Há muito para descobrir e a tecnologia ajuda a melhorar as técnicas para caçar planetas que orbitam outras estrelas. Conforme foi revelado no passado dia 11 de outubro, os astrónomos disseram ter conseguido detetar 19 novos exoplanetas escondidos, são planetas que orbitam estrelas distantes. Estes foram revelados pelas suas auroras, quando interagiam com as suas estrelas-mãe, que são anãs vermelhas pequenas e fracas.
Uma anã vermelha é um tipo de estrela menor e mais fria que as outras estrelas. Contudo, são de longe o tipo mais comum de estrela na Via Láctea.
19 novos candidatos a exoplanetas
Esta investigação foi conduzida por Joseph Callingham, da Leiden University, que refere:
Sabemos há muito que os planetas do nosso próprio sistema solar emitem ondas de rádio poderosas à medida que os seus campos magnéticos interagem com o vento solar. Este mesmo processo impulsiona as belas auroras que vemos nos polos da Terra.
Igualmente, estes cientistas acreditam, que as estrelas anãs vermelhas estudadas estão a conduzir uma ligação magnética, e subsequentes auroras, nos 19 planetas anteriormente desconhecidos. O processo produz ondas de rádio, que foram detetadas ao utilizar o telescópio LOFAR (Low Frequency Array) nos Países Baixos. A revista “Nature”, publicou o seu estudo, já revistos pelos pares, a 11 de outubro de 2021. Além disso, um segundo artigo destes cientistas apareceu no mesmo dia na revista Astrophysical Journal Letters também já revisto pelos pares.
Os astrónomos pensaram pela primeira vez ter detetado um planeta através das suas ondas de rádio em 2020. Pensava-se que estava a orbitar uma estrela chamada GJ1151. Os especialistas acreditam que os sinais de rádio que estão a detetar ocorrem da mesma forma que a Terra e Júpiter emitem ondas de rádio devido à interação dos seus campos magnéticos com o vento solar.
Agora, com esta descoberta, têm muito mais candidatos para confirmar.
Compreender o nosso sistema solar ajuda a encontrar planetas escondidos
O co-autor Harish Vedantham do Instituto Holandês de Radioastronomia (Astron) explicou que deduziram a existência dos planetas ocultos da compreensão de como os planetas no nosso próprio sistema solar criam ondas de rádio.
A nossa própria Terra tem auroras, geralmente reconhecidas aqui como as luzes do norte e do sul. Estas belas auroras também emitem poderosas ondas de rádio. Isto é devido à interação do campo magnético do planeta com o vento solar. Mas no caso das auroras de Júpiter, são muito mais fortes, uma vez que a sua lua vulcânica Io está a explodir material para o espaço, enchendo o ambiente de Júpiter com partículas que impulsionam auroras invulgarmente poderosas.
O nosso modelo para esta luz de rádio das nossas estrelas é uma versão em escala de Júpiter e Io, com um exoplaneta envolvido no campo magnético de uma estrela, alimentando material em vastas correntes que, de forma semelhante, alimentam as auroras brilhantes na própria estrela. É um espetáculo que tem atraído a nossa atenção a anos-luz de distância.
Explicou Vedantham.
Os cientistas criaram o seguinte vídeo após a descoberta em 2020 das ondas de rádio do GJ1151. É a forma como a interação entre a estrela anã vermelha e o planeta cria ondas de rádio e auroras.
Próxima etapa é confirmar que estes planetas existem
O passo seguinte para estes cientistas é confirmar a existência dos planetas suspeitos. Para tal, farão observações óticas em simultâneo com a procura de periodicidade nos sinais de rádio. Segundo Callingham, a luz do rádio deve ligar e desligar como um farol, e é expectável haver esta periodicidade nos novos dados do LOFAR.
Para que seja percebido, o LOFAR pode detetar sinais a partir de até 165 anos-luz de distância. Contudo, está previsto um novo telescópio a entrar ao serviço em 2029, será o Square Kilometer Array. Este novo telescópio irá alargar este alcance.
Assim, os astrónomos preveem que com o novo Square Kilometer Array poderão ver centenas de estrelas alvo a distâncias muito maiores.