Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar, tanto em diâmetro quanto em massa, e é o quinto mais próximo do Sol. Está a uma distância média da Terra de 628.000.000 km. Portanto, está perto, astronomicamente falando, e acessível aos vários instrumentos humanos que o estudam. Tal proximidade permitiu perceber que foi atingido por algo tão grande que provocou a maior explosão e o maior clarão registado da Terra dos últimos 28 anos.
Segundo os cientistas, esta explosão em Júpiter terá a força equivalente a 2 milhões de toneladas de TNT. Apesar do impacto ter acontecido há algum tempo, só agora se conheceram mais detalhes deste fenómeno.
No final do ano passado, Júpiter foi “bombardeado” com várias rochas espaciais e algumas provocaram clarões enormes assinalando colossais explosões. Em setembro, a lente do fotógrafo espacial brasileiro José Luís Pereira mostrou o impacto de um asteroide gelado no planeta. As imagens correram mundo.
Contudo, no mês seguinte, uma rocha espacial atingiu a “superfície” gasosa de Júpiter e o impacto dessa colisão, que pode ter sido a maior em 28 anos, foi tão forte que observadores aqui da Terra conseguiram captar o fenómeno.
Explosão de 1994 deixou cicatrizes em Júpiter
De acordo com a Universidade de Kyoto, no Japão, este impacto foi o maior registo de explosão em Júpiter desde 1994. É importante referir que nesse ano, quando o cometa Shoemaker-Levy 9 colidiu com o gigante planeta causou uma explosão equivalente a 300 milhões de bombas atómicas e deixou marcas na atmosfera de Júpiter.
Segundo a NASA, após este impacto dos anos 90, apareceram na atmosfera do planeta manchas escuras e aneladas. Com o passar dos anos os astrónomos deram conta que estas manchas desvaneceram e acabaram por desaparecer apagadas pelos ventos de Júpiter.
A maior explosão do século em Júpiter
A colisão aconteceu no dia 15 de outubro de 2021, e foi observada pelo instrumento PONCOTS (Planetary Observation Camera for Optical Transient Surveys), que é operado pela Universidade de Kyoto no Japão.
Após os dados recolhidos, a universidade descreveu o fenómeno num estudo, que ainda não foi revisto por pares. Nesse documento, é descrito que a rocha tinha uma massa de cerca de 4,1 milhões de kg e entre 15 a 30 metros de diâmetro (Não tão grande na proporção, mas com velocidade suficiente para aquecer até 8.000 °C), o suficiente para libertar uma energia de impacto equivalente ao meteorito Tunguska, que atingiu a Terra em 1908, mais especificamente na Sibéria, Rússia.
Até hoje, esse está classificado como “o maior impacto cósmico testemunhado” pela humanidade moderna.
O escudo confiável do sistema solar
Vários corpos celestes geralmente caem em Júpiter. Os astrónomos observam estes eventos na forma de flashes na faixa ótica. Acredita-se que a principal fonte de colisões de Júpiter seja um grupo de cometas de curto período perto da órbita do gigante gasoso.
Desde 2010, os astrónomos registaram seis explosões brilhantes de impactos, que, juntamente com uma nova de 2021, ajudaram os cientistas a melhorar as estimativas da frequência de tais eventos em Júpiter.
Em geral, Júpiter é um escudo confiável para os planetas do sistema solar interno. A sua enorme gravidade salva-nos, atraindo a maioria dos asteroides e cometas perigosos, que sem o nosso planeta gigante, poderiam colidir com a Terra.