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Estranha estrela rica em metal foge da Terra a uma velocidade de 3,2 milhões de km/h

A tecnologia tem sido melhorada e há hoje descobertas que ainda não se conseguem explicar à luz do que os cientistas conhecem do cosmos. Um desses casos é o de uma estrela rica em metal, que se acredita ser um estilhaço de uma supernova, que está a fugir da nossa galáxia a uma velocidade escaldante. Este astro afasta-se da terra a uma velocidade de 3,2 milhões de km/h.

A equipa de investigadores fez a descoberta recorrendo a dados do Telescópio Espacial Hubble da NASA e do Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS).


Uma estrela que é um fragmento de uma explosão violenta

Chama-se LP 40-365 e encontra-se a apenas 2.000 anos-luz de distância na Via Láctea. Esta é uma estrela rica em metal, que se acredita ter resultado de uma explosão de uma supernova. Conforme foi descoberto, a sua velocidade está a aumentar implacavelmente a sua distância da Terra.

Esta estrela está a mover-se tão rápido que quase certamente está a deixar a galáxia… [está] a mover-se a cerca de 3,2 milhões de quilómetros por hora.

Referiu astrónomo JJ Hermes, da Universidade de Boston, em comunicado.

Este comportamento do “estilhaço” está em contraste com o movimento do nosso Sol através do espaço, que é de cerca de 720.000 quilómetros por hora. A Universidade de Boston divulgou informações sobre esta estrela no início deste verão (8 de julho de 2021). O estudo publicado pelos cientistas apareceu no passado dia 7 de junho na revista Astrophysical Journal Letters.

 

Estilhaços de uma supernova

Este astro excêntrico faz parte de um grupo de elite de remanescentes de estrelas que se movem rapidamente. Um pedaço do núcleo da estrela aparentemente sobreviveu intacta à explosão da supernova. Este núcleo foi lançado como estilhaço no espaço pela força da explosão da supernova.

O pedaço continua a acelerar para longe do local da explosão. E acredita-se que fará uma eventual saída da nossa galáxia.

Ter passado por uma detonação parcial e ainda sobreviver é muito interessante e único. E foi apenas nos últimos anos que começamos a pensar que este tipo de estrela poderia existir.

Referiu a astrónoma Odelia Putterman, da Universidade de Boston, co-autora do estudo.

Estas estrelas de estilhaços de supernovas são as estrelas de movimento mais rápido conhecidas. E, talvez não por coincidência, são também as estrelas mais ricas em metal vistas até hoje. Por isso são estrelas muito estranha. O que estamos a ver são subprodutos de reações nucleares violentas que acontecem quando uma estrela explode.

 

Mas que metais compõem esta estrela?

Bom, a propósito, a palavra “metais” não significa o que possamos pensar livremente nos metais “convencionais”. “Metais” para um astrónomo são quaisquer elementos mais pesados ​​que hidrogénio ou hélio. Portanto, os elementos mais pesados ​​são forjados dentro das estrelas. Esta estrela em particular é rica em “metais” como néon e oxigénio.

 

A sobrevivência do astro chamado LP 40-365

A equipa descobriu esta estranha estrela recorrendo aos dados obtidos pelo Hubble da NASA e pelo  TESS. Enquanto o LP 40-365 sai a correr da galáxia, os dados da investigação mostraram uma mudança no brilho. A informação indica que a estrela está continuamente a girar.

A estrela está basicamente a ser atingida pela explosão, e estamos [a observar] a sua rotação ao sair.

Explicou Odelia Putterman.

Segundo a investigação, esta taxa de rotação pode dizer aos astrónomos de que tipo de sistema veio esta estranha estrela rica em metais. As supernovas do tipo 1a ocorrem quando um par de estrelas anãs brancas em órbita se torna instável. Uma anã branca extrai material da outra até que a sua massa se torne tão grande que provoque uma explosão.

Em maio, Hermes disse num tweet:

Temos quase certeza de que… uma estrela do binário passou por uma supernova termonuclear. Não temos certeza se o sobrevivente LP 40-365 foi a estrela que explodiu ou o doador da estrela que explodiu.

A equipa pesquisou um pouco mais fundo para descobrir a razão daquela estrela [estar repetidamente] a ficar mais brilhante e mais fraca, e a explicação mais simples é que estamos a ver algo na superfície girar para dentro e para fora da nossa vista a cada nove horas.

Ora a taxa de rotação de nove horas é uma pista. A declaração de meados de julho destes astrónomos dizia:

Com base na taxa de rotação relativamente lenta do LP 40-365, Hermes e Putterman sentem-se mais confiantes de que são estilhaços da estrela que se autodestruíram … Porque as estrelas estavam a orbitar uma à outra tão rápida e proximamente, que a explosão atingiu ambas. No entanto, agora vemos apenas LP 40-365.

Portanto, os cientistas esperam que a sua descoberta possa trazer informações sobre outros pares de anãs brancas, bem como fornecer alguns insights sobre supernovas.

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