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NASA testa novo dispositivo na procura de vida alienígena debaixo do gelo antártico

Parece haver uma maior convicção na existência de vida extraterrestre. A NASA é das maiores entidades a procurar essa vida alienígena. Nesse sentido, a agência espacial norte-americana testa um novo equipamento debaixo do gelo antártico. Este veículo espacial é aquático e tem o objetivo de um dia ir explorar Enceladus, Europa e outros mundos aquáticos do Sistema Solar.

A NASA acredita que poderá encontrar muitas respostas debaixo do gelo no satélite natural de Júpiter.


BRUIE, o rover que irá estudar mares de outros mundos

O dispositivo espacial em testes chama-se BRUIE “Buoyant Rover for Under-Ice Exploration” ou, em tradução livre “rover flutuante para exploração sob gelo”. Apesar de ir trabalhar para dentro de água, este não é um veículo submarino de natação. É um veículo com rodas projetado para rolar de cabeça para baixo em camadas de gelo. BRUIE é flutuante, o que o mantém pressionado contra o teto de gelo.

Muitos cientistas pensam que a melhor hipótese de se encontrar vida alienígena no nosso sistema solar é procurar nos mundos aquosos como as luas Europa (de Júpiter) ou Encélado (de Saturno). No entanto, explorar estes mundos gelados e de ambiente desconhecido irá exigir um pouco mais de criatividade.

Não chega ter um veículo a percorrer as paisagens desérticas de Marte.

 

Preparar o rover aquático para mergulhar na Europa

Atualmente, o BRUIE está na Antártica, na Estação de investigação Casey da Austrália. Durante o próximo mês, o equipamento será submetido a testes de alta resistência. O intuito destes testes é preparar qualquer cenário que possa ser encontrado numa futura missão a um mundo oceânico gelado, provavelmente na lua Europa.

Os testes concentram-se nas áreas de confrontação, onde a camada de gelo encontra a água.

As áreas onde o gelo toca a água são importantes porque, em mundos como a Lua Europa, elas podem ter uma química muito dinâmica. Assim, poderão estar aqui concentradas as impurezas dissolvidas que são rejeitadas da frente de gelo.

Em mundos vivos como a Terra, também existem concentrações mais elevadas de formas de vida nesses tipos de confrontações. Nesse sentido, os cientistas também podem aprender muito com a topografia da parte inferior do gelo, incluindo como se forma o gelo. Além disso, é importante perceber que o gelo atua como uma armadilha para gases, seja de processos biológicos ou geológicos.

A comunidade científica pensa que os oceanos lunares no nosso Sistema Solar – Europa, Encélado e outros – provavelmente são o melhor lugar para procurar a vida. Nesse sentido, os robôs submersíveis terão que desempenhar um papel na exploração desses sítios.

As conchas de gelo que cobrem esses oceanos distantes servem como uma janela para os oceanos abaixo, e a química do gelo pode ajudar a alimentar a vida nesses oceanos. Aqui na Terra, o gelo que cobre os nossos oceanos polares tem um papel semelhante, e a nossa equipa é particularmente interessada no que está a acontecer onde a água encontra o gelo.

Referiu Kevin Hand, o principal cientista do JPL no projeto BRUIE.

 

Procurar vida extraterrestre por baixo do gelo

Tendo em conta os cenários de difícil investigação, o BRUIE irá usar a flutuabilidade para permanecer ancorado ao gelo. Além disso, o rover pode ser desligado com segurança, ligando-se apenas quando precisar de fazer uma medição. Então, este equipamento poderá passar meses a observar o ambiente de gelo.

Ainda que esta máquina seja muito tentacular, existem outros problemas a ultrapassar. Um dos obstáculos examinado será a grossura do gelo. Na Europa, o oceano está enterrado sob uma camada com 30 quilómetros de gelo. Os testes na Antártica vão envolver furar o gelo para inserir o BRUIE, além da análise da autonomia do dispositivo.

Um conceito preliminar para explorar o oceano sob o manto de gelo de Europa é um robô perfurar um túnel. Assim, além do BRUIE, a missão terá de levar um robô movido a energia nuclear. É o resultado de um estudo de conceito onde o objetivo é começar a pensar no desafio de explorar a Europa.

O calor da energia nuclear derreteria o gelo e o veículo deslocar-se-ia através do buraco. Uma vez concluído, algum outro tipo de veículo poderia ser despachado para explorar. Como podemos ver nas imagens de conceitos, os cenários de mergulho podem ser realistas.

 

NASA lançará a missão Clipper que irá até à Europa em 2025

O objetivo deste teste antártico é fazer com que o BRUIE sobreviva sob o gelo durante meses a fio. Desta forma, a equipa também desenvolverá ainda mais a capacidade do veículo de operar sem amarras e de explorar em maiores profundidades.

Pese o facto de não haver cronograma para uma missão na Europa que realmente explore o oceano, há a próxima missão Europa Clipper. De acordo com o programa, a NASA irá lançar o Clipper em meados da década de 2020.

Esta missão tem como objetivo estudar detalhadamente Europa. Além disso, com sorte ainda nos ajudará a entender se este satélite natural de Júpiter pode sustentar vida.

Este artigo foi publicado originalmente por Universe Today.

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