Um estudo sugere que existe um elemento presente em alimentos do dia a dia com uma capacidade surpreendente de ajudar a evitar uma série de cancros hereditários.
O amido resistente parece ser um sucesso por, exatamente, resistir.
O ensaio foi longo e os testes demoraram muitos anos a serem concluídos. No entanto, os resultados são animadores: o estudo concluiu que o amido resistente – uma molécula resistente à digestão que pode ser encontrada em vários alimentos do dia a dia, como bananas amadurecidas, aveia, ervilhas, feijão, arroz e massa – tem uma capacidade surpreendentes de ajudar a evitar uma série de cancros hereditários.
O estudo reuniu 1.000 pacientes com Síndrome de Lynch e segui-os durante quase 20 anos. Esta síndrome é uma condição genética hereditária que aumenta o risco individual de vários cancros.
Segundo um comunicado de imprensa, os investigadores das universidades de Newcastle e Leeds separaram os participantes em dois grupos, em 1999. Depois disso, até 2025, houve um curto período de tratamento, durante o qual cada paciente recebeu um comprimido. Um dos grupos tomou um placebo e o outro uma dose diária de amido resistente.
No final desse período de tratamento, não houve uma diferença considerável na saúde dos indivíduos. Contudo, o estudo foi concebido para ser de acompanhamento e, por isso, aqueles que tomaram a dose diária de amido registaram muito mais probabilidade de estar livres de cancro, quase 20 anos mais tarde.
Descobrimos que o amido resistente reduz uma gama de cancros em mais de 60 %. O efeito foi mais óbvio na parte superior do intestino. Isto é importante porque os cancros do trato gastrointestinal superior são difíceis de diagnosticar e muitas vezes não são apanhados cedo.
Explicou John Mathers, professor de Nutrição Humana na Universidade de Newcastle, no comunicado de imprensa.
Os investigadores acreditam que o sucesso do amido se deve à sua capacidade de resistir. De acordo com o comunicado de imprensa, os cientistas acreditam ainda que o consumo regular de amido resistente pode alterar o metabolismo bacteriano dos ácidos biliares, impedindo-os de danificar o ADN.
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