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NASA: A Lua da Terra está a encolher e a tremer

Temos como um “bem adquirido” o nosso satélite natural, a que chamamos de Lua. Contudo, este astro tem estado em transformação e algo se passa com ele. Segundo um estudo agora disponibilizado, a Lua está a encolher lentamente ao longo do tempo, os sismos têm causado rugas na sua crosta. Estas informações foram recolhidas pelas fotos captadas pelo Lunar Reconnaissance Orbiter da NASA.

A Lua é diferente da Terra na sua génese e a forma como “envelhece” tem um processo diferente. O nosso satélite está a ficar com rugas.


A Lua está a ficar mais pequena

Ao contrário da Terra, a Lua não possui placas tectónicas. Em vez disso, como o interior deste astro arrefeceu nas últimas centenas de milhões de anos, a sua superfície ganhou rugas com o encolher do corpo celeste.

A título de exemplo, a pele de uma uva, que é flexível, adapta-se às circunstâncias. Se aumenta o corpo a pele estica, se encolhe a pele mostra algumas folgas. No caso da Lua a sua crosta parte e cria penhascos em degraus chamados de falhas de pressão, com parte da crosta a ser empurrada para cima de outra parte próxima.

Assim, atualmente existem milhares de penhascos espalhados pela superfície do satélite natural, com uma média de alguns quilómetros de comprimento e dezenas de metros de altura. A sonda da NASA tirou fotos de mais de 3500 desses penhascos desde 2009. Em 1972, os astronautas da Apollo 17, Eugene Cernan e Harrison Schmitt, tiveram de subir um desses montes, a escarpa da falha de Lee-Lincoln, em zigue-zague com a sonda Lunar.

 

A Lua está mais magra e “idosa” graças aos sismos

Hoje a Lua está 50 metros “mais magra” por causa deste processo. Além disso, à medida que encolhe, o nosso satélite natural produz ativamente os sismos ao longo das falhas. Os especialistas reanalisaram dados sísmicos que tinham da Lua para comparar com as imagens recolhidas pela sonda.

Dados dos sismógrafos colocados na Lua durante as missões da NASA Apollo 11, 12, 14, 15 e 16 revelaram 28 sismos registados entre 1969 e 1977. Dessa forma, os investigadores puderam comparar a localização dos epicentros dos sismos com as imagens orbitais das falhas.

Assim, a informação refere que pelo menos oito dos sismos ocorreram devido à atividade ao longo das falhas. Isso exclui a possibilidade de impactos de asteroides ou rumores sobre o interior da Lua.

 

Na prática, o que está a acontecer ao nosso satélite?

Os dados recolhidos e analisados à luz do que hoje se sabe, significa que os sismógrafos da Apollo registaram um fenómeno: a Lua está a encolher. O estudo dos dados dos abalos lunares da Apollo e a análise de mais de 12 000 fotos do veículo foram publicadas segunda-feira na revista Nature Geoscience.

É realmente notável ver como os dados de há quase 50 anos e da missão [orbital] foram combinados para melhorar a nossa compreensão da Lua, sugerindo que missões futuras dedicadas ao estudo dos processos interiores da Lua devem acontecer.

Disse John Keller, autor do estudo e cientista do projeto Lunar Reconnaissance Orbiter no Goddard Space Flight Center da NASA.

Os investigadores acreditam que os sismos ainda estão a acontecer, o que significa que o astro ainda está em processo de modificação.

A nossa análise fornece a primeira evidência de que estas falhas ainda estão ativas e provavelmente produzirão sismos hoje, enquanto a Lua continua a arrefecer e a encolher gradualmente. Alguns destes sismos podem ser bastante fortes, cerca de cinco na escala Richter.

Contextualizou Thomas Watters, cientista do Centro de Estudos da Terra e Planetários do Instituto Nacional do Ar e do Espaço do Smithsonian.

 

A Terra também provoca stress na Lua

Alguns dos abalos também aconteceram durante um ponto na órbita da Lua quando esta estava mais distante da Terra. Dessa forma, percebe-se que o stress da maré da gravidade da Terra poderá contribuir para o stress na crosta lunar.

Os cientistas notaram outras evidências. Como podemos ver nas fotos, os deslizamentos de terra e rochas sinalizam atividade recente. Com o tempo, a superfície lunar escurece devido às intempéries e à radiação. Portanto, na análise das imagens, os pontos brilhantes são áreas onde a atividade recente expôs áreas na superfície lunar.

Em resumo, o documento publicado esta segunda-feira refere que sete dos tremores começaram a uma profundidade de até 60 quilómetros, cinco dos quais tiveram hipocentro a menos de 30 quilómetros de profundidade. A Lua continua a emagrecer e a tremer.

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