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Há metais preciosos enterrados na Lua, refere um novo estudo

Pese o facto do ser humano já ter pisado na Lua, a verdade é que cada vez se sabe mais o quanto ainda se desconhece o nosso satélite natural. Nesse sentido, foi publicado um novo estudo, realizado por geólogos no Canadá e nos Estados Unidos, que sugere haver um repositório de metais preciosos escondido na superfície da Lua.

Segundo as informações, a Lua poderá esconder um tesouro que, seguramente, estará na mira dos terrestres.


Haverá platina e paládio na Lua?

De acordo com um novo estudo, pode estar escondido abaixo da superfície da Lua um repositório de metais preciosos. Assim, foram estabelecidos paralelos entre os depósitos minerais encontrados na Terra e os da Lua.

Temos sido capazes de ligar o conteúdo de enxofre das rochas vulcânicas lunares à presença de sulfureto de ferro no interior da Lua. O exame dos depósitos minerais na Terra sugere que o sulfeto de ferro é um ótimo lugar para armazenar metais preciosos, como platina e paládio.

Referiu James Brenan, da Universidade Dalhousie, no Canadá, em comunicado publicado pela Phys.

Os geólogos especulam há muito tempo que a Lua foi formada pelo impacto. Calcula-se que possa ter sido um enorme objeto do tamanho de um planeta Terra há 4,5 mil milhões de anos. Com base nessa história comum, acredita-se que os dois corpos têm uma composição semelhante.

Apesar dessas supostas similaridades, as primeiras medições das concentrações de metais preciosos em rochas vulcânicas lunares feitas em 2006, mostraram níveis excecionalmente baixos. As medições eram dez a cem vezes menores que o esperado. Este cenário levantou, no entanto, uma questão que tem deixado os cientistas perplexos há mais de uma década. Qual a razão para haver tão pouco?

Brenan disse que se pensava que estes níveis baixos refletiam um esgotamento geral dos metais preciosos na Lua como um todo.

 

Enxofre é uma pista para descobrir os metais preciosos

A investigação oferece uma explicação sobre os níveis surpreendentemente baixos. Além disso, acrescenta uma visão valiosa sobre a composição da Lua.

Os nossos resultados mostram que o enxofre em rochas vulcânicas lunares é uma impressão digital da presença de sulfureto de ferro no interior rochoso da Lua, que é onde pensamos que os metais preciosos foram deixados para trás quando as lavas foram criadas.

Referiram os responsáveis pelo novo estudo.

A equipa fez várias experiências para recriar a pressão extrema e a temperatura do interior lunar para assim determinar a quantidade de sulfato de ferro que se formaria.

Mediram a composição da rocha resultante e do sulfureto de ferro e confirmaram que os metais preciosos seriam ligados pelo sulfureto de ferro, tornando-os indisponíveis para os magmas que fluem para a superfície lunar.

Brenan esclareceu que provavelmente não havia o suficiente para formar um depósito de minério. “Mas certamente haveria o suficiente para explicar os baixos níveis nas lavas lunares”. Segundo ele, serão necessárias amostras da parte profunda e rochosa da Lua onde as lavas lunares se originaram para confirmar as descobertas.

 

Há 50 anos, astronautas trouxeram centenas de quilos de material lunar

Os geólogos têm acesso a amostras científicas de centenas de quilómetros de profundidade dentro da Terra. Contudo, esse material ainda não foi recuperado da Lua.

Temos estado a varrer a superfície da Terra durante um período de tempo bastante longo, por isso temos uma boa ideia da sua composição, mas com a Lua isso não é nada assim.

Temos um total geral de 400 quilos de amostras que foram trazidos de volta pelas missões Apollo. É uma quantidade muito pequena de material. Para descobrir algo sobre o interior da Lua, precisamos de reverter a composição das lavas que vêm à superfície.

Explicou James Brenan.

O estudo, que foi publicado em agosto na revista especializada Nature Geoscience, não fornece uma estimativa sólida da composição de metais preciosos no soldo da Lua. Dessa forma, serão necessárias outras missões que visem fazer este reconhecimento. Isto para se ficar a saber se é viável ou não uma exploração aos minérios lunares.

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