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Encontrado objecto artificial entre as amostras retiradas do asteroide Ryugu

No início deste mês, as amostras recolhidas em Ryugu pela nave japonesa Hayabusa2 chegaram em segurança à Terra. Após a abertura do depósito com o material recolhido do asteroide, os astrónomos foram confrontados com várias surpresas. A mais recente mostra um objeto artificial encontrado no meio do material recolhido. Para já, ainda não foi possível a sua identificação.

Entre o pó negro e as rochas contidas na cápsula que voltou à Terra, encontra-se um objeto brilhante. Será que esse material fazia parte da nave, ou é algo “extraterrestre”?

 

Poderá ser um objeto extraterrestre ou é mesmo terráqueo?

Quase um mês após a agência espacial japonesa JAXA ter recuperado as amostras da missão Hayabusa2, as surpresas ainda não acabaram. Conforme foi dado a saber, entre os destroços recolhidos do asteroide Ryugu, foi encontrado um objeto artificial.

A resposta mais rápida que pode ser dada é que este objeto brilhante fará parte da fuselagem da nave. Contudo, ainda não sabem se de facto é mesmo isso. Esta explicação foi dada pela JAXA através da sua conta no Twitter, onde detalhavam que a descoberta teve lugar a 21 de dezembro passado, quando o contentor recuperado com os restos do asteroide remoto foi aberto, e que poderia fornecer pistas importantes sobre as origens do Sistema Solar.

A equipa analisa pormenorizadamente o que foi recolhido. Conforme explicou a agência espacial japonesa, tudo terá de ser detalhado e catalogado:

O trabalho de conservação das amostras de Ryugu está a progredir a um ritmo constante. A 21 de dezembro, foram abertas as câmaras de recolha de amostras B e C e depois o conteúdo das câmaras A e C foi transferido para os recipientes de recolha mostrados na fotografia. As maiores partículas na câmara C têm cerca de 1 cm de comprimento.

A imagem mostra um objeto de aspeto metálico brilhante, um corpo que, de momento, ainda não foi identificado.

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Asteroide Ryugu poderá ter enviado “o lixo para casa”

No site oficial da JAXA é explicado que o material artificial parece estar presente na câmara C. A sua origem está sob investigação, mas uma fonte provável deste material poderá ser a própria estrutura da nave. Isto é, parece ser alumínio raspado da peça de recolha de amostras. Este poderá ter sido arrancado quando o projétil foi disparado para remover o material durante o desembarque no asteroide.

Portanto, é muito provável que a nave espacial, durante alguns dos tiros disparados contra a superfície da rocha, tenha sofrido com o ricochete de um projétil que “bombardeou” Ruygu. Mais tarde, esse material ficou preso dentro da cápsula com o resto das amostras.

 

Uma missão para revelar as origens do Sistema Solar

A missão Hayabusa2 tinha como objetivo recolher amostras de Ryugu, um asteroide invulgar que os cientistas sugeriram ter sido formado a partir de um cataclismo. Segundo um estudo anterior publicado em “Science”, esta rocha faz parte dos Condritos Carbonaceus, um tipo primitivo de asteroide caracterizado pela sua cor escura.

Após a abertura da cápsula, os investigadores japoneses descobriram que havia mais material do que o esperado. Aliás, foi mesmo uma surpresa haver “grandes” rochas.

O recipiente também continha gás recolhido no momento da extração, que também será estudado para descobrir se é o próprio asteroide que os emana. Entretanto, o Hayabusa2 já recomeçou a viagem para 2001 CC 21, um tipo de asteroide muito pequeno e de rotação rápida, e depois aproximar-se-á de outro objeto chamado 1998 KY 26.

Assim, se tudo correr como planeado, a nave atingirá o seu primeiro destino em 2026 e o segundo em 2031.

 

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