Um recente estudo encontrou poucas ligações entre a tecnologia e problemas de saúde mental. Esta pesquisa debruçou-se sobretudo na população mais jovem dos EUA e Reino Unido.
Estas são assim boas notícias para todos os que mostravam reservas em relação à tecnologia. Mas conheça todos os pormenores deste estudo.
Pouca relação entre tecnologia e problemas de saúde mental
Há agora um novo estudo publicado pelo Oxford Internet Institute (OII) que chegou a conclusões interessantes. Segundo os resultados, há poucas ligações entre o uso da tecnologia em adolescentes e problemas de saúde mental.
Este estudo foi conseguido através da participação de 430.561 participantes dos Estados Unidos e do Reino Unido, com dados que foram recolhidos desde 1991.
Os investigadores tentaram determinar a existência de uma relação entre a utilização das plataformas sociais e a depressão, problemas emocionais e de comportamento. Foi analisada ainda a forma como a televisão afeta a saúde mental e tentaram descobrir se o uso de dispositivos digitais aumenta a probabilidade de suicídio. No entanto, os resultados mostram que há pouca correlação entre a utilização de plataformas sociais e problemas de saúde mental.
O estudo concluiu ainda que a utilização de plataformas sociais e a televisão foram os contextos menos fortemente associados à depressão. Mas descobriram que as plataformas sociais aumentam ligeiramente problemas emocionais. Já relativamente a problemas de comportamento e suicídio, a investigação não descobriu qualquer efeito negativo da tecnologia.
É preciso maior colaboração para estudos mais precisos
O estudo ajuda a desconstruir a noção de que a tecnologia pode afetar negativamente os adolescentes. No entanto, os investigadores salientam ser necessário uma maior, mais confiável e transparente colaboração entre empresas de tecnologia e investigadores, de forma a haver um maior acesso a dados precisos. Dessa forma, o estudo reserva que, devido à falta de dados mais detalhados, não é possível afirmar conclusivamente as associações entre tecnologia e saúde mental.
Segundo o Professor Andy Przybylski, Diretor de Pesquisa do Oxford Internet Institute, e autor do estudo:
À medida que mais dados se acumulam sobre o uso de tecnologias emergentes por adolescentes, o nosso conhecimento sobre as tecnologias emergentes e os seus efeitos sobre a saúde mental tornar-se-ão mais precisos. Portanto, é muito cedo para tirar conclusões sobre o aumento, ou declínio, das associações entre a plataformas sociais e a saúde mental de adolescentes, e certamente é muito cedo para fazer uma política ou regulamentação com base nisso.
Precisamos de colaborações mais transparentes e confiáveis entre cientistas e empresas de tecnologia para encontrar as respostas. Os dados existentes na indústria de tecnologia, os cientistas só precisam de lhes aceder para uma investigação neutra e independente.
Pode aceder ao estudo na íntegra na revista Clinical Psychological Science.