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Estação de serviço no espaço? Novo projeto visa transformar lixo espacial em combustível

Conforme tem vindo a ser alertado, o espaço está a ficar carregado de lixo, como resultado de objetos que a Terra foi enviando ao longo de muitos anos. Num esforço global, uma empresa australiana repensou a utilidade desses resíduos e projetou (quase que) uma estação de serviço espacial.

A empresa pretende reciclar o lixo espacial, transformando-o em combustível para foguetes.


Enviar objetos para o espaço que permitem explorá-lo cada vez mais é sempre percecionado de forma muito positiva. Afinal, dessa forma, é possível conhecer o que está para lá de nós, bem como garantir uma melhor qualidade de vida cá. No entanto, e porque “não há bela sem senão”, a órbita do nosso planeta está a ficar de tal forma saturada de lixo, que a ameaça é evidente e preocupante.

Como vimos aqui, o lixo espacial anda pelo espaço a velocidades exorbitantes, pondo em risco não só os satélites em funcionamento, mas também a Estação Espacial Internacional (ISS), A essas velocidades, mesmo os detritos mais pequenos podem representar um perigo desmedido para os objetos, bem como para os humanos que estejam pela ISS.

Se o lixo promovido pela exploração já não era suficiente, a Rússia disparou, há uns dias, um míssil que, além de ter destruído um dos seus satélites, segundo os Estados Unidos das América, também pôs em risco os interesses de muitas nações.

Estação de serviço no espaço para abastecer foguetes com lixo espacial reciclado

Perante o crescente problema do lixo espacial, uma empresa australiana juntou-se ao esforço global para o travar através da reciclagem desses resíduos perigosos.

Anteriormente, a empresa australiana Neumann desenvolveu um sistema de propulsão elétrica no espaço que pode ser utilizado na órbita baixa da Terra, por forma a prolongar as missões das naves espaciais, e mover ou desorbitar satélites. Agora, a Neumann está a trabalhar num projeto, juntamente com três outras empresas, para transformar o lixo espacial em combustível a ser usado nesse sistema de propulsão.

Embora a Neumann tenha considerado o projeto demasiado futurista, inicialmente, depois de receberem uma subvenção da NASA, desenvolveu um protótipo que, para surpresa, funcionou.

Segundo Herve Astier, CEO da Neumann, é possível “agarrar um pedaço de lixo espacial, cortá-lo, derretê-lo e usar o resultado”.

É como desenvolver uma estação de serviço no espaço.

Disse Herve Astier.

As empresas que estão a trabalhar em conjunto com a Neumann tratarão das várias etapas do processo.

Em primeiro lugar, a empresa japonesa Astroscale vai utilizar satélites para capturar pedaços de lixo espacial. Em segundo lugar, a americana Nanoracks que está a desenvolver um plano de robótica avançada para armazenar e cortar os pedaços de lixo espacial, enquanto ainda se encontram em órbita. Por fim, a também americana Cislunar que vai desenvolver uma fundição espacial para derreter os pedaços de lixo espacial em barras de metal.

A Neumann continua a considerar o projeto futurista, mas sabe e garante que, agora, é possível.

 

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