A Terra tem muita sorte em ter a Lua aqui ao seu lado. O astro tem uma influência no planeta em várias áreas. Aliás, ao longo dos tempos, tem sido debatido o efeito que o satélite natural terá sobre os humanos. Assim, investigações recentes sugerem mesmo que a Lua afeta definitivamente o nosso sono.
Há agora um novo estudo que sugere que a fase da Lua tem um efeito real e mensurável na quantidade de sono que dormimos e quando nos sentimos cansados.
Como a Lua mexe com o relógio interno dos seres humano
Quantas vezes não ouvimos falar na influência da Lua na gravidez? E não é sabido que o satélite natural tem também influência nas marés, na agricultura e até no parto das mamãs?
Todos já ouvimos dizer que a Lua cheia faz as pessoas agirem de maneira diferente do que agiriam em qualquer outra noite durante uma fase diferente da Lua. As civilizações antigas costumavam dar grande importância às fases da Lua e algumas acreditavam que certas coisas aconteciam apenas durante fases específicas, como a Lua cheia.
Se no passado muitas vezes poderiam ser teorias, atualmente são dados que a ciência quer provar.
No estudo publicado na Science Advances, os investigadores colocaram em voluntários, pessoas de comunidades indígenas da Argentina, monitores de sono durante dois meses. Inicialmente, a ideia era compreender e registar os hábitos de sono desta comunidade. Cerca de 100 pessoas da região participaram do estudo.
Os dados também foram comparados aos dados de sono recolhidos de mais de 450 residentes da cidade de Seattle, nos EUA, e as semelhanças eram incríveis.
O brilho do satélite estará “gravado” no nosso ADN?
O estudo tentou determinar as diferenças nos padrões de sono com base no luar. Isto é, a Lua cheia e os dias que a antecedem são as noites mais brilhantes. Então, os indígenas (alguns dos quais não tinham de todo ou tinham acesso limitado à eletricidade) ficaram acordados até mais tarde nas noites de lua brilhante. Contas feitas, estas comunidades registaram quase uma hora a menos de sono do que nas outras noites do mês.
Esta descoberta, por si só, seria bastante interessante apenas pelo facto de nos oferecer um vislumbre de como os nossos ancestrais pré-industriais se comportavam, influenciados pelas diferentes fases da Lua. No entanto, o estudo mostrou uma conclusão ainda mais impressionante depois dos dados de Seattle terem sido incluídos.
Segundo o que foi percebido, os moradores da cidade, apesar de terem acesso à luz artificial em tantas formas, também exibiam diferentes padrões de sono baseados na fase lunar.
O facto de esta modulação estar presente mesmo em comunidades com acesso total à luz elétrica sugere que estes efeitos são mediados por algo diferente do luar em si.
Explicou Leandro Casiraghi, principal autor da investigação, à CNN.
Mas como a Lua pode estar a afetar as pessoas se a luz não é o único fator?
Na verdade, esta ainda é a parte obscura do evento. Contudo, os investigadores têm as suas teorias. Uma destas teorias é que os humanos têm relógios internos que regulam mais que apenas o dia de 24 horas e os ciclos de sono/vigília.
Muitos animais têm respostas instintivas às épocas do ano, mesmo que as mudanças sazonais não tragam mudanças dramáticas no clima. Então, é possível que os humanos tenham uma adaptação semelhante há muito tempo, e que ficar acordado até tarde quando a lua brilha esteja gravado no nosso ADN. Claro, isto é apenas uma teoria.