A luta atual da humanidade não é contra um asteroide que possa estar em rota de colisão com a Terra. Felizmente não temos atualmente mais esse temor. Contudo, existe uma ameaça real de um possível “ataque” de um asteroide contra o nosso planeta. Claro, provavelmente poderão estar a pensar que isso nunca acontecerá… tal como pensaram que uma pandemia nunca aconteceria com esta dimensão, verdade? A NASA prepara-se para alterar a trajetória de um asteroide.
A agência espacial norte-americana está a desenvolver um motor de iões que dará propulsão à missão DART, projetada para criar uma colisão com o asteroide Didymos B.
NASA quer desviar asteroide para se preparar… um dia pode acontecer!
Atualmente o foco de toda a atenção e força de combate está na doença COVID-19. O novo Coronavírus apareceu, desarmou o planeta e atacou tudo e todos. Enquanto isso, a NASA quer testar um método de defesa da Terra em relação a asteroides. Tal “arma” poderá ser a nossa única hipótese se um dia uma destas rochas espaciais estiver em rota de colisão com a Terra e colocar a humanidade em perigo.
Sejamos realistas, embora um ataque de asteroide pareça algo efémero no momento, é uma ameaça real e que, ao contrário de um coronavírus, tem potencial para acabar com a humanidade. Nesse sentido, agências como a NASA e a ESA ainda estão a trabalhar nos seus planos para nos proteger desta ameaça.
Missão DART quer “atacar” um asteroide e desviar a sua rota
A missão DART (Double Asteroid Redirection Test) da NASA está programada para ser lançada no dia 22 de julho de 2021. Conforme foi anunciada, esta é uma missão de demonstração para estudar o uso do impacto cinético na tentativa de desviar um asteroide.
O alvo do DART será um minúsculo sistema de asteroide binário chamado Didymos, (ou 65803 Didymos). Esse sistema de asteroide duplo não representa ameaça à Terra.
A maior rocha deste par, chamada Didymos A, tem cerca de 780 metros de diâmetro, enquanto a menor, Didymos B, tem apenas 160 metros. O DART colidirá com o Didymos B. Este tem uma dimensão parecida com os que costumam ameaçar a Terra.
O DART terá muito Espaço para percorrer até chegar a Didymos. Segundo a agência espacial, após o lançamento em julho de 2021, este atingirá a sua meta a 22 de setembro, quando o asteroide binário estiver a 11 milhões de quilómetros da Terra. E para chegar lá, contará com um poderoso mecanismo de iões chamado Evolutionary Xenon Thruster – Commercial (NEXT-C) da NASA.
NEXT-C, o novo poderoso motor da NASA
Este é para a exploração espacial um novo e importante passo. É nesta missão que será usado o poderoso NEXT-C. Assim, esta tecnologia vem dividida em dois componentes principais: o propulsor e a unidade de processamento de energia (PPU).
O NEXT-C é um mecanismo poderoso que nada tem a ver com o convencional foguetão. O sistema não requer uma enorme quantidade de impulso para de afastar da gravidade da Terra. A tecnologia por trás deste motor já foi usada, mas o NEXT-C é cerca de três vezes mais potente que as unidades de iões NSTAR da sonda DAWN e Deep Space One da NASA.
A NEXT pode produzir potência de impulso de 6,9 kW e impulso de 236 mN. O motor produziu o maior impulso total de qualquer mecanismo de iões: 17 MN·s. Além disto, esta tecnologia também possui um impulso específico, que é uma medida eficiente de utilizar o propulsor, de 4.190 segundos, em comparação com os 3.120 do NSTAR.
Os iões não queimam combustível como um foguete, embora usem um propulsor. Normalmente, o propulsor é xénon, como no NEXT-C. Assim, numa câmara, o xénon encontra uma grade, onde recebe carga positiva com a ajuda de painéis de energia solar. Ao receber a carga positiva, o xénon desloca-se para uma segunda grade, carregada negativamente. Neste movimento, o xénon é empurrado para fora do motor, e dá-se a propulsão.
O que podemos esperar desta missão?
Esta missão terá a cooperação de várias entidades. Assim, quando a DART se aproximar dos asteroides, a nave LICIA da Agência Espacial italiana irá fotografar o momento do impacto no Didymos B. Como resultados ambicionados, os cientistas da NASA esperam que o impacto mude a velocidade do asteroide em aproximadamente 0,5 milímetro por segundo. Isso deverá mudar o seu período de rotação. Além disso, deverá criar uma cratera na sua superfície de cerca de 20 metros.