Já ouvimos os sons do Sol, já ouvimos até o som de Marte. Agora, a nave da NASA que orbita o planeta Júpiter traz-nos sons e imagens intrigantes que foram captadas na mais recente passagem pelo planeta.
A missão Juno da NASA continua a sobrevoar Júpiter e as suas luas. Na mais recente passagem a nave captou dados interessantes sobre a atmosfera de Ganimedes.
Lua de Júpiter mostra-se como nunca a vimos ou ouvimos
A nave espacial Juno da NASA é famosa pelas fantásticas imagens que capta do planeta Júpiter. Recorrendo à JunoCam, a sonda trouxe novas imagens, mas agora há algo mais interessante. Uma faixa áudio captada ao passar pela lua de Júpiter, Ganimedes, abriu um novo espetro de perguntas.
A curta faixa áudio capta os estranhos e maravilhosos sons da exploração espacial, gerados a partir de dados recolhidos pelo instrumento Waves (Ondas). Esta ferramenta mede o campo magnético em redor de Júpiter, isto é, estuda o que se chama de magnetosfera.
Esta informação é importante para compreendermos a interação deste campo magnético com os gases na atmosfera. A nave nesta passagem recolheu dados sobre as ondas elétricas e magnéticas durante o seu voo sobre Ganimedes. Após enviado para a Terra, o material foi convertido na gama de áudio.
Esta banda sonora é suficientemente selvagem para nos fazer sentir como se estivéssemos a cavalgar enquanto Juno navega por Ganímedes pela primeira vez em mais de duas décadas. Se estiver atento, poderá ouvir a mudança abrupta para frequências mais altas em torno do ponto médio da gravação, o que representa a entrada numa região diferente na magnetosfera de Ganímedes.
Explicou o principal investigador de Juno, Scott Bolton, numa declaração.
Os dados foram recolhidos durante o voo de Juno mais próximo de Ganimedes em junho de 2021, quando passou num raio de 1.038 km da enorme lua. Ganimedes está coberta em grande parte por gelo de água e é a maior lua do sistema solar, além de ser a única lua com um campo magnético.
Pensa-se que tem um oceano subterrâneo de água salgada sob a sua crosta gelada, o que o tornou um alvo de interesse para aqueles que procuram lugares no sistema solar onde a vida poderia florescer fora da Terra.
Os investigadores ainda trabalham nos dados das ondas da passagem sobre Ganimedes. De seguida vão realizar análises e modelagem para aprender mais sobre os campos elétricos e magnéticos à volta da lua e do planeta.
É possível que a mudança na frequência pouco depois da abordagem mais próxima se deva à passagem da noite para o dia de Ganímedes.
Disse William Kurth, da Universidade de Iowa, responsável pela investigação das Ondas.