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O telescópio James Webb da NASA pode detetar vida alienígena em apenas 20 horas

James Webb da NASA é o mais avançado equipamento espacial alguma vez desenvolvido. Nele estão depositadas grandes esperanças e já há uma ansiedade latente nas vésperas do seu lançamento. Aliás, foi mesmo já difundido que o processo de colocar o telescópio no espaço poderá ter mais de 300 formas deste equipamento falhar. No entanto, também é verdade que se tudo correr bem, iremos ver o universo como nunca o vimos.

Segundo um estudo recente, as capacidades do telescópio poderão revelar sinais de vida noutros planetas com apenas cinco a 10 trânsitos adicionados. Tudo isto em apenas 20 horas de trabalho.


Em 20 horas James Webb da NASA pode detetar vida extraterrestre

Estamos a apenas algumas semanas da próxima geração de astronomia. É tão grande a ambição por trás deste projeto que poderemos mesmo extrapolar sobre o que iremos muito em breve descobrir que até hoje esteve escondido do nosso conhecimento.

Quando o Telescópio Espacial James Webb for lançado em dezembro, este sinalizará o início de uma nova era para o estudo do universo. Como tal, os funcionários da NASA e de outras entidades ligadas ao desenvolvimento do telescópio acreditam que ele poderá descobrir sinais de atmosferas capazes de sustentar vida em mundos alienígenas além do nosso sistema solar.

Contudo, ainda mais excitante é o tempo que dizem ser necessário para termos revelações sobre novos planetas.

Segundo um estudo ainda em debate, o telescópio poderá precisar apenas de 20 horas, ainda que não sejam contínuas, para revelar sinais ou evidências que poderá haver vida noutras paragens do universo.

 

Novo telescópio transformará os estudos de exoplanetas

Existem vários métodos de identificação e análise das propriedades de mundos alienígenas além do nosso sistema solar. É muito raro um telescópio ver mundos distantes da mesma forma que vemos os planetas ao redor do Sol, simplesmente pelo reflexo da luz da nossa estrela.

Como tal, o método de trânsito provou ser o mais robusto até agora. Isto é, este método permite detetar e estudar as propriedades de um planeta através da “queda” no brilho da sua estrela hospedeira à medida que o planeta passa entre nós (entre Terra e a sua estrela), como um eclipse solar realmente minúsculo.

Contudo, quando o Telescópio Espacial James Webb (JWST) entrar em operação, ele transformará os estudos de exoplanetas, possivelmente oferecendo a primeira hipótese que os cientistas já tiveram de investigar bioassinaturas nas atmosferas de mundos alienígenas através de espectroscopia de transmissão.

 

Há 300 milhões de planetas que podem sustentar vida na nossa galáxia

Na procura de sustentar esta afirmação, os investigadores começaram a explorar como este método funcionará com o JWST quando este estiver à procura dos compostos que apontam para a presença de vida: CH4 e C02 (metano e dióxido de carbono).

Especificamente, num candidato promissor chamado TRAPPIST-1e, que os cientistas suspeitam ter condições atmosféricas semelhantes às da Terra Arqueana (2,5 a 4 mil milhões de anos atrás). Embora não tenham sido feitas suposições no estudo sobre a composição da camada de nuvens deste mundo extraterrestre, os investigadores descobriram que o JWST poderá necessitar apenas de 5 a 10 trânsitos co-adicionados, medidos através do prisma NIRSpec (Near-Infrared Spectrograph) do telescópio, para confirmar fortes deteções.

TRAPPIST-1e, também designado como 2MASS J23062928-0502285 e, é um exoplaneta, provavelmente rochoso, que orbita dentro da zona habitável em torno da estrela anã ultrafria TRAPPIST-1 a aproximadamente 40 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Aquarius.

O exoplaneta foi encontrado recorrendo ao método de trânsito. Foi um dos sete novos exoplanetas descobertos orbitando a estrela usando dados do Telescópio Espacial Spitzer. O exoplaneta está dentro da zona habitável da estrela.

Mas isto só acontecerá se a atmosfera for clara, e as pressões da sua camada de nuvens/haze estiverem entre 100 e 600 milibares (0,1 a 0,6 da pressão atmosférica da Terra ao nível do mar).

Por outro lado, se o TRAPPIST-1e tiver uma pressão de nuvem/haze-layer de 10 milibares (0,01 atmosferas), poderia levar até 50 trânsitos do TRAPPIST-1e em frente da sua estrela hospedeira, o que poderia levar o JWST a mais de 200 horas de observação. Claro que podem passar anos até sabermos com certeza que um planeta que orbita uma estrela distante tem uma atmosfera propícia à vida tal como a conhecemos.

No entanto, com tantos candidatos potenciais – possivelmente milhões na nossa galáxia, dependendo das condições em torno das estrelas anãs vermelhas – à espera de uma inspeção mais atenta com o Telescópio Espacial James Webb, é oficialmente tempo de se entregar à esperança de que a procura de vida para além da Terra esteja a atingir este limiar crítico, onde o grande ponto de interrogação sobre a nossa solidão no universo se transforma numa exclamação inequívoca.

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