passo em frente com a sua tecnologia, recolhendo dados individuais sobre a experiência dos sintomas dos pacientes para que possa ser partilhada com os médicos para determinar o melhor curso de tratamento.