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ispace do Japão quer ser a primeira nave espacial privada a pousar na Lua

Há uma corrida à Lua. Os americanos poderão ter mais conhecimentos, os chineses, estão no seu encalço, os russos parecem atrasados, mas são os japoneses que poderão pousar a primeira nave privada na Lua. E o que procura esta missão? Assista ao momento, é já hoje.

[Actualização: A ispace perdeu a comunicação com a nave.]


A sonda vai hoje tentar aterrar na Lua

A sonda japonesa “Hakuto-R” está a tentar uma aterragem histórica na cratera Atlas, no inexplorado Mare Frigoris.

Acreditamos que, em 2040, a Lua terá uma população de 1.000 pessoas, com 10.000 a visitá-la todos os anos.

É esta a esperança da ispace, uma empresa japonesa de exploração lunar que vai tentar, hoje, tornar-se a primeira missão privada a aterrar na Lua.

A sonda japonesa Hakuto-R – que tem o tamanho de um frigorífico grande – vai tentar aterrar em Atlas, uma cratera de impacto no extremo norte da Lua, dentro do inexplorado Mare Frigoris, ou Mar do Frio. Se for bem sucedida, tornar-se-á não só a primeira nave espacial a aterrar nesta área, mas também a primeira empresa privada a aterrar na superfície lunar.

O objetivo da ispace é liderar a “economia espacial”, extraindo água na Lua e enviando experiências, fornecimentos e outros materiais para clientes governamentais ou empresariais.

Imaginamos a Lua a suportar a construção, a energia, a aquisição de aço, as comunicações, os transportes, a agricultura, a medicina e o turismo.

Refere a empresa no seu sítio Web.

 

A Lua tem muitas riquezas e é esse o objetivo do momento

À medida que as grandes potências espaciais preparam missões para regressar à Lua, a previsão da empresa japonesa parece cada vez mais realista. A empresa de consultoria PwC estima que os serviços de transporte lunar se tornarão um negócio no valor de 150 mil milhões de dólares até 2036, em comparação com os atuais 6,6 mil milhões de dólares. A empresa japonesa quer ser a primeira a começar a ter lucro.

O projeto ispace nasceu de uma espécie de fracasso. O seu objetivo era ganhar o prémio Lunar X Prize de 20 milhões de dólares da Google para a primeira empresa a aterrar na Lua e a deslocar-se 500 metros na sua superfície. O prémio foi abandonado em 2018, depois de nenhum dos candidatos ter atingido esse objetivo.

Um dos candidatos era a Beresheet, uma sonda concebida por três engenheiros israelitas que se despenhou em 2019. Foi um final dececionante para um investimento que custou quase 90 milhões de euros (99 milhões de dólares). O projeto era a tentativa de Israel de se tornar o quarto país a aterrar com sucesso na Lua, depois dos Estados Unidos, da Rússia e da China. É o mesmo objetivo que o ispace, fundado pelo empresário japonês Takeshi Hakamada, de 44 anos, persegue agora.

Coelho branco quer aterrar ver e vencer… e tem a ajuda da Europa

Em japonês, Hakuto-R significa “coelho branco” – um nome inspirado numa lenda asiática sobre um coelho branco na Lua. No entanto, também a Europa deu importantes contributos para a nave espacial.

A Agência Espacial Europeia (ESA) assegura a comunicação entre a sonda e o centro de controlo, que está localizado em Tóquio. O sistema de propulsão da nave e a sua montagem final foram efetuados pela empresa europeia Ariane.

O sistema de orientação da sonda é fabricado pela Draper, um laboratório aeroespacial privado com sede perto de Boston. A Draper, que colabora com a ispace, já ganhou um dos contratos milionários da NASA para levar equipamento científico à Lua em 2025, no âmbito do seu programa Artemis.

O objetivo do programa Artemis – liderado pelos Estados Unidos, juntamente com a Europa, o Canadá, o Japão e outros países – é fazer regressar os astronautas à Lua em 2025 e desenvolver uma presença a longo prazo no local. Uma vez instalados, o objetivo é extrair água da Lua e transformá-la em combustível para foguetões, numa tentativa de chegar a Marte dentro de duas décadas.

Desde o seu lançamento em dezembro de 2022, a Hakuto-R cumpriu com êxito todos os seus objetivos. A ideia era chegar à Lua em cerca de cinco meses, o que significava uma poupança significativa de combustível. A 14 de abril, a sonda disparou os seus motores durante 10 minutos para ajustar a órbita em torno da Lua e preparar a aterragem.

 

Hoje pelas 16 horas de Portugal

A Hakuto-R já enviou as primeiras imagens da superfície lunar. Tudo parece pronto para a aterragem. A sonda deverá disparar novamente os seus propulsores hoje, altura em que iniciará a sua descida de uma altura de 100 quilómetros). A sonda começará por se aproximar do Mare Frigoris e, aproximadamente uma hora depois, tentará uma aterragem suave na cratera Atlas.

A aterragem será totalmente automática. Se houver algum problema, a empresa japonesa terá mais oportunidades para tentar a aterragem durante esta semana e a próxima.

A Hakuto-R transporta um pequeno protótipo de um robot lunar concebido pela Agência Espacial Japonesa. Este robô será utilizado para realizar experiências com o regolito lunar (os detritos finos que cobrem a superfície da Lua) e participará no desenvolvimento do Lunar Cruiser, um rover lunar pressurizado desenvolvido com a Toyota que poderá ajudar os astronautas a viver na Lua. A sonda japonesa transporta também o rover Rashid dos Emirados Árabes Unidos.

ATUALIZAÇÃO: A poucos metros do solo, o centro de controlo da ispace perdeu a comunicação com a nave Hakuto-R. O responsável da missão deixou algumas informações onde era referido que os engenheiros continuam a tentar perceber oq ue se passou e porque perderam as comunicações.

A esta altura tudo há algumas motivos para orgulho, por tudo o que conseguiram e a cada à Lua é um feito. Contudo, não podem dar a missão como um sucesso, visto que não sabem o que se passou com a sonda.

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